Como será o futuro da moda depois da Covid-19? Será que as tendências da moda pós-pandemia continuarão as mesmas estação após estação? Desde a Segunda Guerra Mundial, a indústria da moda não sofria consequências tão drásticas do dia para a noite.
As lojas físicas fecharam na Europa, Américas e grande parte da Ásia – embora muitas marcas só perceberam no meio da pandemia a importância dos canais digitais de vendas.
E não foi só a indústria e o varejo de moda que sofreram um baque com o novo coronavírus e muito se falou sobre desglobalização. Eventualmente, em pouco mais de quatro meses, as circunstâncias obrigaram o consumidor a repensar seus hábitos de compras. Com perda de emprego, diminuição de salários e home office, as roupas, sapatos e acessórios se tornaram supérfluos e até indispensáveis.
“Isso levou a uma crise existencial real para a indústria da moda”, diz Imran Amed, fundador e CEO do The Business of Fashion, um site líder da indústria que produziu um relatório sobre o impacto do surto de coronavírus. “Além disso, muitos consumidores simplesmente não estão interessados em comprar roupas no momento. Há muito foco na compra de itens essenciais para sobreviver durante este período”, completou o executivo em entrevista recente à BBC.
Mas, ao mesmo tempo em que a moda sofre os impactos da pandemia, o relatório do The Business of Fashion ressalta que este é o momento perfeito para se reinventar e buscar alternativas para remodelar a cadeia de valor do segmento. E algumas destas novas tendências da moda pós-pandemia já estão sendo vistas, como os desfiles virtuais por exemplo. Confira:
Veja também o que está rolando nas semanas de moda virtuais: Semana de Alta costura de Paris e Milano Digital Fashion Week 2020 com 3 tendências para 2021, masculino e feminino.
As vendas de sapatos de salto alto, mocassins e outros calçados sociais vêm caindo há anos. E, com a pandemia, caiu ainda mais segundo especialistas ouvidos pelo Washignton Post. Enquanto isso, o Google Trends chegou a registrar 142% mais buscas por pijamas no começo de maio deste ano, sem contar os pijamas chics que viraram uma verdadeira febre entre os famosos.
Isso significa uma referência forte na moda pós-pandemia: a tendência é que as pessoas fiquem cada vez mais em casa durante e depois da quarentena. E que neste tempos, busquem mais peças ainda mais confortáveis para o dia a dia.
Certamente, no momento atual as pessoas estão comprando menos por impulso e mais por necessidade, as peças básicas ganharam ainda mais espaço. Em um mundo com menos tendências na moda pós-pandemia, o jeans confortável e com lavagens mais discretas, blusas em cores neutras como branco e preto, além de roupas versáteis que transitam entre as mais diversas ocasiões do dia a dia recebem ainda mais destaque nas vitrines e no guarda-roupa.
Anteriormente, as marcas já tinham começado a pensar em novas experiências de compras para atrair os consumidores e se diferenciar no mercado. Para entender a mudança do comportamento de consumo dos brasileiros, as marcas precisaram aprender a identificar os hábitos e preferência dos seus clientes.
Pensando nisso, marcas como a Youcom, por exemplo, acaba de lançar o projeto 360° – ferramenta em que é possível mapear a jornada de compra do cliente e se comunicar com ele de forma assertiva e personalizada.
Na indústria têxtil, empresas como a Dalila Têxtil já anunciaram a produção de fios e tecidos contra o coronavírus. Outra tecelagem que lançou tecido antiviral inédito – resistente às lavagens – foi a Santaconstancia. A nova linha é produzida com fio 6.6 Amni® desenvolvido pela Rhodia, que diminui o risco de contaminação pela Covid-19.
Outras marcas estão lançando produtos com o mesmo fio têxtil de poliamida da Rodhia, como a Lupo. Além de máscaras, a grife aposta na linha Lupo Sports, com peças que oferecem proteção contra bactérias e vírus – inclusive o novo coronavirus.
Movimentos mundiais como o Black Lives Matter mostraram que os consumidores buscam marcas com propósito, que se posicionam a favor de um bem comum. As grifes precisam definir claramente seus posicionamentos diante de fatos ou questões de relevância social.
Grifes como como Nike , Marc Jacobs , Gucci e Savage x Fenty, compartilharam postagens em apoio ao movimento negro nos últimos meses. Marc Jacobs, inclusive, teve sua boutique em Los Angeles invadida durante protestos. E ainda assim protestou a favor nas redes sociais: “Uma vida não pode ser substituída. Black Lives Matter”, disse no Instagram. O mesmo vale com conceitos como sustentabilidade, responsabilidade social, diversidade e proteção ao meio ambiente.
Com a busca por uma economia mais consciente na moda pós-pandemia surgem inovações na hora de comprar e vender roupas. O aluguel de roupas de grandes marcas é uma destas práticas que só cresce no mundo todo. Não é à toa que empresas como Rent The Runaway, por exemplo, devem ultrapassar a marca de vendas de mais de US$ 2,5 bilhões nos próximos anos.
Outra prática muito utilizada e que só cresce é o comércio de roupas usadas dentro do conceito de moda e economia circular. O velho e bom brechó ganhou versões digitais modernas – e até assinadas por celebridades. Recentemente, Fiorella Matheis inaugurou o Gringa, para compra e venda de produtos de luxo.
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“Esta é uma indústria que ainda é quase totalmente dependente do varejo físico. Mais de 80% das transações na indústria da moda ainda acontecem em lojas físicas”, afirma o CEO do The Business of Fashion.
Especialistas em varejo já apostavam no Omnichannel muito antes da quarentena. E agora, mais ainda como tendência na moda pós-pandemia. Comprar na loja e receber m casa; comprar na internet e receber em casa ou comprar na internet e retirar na loja. Os múltiplos canais de compras facilitam a vida dos consumidores e se tornam ferramentas de novas receitas para as grifes.
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