Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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8º Encontro das Guardiãs. “Sustentabilidade não se negocia!”

“Moda polui mais do que navios e aviões” Revista Exame.

“Me incomoda pessoalmente ouvir essas coisas. E ver como a moda se tornou o grande vilão da atualidade”. Chiara Gadaleta

Aconteceu na última quarta-feira, dia 12/02/2020, 0 8º Encontro das Guardiãs do movimento A Moda pela Água.

O evento se realizou no auditório da Sede da ABIT em Higienópolis, SP.

Estiveram presentes representantes de Marketing e Comunicação das empresas Guardiãs, além do time ECOERA.

Chiara Gadaleta conduziu a apresentação de uma série de slides que resumem as principais perspectivas do tema da sustentabilidade para o próximo período. 

Ao mesmo tempo, Chiara mostrou uma retrospectiva das principais conquistas do Movimento AMPA, no seu primeiro ano de vida, que será comemorado no dia 20/03 no Unibes Cultural.

Com uma dinâmica de perguntas e respostas, Chiara envolveu os convidados de forma a fazer com que eles também dividissem os seus pontos de vistas, seja olhando para o futuro, seja reavaliando o passado.

Veja a seguir alguns destaques da conversa:

  • Chiara abriu a apresentação acentuando a necessidade de acelerar os processos de decisão com relação ao assunto sustentável. Tanto da parte das empresas que cada um ali representa (CNPJ) quanto da parte de cada um como profissional e pessoa física (PF).
  • Chiara destaca que, responder à pergunta: “Por que estamos aqui?” Passa a ser fundamental para os próximos passos, uma vez que a “moda virou vilã” e que já não temos mais como tratar a questão hídrica, por exemplo, sem ser de forma consistente e acelerada.
  • Ao contar que leu na Revista Exame a seguinte manchete: “Moda polui mais do que navio e avião” Chiara se diz pessoalmente incomodada por atuar há mais de 27 anos nesse mercado.
  • Outro ponto destacado pela fundadora do movimento é a concretização paulatina, mas constante, daquilo que os ambientalistas costumam chamar de “A próxima Grande Guerra: a da Água”. Chiara apresentou uma notícia de jornal com o seguinte título: “Brasil soma 63 mil ocorrências policiais por disputa de água”.
  • O cenário externo ao próprio encontro, serviu como exemplo para Chiara reforçar sua preocupação com a necessidade da urgência e seriedade nas ativações relacionadas ao clima pela indústria da moda. Afinal, na mesma semana que aconteceu esse evento, a cidade de São Paulo tinha sido devastada por uma grande enchente causada pelo auto volume de chuvas, com número de mortes e prejuízos, sem precedentes até então.
  • E o que devemos fazer? Como devemos fazer? Como comunicar o que já fizemos e como comunicar o que vamos fazer de forma clara e honesta para o “novo” consumidor, que pertence a chamada “Geração Z”?
  • Chiara confessa que tem mais perguntas do que repostas. Porém tem a satisfação de estar, juntamente com as empresas Guardiãs, na linha de frente desse amplo questionamento; e até adiantados em relação a algumas respostas e atuações.
  • Um aspecto positivo que a fundadora trouxe para a discussão, é o fato do Jornal Nacional trazer notícias sobre o tema sustentável e aquecimento global em horário nobre. Chiara diz confiar na seguinte tese: “Se está no principal jornal da Rede Globo, significa que finalmente as classes C,D e E estão prontas para falar sobre o assunto”.
  • “Empresas do futuro são aquelas que geram conteúdo e não mais apenas uma calça jeans.” Chiara
  • “Ninguém vai negociar sustentabilidade”. Chiara
  • “O Oscar deste ano foi mais para tapete verde do que vermelho, uma vez que altas celebridades utilizaram roupas de segunda mão (vintage) ou com apelo sustentável.” Chiara

Por fim, Chiara abriu a palavra para que cada uma das empresas Guardiãs respondesse ainda, a mais duas perguntinhas: 

“Quais desafios cada um enfrenta para “usar o megafone”? 

