Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Depois de três edições, Londres deve se tornar o principal centro do mercado europeu, à frente de Milão e Paris

Modelo desfila roupa do estilista Alan Taylor - EFE
EFE
Modelo desfila roupa do estilista Alan Taylor

Moda masculina não está mais em segundo plano. O mercado está em ampla expansão, comparado com o de moda feminina, hoje em ponto de saturação. E Londres é o lugar ideal para isso. Até amanhã, a quarta edição da Semana de Moda Masculina de Londres traz o melhor do vestuário masculino e das criações de novos e talentosos estilistas.

Dylan Jones, editor-chefe da revista GQ britânica, é o criador do evento, que costumava ser espremido no ultimo dia da semana de moda feminina. O consenso era criar uma semana de moda em separado, tamanho o crescimento desse mercado. Hoje, compradores e jornalistas voam de mais de 40 países para ver o trabalho dos mais de 60 estilistas que expõem no evento. O brasileiro Diego Vanassibara é um deles. Escolhido pelo projeto NewGen, da Topman em conjunto com o consulado de moda britânico, a iniciativa patrocina jovens talentos. "É uma posição privilegiada ser parte. Eu já participei dos eventos passados, mas estar no NewGen agora está me dando muito mais visibilidade", diz o jovem gaúcho, estilista de sapatos, que concorreu com estilistas do mundo inteiro para participar da iniciativa que reúne 10 estilistas. Dele saíram nomes como J W Anderson e Christopher Shannon que hoje estrelam os principais horários dos dias de evento de moda. Diego é o único representante brasileiro no evento londrino e vem chamando a atenção com seus sapatos exóticos.

A programação do evento este ano inclui alguns regulares, como os estilistas britânicos Lou Dalton, Oliver Spencer, a marca Topman e a Burberry, que traz pela segunda vez, seus desfiles para o evento de moda masculina na capital. Tom Ford e Paul Smith sempre estão presentes, mas com eventos fechados. Haverá também interessantes adições ao calendário como Casely-Hayford, pai e filho londrinos, além da marca sueca Coomon, de estética limpa e progressiva, até a grife Pretty Green do músico Liam Gallagher.

Há um sentimento de otimismo e energia em contraste com a atmosfera de desfiles de Milão e Paris, onde os tradicionais eventos de moda masculina têm sido realizados nos últimos anos. "A moda masculina está crescendo tão rapidamente que está alcançando a feminina", disse editor da revista GQ britânica, Robert Johnson em entrevista recente. "Homens não precisam mais ficar envergonhados quando falam de moda. "Hoje, para um homem, se vestir bem, com cores e estampas, é algo respeitado", disse outro editor de moda britânico, Dan Rookwood.

O que a Semana de Moda Masculina de Londres oferece é variedade. Desde eventos consagrados da famosa Savile Row, de alfaiates renomados, à desfiles quase performáticos como de J W Anderson, que apresentou shorts que parecem saias e as esculturas de madeira nas roupas de Craig Green. O trunfo de Londres é exatamente a mistura da moda clássica com as criações de escolas de moda como a Central Saint Martins, que ousa em suas invenções. A programação do evento consegue unir e agradar o estilo de todas as tribos em uma cidade que cria novas modas em cada esquina.

Londres é o lugar da experimentação. "Eu acho que os homens estão muito mais abertos e confiantes para se arriscar a vestir cores e estampas", disse o estilista britânico Christopher Saunders. "O evento em Londres trouxe aceitação e mais atenção à moda masculina interessante", disse outro estilista britânico, Richard Nicoll.

De acordo com o Conselho de Moda Britânico, o mercado masculino traz 10 bilhões de libras para a economia nacional todo ano - um número impressionante se considerar que as vendas relativas à moda masculina mundial estão na casa de 15 bilhões de libras.

Pedro Caiado/ Londres - Especial para O Estado de S.Paulo

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