Enquanto grandes empresas do setor têxtil de Brusque passam por dificuldades, chegando à falência, pequenos e médios empresários comemoram as vendas aquecidas. A boa fase é retratada na 34ª Pronegócio, que encerra hoje no pavilhão da Fenarreco. A organização espera comercializar mais de 1 milhão de peças de roupas nos cinco dias de rodadas de negócio, que se repetirão mais três vezes em 2014.
São mais de 14 mil peças expostas por cerca de 200 empresas. Desse total, 60% são da cidade. Segundo Luiz Carlos Rosin, presidente da Associação das Micro e Pequenas Empresas (Ampe) de Brusque, entidade que promove o evento, 90% dos expositores brusquenses são de empresas de menor porte.
Franciele Bork, de uma confecção da cidade, faz parte desse universo. As vendas feitas durante a rodada representam metade de toda a produção da fábrica.
– É muito importante para a cidade, já que com demanda as empresas empregam mais. Além disso, o que produzimos é mandado para vários estados. Com certeza ajuda Brusque a crescer economicamente e no setor têxtil – avalia, destacando que o diferencial são as negociações diretas com os visitantes.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho, cerca de 1,5 mil empresas da indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos empregavam diretamente 17,5 mil pessoas – aproximadamente 16% do total da população da cidade, segundo o Censo 2010. Com exceção da produção do algodão e máquinas para costura, Brusque tem empresas que contemplam toda a produção, como tecelagem, tinturaria e costura, observa o diretor regional do Sebrae Alcides Sgrott Filho:
– No Estado 98,2% das empresas são micro e pequenas. Não é diferente na cidade. São elas que, juntas, empregam mais e também geram mais renda.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação, Anibal Boettger, comenta que, em paralelo ao crescimento da Pronegócio, novas empresas foram sendo abertas, criando mais postos de trabalho.
Grandes fábricas vivem momento de dificuldade
A vitalidade das micro e pequenas empresa do ramo têxtil em Brusque não reflete o quadro das grandes indústrias do mesmo segmento da cidade. Em julho do ano passado a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux pediu falência e fechou. A companhia tinha 121 anos de atuação na fabricação de tecidos.
Desde 2011, quando completou 100 anos, a Cia Industrial Schlösser S/A, fabricante de tecidos planos, enfrenta problemas financeiros. A têxtil agora aplica o plano de recuperação judicial.
A Buettner S.A. Indústria e Comércio deflagrou os problemas financeiros também em 2011. A têxtil chegou a ter o pedido de recuperação negado, mas reverteu a situação e segue operando. No ano passado funcionários fizeram paralisações alegando falta de pagamento dos salários.
Clientes atraídos pela qualidade
Diferente das feiras tradicionais, na 34ª Pronegócio o cliente é quem recebe a visita do expositor. Toda a negociação é feita em pequenos estandes, no qual o vendedor traz a arara com cerca de 60 peças para mostrar ao comprador.
Donos de um magazine em Votorantin (SP), Priscila do Carmo Garcia e o filho Luciano participam das rodadas há oito anos. Comentam que as edições cresceram não só em tamanho, mas em qualidade:
– No começo era mais simples, pode-se dizer que era até ruim. Mas com o passar do tempo as empresas foram melhorando e hoje os produtos são de ótima qualidade. O faturamento da minha loja se deve boa parte aos produtos que levo daqui.
http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/noticia/2014/01/34-prone...