E “Como usar esse megafone?”

  • Carol Bertoni, da Atto Comunicação;

A profissional sente muita dificuldade de encontrar jornalistas bem informados, que saibam distinguir entre o que é sério e o que é puro marketing. Ela sugere, inclusive, que a Chiara e o AMPA tenham uma coluna em algum grande veículo. Afinal, “Precisamos de porta-vozes sérios sobre o tema.” Diz Carol.

  • Silmara Ferraresi assessora da presidência da ABRAPA:

A profissional diz que gostaria muito de fazer entrar na cabeça das pessoas, que “o Brasil é o país que mais produz algodão sem irrigação do mundo.” 

Ela se pergunta como abordar um assunto tão técnico com o grande público e, ao mesmo tempo, não canibalizar os outros tipos de algodão, que podem, sim ser produzidos com responsabilidade ambiental. “Tais como o algodão irrigado da maneira como é feito na Austrália e o algodão orgânico”, cita Silmara.Catarina Guedes, assessora de imprensa da ABRAPA, diz que nada é mais sustentável do que o Regime de Sequeiro que vem sendo utilizado nos últimos 15 anos de trabalho da Associação e afirma que: “A ABRAPA faz primeiro e fala depois.”

  • Pedro Horta, coordenador de sustentabilidade do Grupo Somma, ao qual pertence a FARM 

“A separação do joio do trigo precisa acontecer primeiro dentro de casa, da própria empresa.”

“Estamos questionando, por exemplo, se a Pegada Hídrica é de fato o melhor indicador” Re, me pergunto se isso talvez não seja bom publicar sendo a ata aberta tendo em vista que a PH é um orgulho p Vicunha e foi feita junto c Ecoera. 

“A empresa precisa ter confiança no que está falando, como objetivo de trazer informações valiosas e de fato relevantes, para conseguir agregar valor ao produto final.”

Pedro diz ainda que “A moda está atrasada. O mercado ainda sofre de desconhecimentos básicos, como a lei, por exemplo.”  E toca em outro ponto fundamental:

” A velocidade que a moda exige, que ela caminha, sofre de descompasso com as atitudes sustentáveis, que levam tempo para serem realmente implantadas.”

“O consumidor quer novidades e ninguém tem uma novidade sustentável por coleção para mostrar, é impossível.”

  • Gerente de mkt e comunicação, Barbara Miklasevicius e Carla Bello, coordenadora de responsabilidade social da Marisa: 

As profissionais afirmam que a Marisa se compromete em falar a verdade: apenas uma parte do jeans das lojas é sustentável. 

A marca precisa ser especialmente cuidadosa ao se comunicar, pois têm muita capilaridade, são muito grandes. a rede é muito grande

Elas acrescentam ainda que, apoiam a causa da água, mas não são responsáveis pela produção e o gasto de água em si das calças jeans e outras peças. Mas estão dispostos a encarar a sua função de “porta voz” sobre o tema, no papel de grande varejista.

  •  Rodolfo Vieira, da Comunicação Vicunha

Acentua o tópico levantado no início que é a dificuldade de encontrar jornalistas preparado para debater o tema em outro nível que não o da “notícia que chama a atenção, a notícia quente.

  • Jordana Damiani, gerente de marketing da Damyller:

A profissional dá a dica: “O conhecimento técnico afasta os haters de plantão.”

Ela também concorda com o que foi citado anteriormente, que a lei existe leis existem. Basta que as empresas as cumpram  cumpram a lei. Mas elas não cumpremo que não ocorre sempre já que afinal, o governo não fiscaliza. 

Jordana conta ainda, que é um grande desafio passar o pente fino em toda a rede de fornecedores, mas que estão no caminho. E encerra dizendo que “O principal é a consciência real da empresa.”

O encontro foi encerrado com um clima de união e vontade entre todos os participantes em contribuírem para que o Summit da Moda Pela Água, em março, seja um grande evento com conteúdo de ponta. 

https://www.amodapelaagua.com.br/sem-categoria/8o-encontro-das-guar...

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