Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A comunicação de moda fora das redes sociais é possível?

Conversamos com a expert Gabriella Negromonte, especialista global em Marketing, Relacionamento e Comunicação de marcas, para entender o movimento de personalidades e grifes de luxo que decidiram sair de vez das redes.

(Foto: Reprodução/Instagram @newbottega)

Em uma era em que estamos cada vez mais conectados com nossos smartphones e computadores, adotar uma estratégia de comunicação longe das redes sociais pode parecer uma jogada arriscada. Mas, ainda que o distanciamento social e todo o boom do universo dos likes e compartilhamentos pareça facilitar a divulgação e ações das marcas, estamos acompanhando uma tendência de distanciamento dessas plataformas.

 

No início do ano, a Bottega Veneta virou manchete ao redor do mundo ao apagar suas redes sociais. Do dia para a noite, a conta de Instagram, Facebook e Twitter da grife italiana foram tiradas do ar e, sem nenhuma explicação para o público, esse movimento da empresa, que tem Daniel Lee como diretor de criação, levantou especulações. Qual seria o motivo para essa estratégia? Será que a marca volta às redes algum dia? Ainda não se sabe. Fato é que essa ação gerou grandes burburinhos no ramo, colocando a marca - que já é uma das queridinhas do momento - ainda mais nos holofotes. 

 

A Bottega não foi o grande nome que deletou suas redes sociais. Meghan Markle e Harry já haviam abandonado sua conta “Sussex Royal” por volta de dez meses antes da grife lançar essa estratégia. O casal, que anunciou o afastamento da realeza britânica no dia 8 de janeiro de 2020, não demorou muito para se distanciar do Instagram. A conta continua lá, mas sua última postagem aconteceu no dia 30 de março do mesmo ano.

Há quem acredite que essas estratégias dificultam a acessibilidade das empresas, trazendo um retorno à moda exclusiva ou podendo até mesmo transformar a empresa em algo irrelevante. Mas, há também quem diga que as marcas não precisam dessa exposição para se manter em alta. Será? Conversamos com Gabriella Negromonte, especialista global em Marketing, Relacionamento e Comunicação de marcas, para entender sua visão desse movimento.

 


Sobre a Bottega Veneta deletar todos os seus canais digitais

A Bottega Veneta parece ter descoberto a fórmula para se diferenciar, ou pelo menos chamar muita atenção com a exclusão de algumas de suas redes sociais num momento de ápice de mídia digital global. Apesar desse ápice, também estamos passando por uma das fases mais "chatas" das redes sociais que incluem os algoritmos, ativismo, política, violência entre outras movimentações que geraram grandes mudanças necessárias mas que estão também se tornando estranhas e muito difíceis.

A Bottega vinha dando sinais de que a busca por novos formatos estava acontecendo, como por exemplo com o desfile secreto com poucas celebridades e a aversão aos desfiles digitais do diretor criativo da marca, Daniel Lee.

A Bottega Veneta tem um público fiel e cativo, disso ninguém tem dúvidas, e seus produtos basicamente não tem logos e são reconhecidos por códigos de design da marca, como o “Intrecciato”, além de toda a hegemonia de uma marca de luxo de 55 anos. 

Sobre o adeus de Meghan e Harry das redes sociais

Meghan Markle e Príncipe Harry, querendo ou não, foram os pioneiros a largar as redes. Cansaram de serem atacados e atrair curiosidade. Apesar de não serem uma marca, eles são marcantes e atraem os olhos de todo o mundo tão fortemente como uma marca. Será que a nova maior tendência e o "novo luxo", é o que é inacessível, aquilo que causa mistério? 

 

E afinal, o luxo sobrevive sem comunicação?

Todas as marcas estão procurando uma forma de diferenciar sua forma de vender tanto nas mídias digitais quanto nos pontos de vendas. A experiência será constantemente aprimorada para diferenciar-se de outras marcas. As marcas precisam acompanhar as mudanças do mundo e se reinventarem constantemente para sobreviver no mercado.

 

Mas será que mesmo uma marca com público fiel consegue sobreviver nesta nova era sem o uso das mídias digitais? Ninguém sabe se a Bottega excluirá suas redes definitivamente ou se talvez só esteja passando por uma reformulação de apresentação digital ou ainda, e porque não, estudando a reação do público para saber COMO e SE volta às redes digitais. Seja qual for a sua estratégia (de marketing ou não, de protesto ou não) para chamar atenção, está funcionando. O que não se sabe ainda exatamente é se isso vai virar uma tendência principalmente no setor do luxo. 

 

Assim como vocês, estou muito curiosa para tal desfecho. As mídias sociais já não geram um retorno significativo para as marcas principalmente de luxo, talvez pela quantidade de informação e competitividade. Está cada vez mais difícil gerar atenção e comercializar usando apenas as mídias sociais, contudo esta é ainda e possivelmente será a maior forma de comercialização global. A matemática de coexistir entre as ferramentas digitais e experiências presenciais podem ser o resultado do sucesso das marcas nessa nova era.

 

Seja lá o que acontecer, uma coisa está muito óbvia: Se destacarão as marcas que souberem nos causar emoções, sensações e experiências diferenciadas e genuínas além de grandes designs! A emoção causa comoção e fidelização! E haja criatividade para se manter em voga no mundo da moda!

 

 

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