As lesões por esforço repetitivo, conhecidas pela sigla LER, são a mais recorrente doença ocupacional registrada em municípios do Vale do Itajaí com economia baseada na indústria têxtil, como Blumenau, Brusque e Rio do Sul.
No INSS de Blumenau, cerca de um quarto dos benefícios concedidos é voltado para estes pacientes. O Cerest, Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Blumenau, responsável por dar apoio à toda a região, não tem estatísticas exatas sobre a situação porque a LER é um conjunto de doenças limitantes que fica difícil segmentar, mas sente no dia a dia que a demanda de afastamentos e procura por tratamento são crescentes. É o caso da costureira Elvira Celi, que se afastou do trabalho por causa da dor. Os medicamentos fazem parte da rotina dela.
As lesões por esforço repetitivo são frequentemente associadas ao modelo contemporâneo de trabalho, cada vez mais focado na agilidade da produção. Mas, os sintomas destas doençãs são observados desde 1700. Na época, os escreventes, trabalhadores que escreviam cartas e documentos eram os mais atingidos.
Mas só recentemente o diagnóstico passou a ser aceito pelo INSS como justificativa para aposentadoria ou licença médica. "Eu cheguei a desmaiar. Eu não sabia que o excesso de trabalho poderia causar isso", lamenta Albertina, que hoje faz parte de uma associação, a APLER, Associação de Portadores de LER, que reúne quase setecentas pessoas com lesões provocadas pelo trabalho.
Para evitar o surgimento de lesões e de afastamentos, as empresas têxteis investem em ergonomia. Uma delas, em Blumenau, adotou a ginástica laboral como rotina e fez pequenas adaptações no ambiente de trabalho. As mesas ganharam uma inclinação para facilitar o movimento das operárias.
O resultado é positivo para a empresa e para os 280 funcionários. "Depois das mudanças não houve mais registro de afastamento ou reclamação.", diz a diretora de recursos humanos da empresa.
Fonte:|http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2012/11/25-dos-benefi...
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