Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Por Lucía Andrea

Designer e empresária de moda

  

O início do século XXI é marcado pela incerteza das pessoas em relação ao futuro. Há muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, muitas forças divergentes e muitas antigas teorias caindo por água abaixo. A velocidade da informação faz tudo isso parecer ainda mais frenético e acelerado. Essa situação faz com que muitos procurem referências do passado como maneira de se reconfortar: afinal, o passado é estático, é seguro e imutável. Valorizam-se, portanto, métodos artesanais, "seguros", conhecidos. Nesse sentido, a ilustração de modaencontra terreno favorável para seu desenvolvimento.

 

Por outro lado, as novas tecnologias digitais oferecem uma gama imensa de ferramentas antes inexploradas e valiosíssimas para o campo da ilustração de moda. Este texto reúne testemunhos de alguns ilustradores contemporâneos de destaque, fazendo uma reflexão do papel da ilustração de moda na atualidade.

 

Richard Gray

O ilustrador utiliza guache, lápis, aerógrafo, colagem e nanquim. Ele declara que nunca julgou necessário se restringir a um único estilo e que sente necessidade de traçar uma linha fisicamente com o lápis, apesar dos eventuais erros. Prefere isso antes do que algo aparentemente perfeito e homogêneo (referindo-se à ilustração puramente digital).

 

E, para ele, o sucesso da ilustração de moda refere-se à “Algo que realmente reflita a personalidade do ilustrador, inspirado pela criatividade do trabalho do estilista, e que não perca a essência de nenhum dos dois.”

Ilustração de Richard Gray. Fonte: quartiermodeboutique.wordpress.com

 

Peter Clark

Suas técnicas preferidas são colagens de papéis velhos, tecido e metal. Diz que sente-se inspirado por absolutamente tudo, já que gosta de olhar para as coisas com os olhos bem abertos. Diverte-se pela forma como diferentes roupas afetam a vida das pessoas e seus comportamentos. E para os demais ilustradores, recomenda: “Olhe, desenhe e não deixe ninguém te oprimir".

Colagem de Peter Clark. Fonte: magriniartes.com.br

 

Rebecca Antoniou

Rebeca utiliza computador, lápis, papel, fotos, recortes de revistas e tecidos. Acredita que é muito mais fácil ilustrar aquilo que se conhece - por exemplo, a forma como certos tecidos se comportam ou a maneira como uma roupa vai drapejar no corpo. Declara que para ser ilustrador de moda, é necessário ser um pouco estilista também.

 

Fala que uma ilustração, para ser considerada bem sucedida, deve fazer o observador parar, querer arrancar a página da revista e levá-la para casa. Complementa, ainda, que “É fácil tornar-se prisioneiro de seu próprio estilo, mas artisticamente é importante superar-se sempre, senão o seu trabalho ficará estagnado.”

Ilustração de Rebeca Antoniou. Fonte: m.blog.daum.net

 

Robert Wagt

O ilustrador, que utiliza colagem, fotografia, desenho e computador, é sucinto mas certeiro em suas palavras: “Você deve ter amor, intuição e opinião própria”.

Ilustração de Robert Wagt. Fonte: br.pinterest.com

 

Virginia Johnson

Virginia, que trabalha exclusivamente com aquarela, declara que “Uma ilustração deve ser capaz de transportar a pessoa, fazer que ela sinta um pouco de magia. Deve haver uma sensação de um outro tempo e um outro lugar, uma época ou um clima diferente. Deve fazer a pessoa sonhar”.

Ilustração de Virginia Johnson. Fonte: pinterest.com

 

Vincent Bakkum

Já Vincent, que trabalha com acrílico sobre tela, compensado ou madeira, propõe olhar para o passado: “Seja fiel a si mesmo. Pegue o quanto quiser de seus ídolos artísticos. No decorrer do caminho, você acabará criando o seu próprio estilo. Você tem que começar com o que a história deixou para você”.

Pintura de Vincent Bakkun. Fonte: artodissey1.blogspot,com

 

Por Lucía Andrea

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