A produção global de fibras têxteis atingiu um novo recorde em 2023, totalizando 124 milhões de toneladas, segundo o relatório da Textile Exchange. No centro dessa expansão está o poliéster, que domina o mercado com 57% de participação, mas levanta questões sobre sustentabilidade no setor da moda.
O poliéster registrou um crescimento significativo, passando de 63,3 milhões de toneladas em 2022 para 71,1 milhões de toneladas em 2023, um aumento de 12,3%. Este salto reflete a busca por materiais mais acessíveis – o preço por quilo do poliéster é significativamente menor em comparação às alternativas –, mas também expõe o impacto ambiental de sua produção.
O Impacto Ambiental do Poliéster
Confeccionado a partir de derivados do petróleo, como etileno e para-xileno, o poliéster convencional exige altos níveis de energia e recursos naturais para sua fabricação. Além disso, sua base em combustíveis fósseis contribui para emissões de carbono e dependência de recursos não renováveis. Embora o poliéster reciclado represente uma alternativa mais sustentável, ele ainda é produzido majoritariamente a partir de garrafas plásticas reaproveitadas, o que não elimina totalmente o problema da poluição plástica.
Avanço das Alternativas Sustentáveis
O relatório da Textile Exchange destaca avanços promissores, mas ainda modestos, em fibras recicladas e orgânicas. O poliéster reciclado alcançou 8,9 milhões de toneladas em 2023, representando 12,5% do total de poliéster produzido. No entanto, sua participação caiu em relação a anos anteriores, o que reforça a necessidade de investimentos em alternativas mais inovadoras.
Fibras vegetais artificiais, como viscose e liocel, somam 7,9 milhões de toneladas, mantendo uma participação de 6%. Já o algodão orgânico duplicou sua produção em relação ao ano passado, mas ainda representa menos de 1% do total.
O Futuro da Moda Sustentável
Para reduzir a dependência do poliéster virgem, a indústria têxtil precisa adotar uma abordagem multifacetada:
-Investimento em inovação: O desenvolvimento de poliéster biobased, produzido a partir de fontes renováveis como cana-de-açúcar, é uma promessa para o futuro. No entanto, ainda há um longo caminho até sua comercialização em larga escala.
-Promoção da economia circular: Incentivar o uso de materiais reciclados e educar os consumidores sobre a importância da reciclagem pode aumentar a demanda por alternativas sustentáveis.
-Colaboração intersetorial: Empresas, governos e organizações devem unir esforços para criar políticas que incentivem práticas responsáveis e a redução do uso de fibras derivadas de petróleo.
Enquanto o poliéster continua sendo a fibra mais utilizada no mundo, seu impacto ambiental ressalta a urgência de mudanças no setor. A moda precisa equilibrar crescimento e responsabilidade ambiental, investindo em soluções que priorizem o futuro do planeta sem comprometer a inovação e a criatividade. A transição para uma produção mais sustentável não é apenas uma opção – é uma necessidade.
Fonte: Ana Gimonski | Foto: Divulgação
Por: Equipe Guia JeansWear
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