Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Economia Circular: como se aplica ao setor têxtil? – Delta

indústria brasileira representa o setor da economia que oferta mais vagas de trabalho formal no país, sendo cerca de 17% destes empregos apenas no setor têxtil segundo a ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e da Confecção). Contudo, a industrialização do país, ainda muito defasada, é desigualmente distribuída, já que que cerca de 30% do PIB industrial brasileiro está localizado no estado de São Paulo, enquanto o Mato Grosso, por exemplo, detém apenas 1,5% da participação no PIB industrial segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Em colunas anteriores indicamos a necessidade do Estado de Mato Grosso de se Industrializar, sempre batendo na tecla dos inúmeros benefícios que o incentivo à tal industrialização trará ao Estado, como empregos mais dignos, maior desenvolvimento tecnológico, econômico e social entre outros. Mas como o Estado pode incentivar o desenvolvimento industrial de forma sustentável, que cumpra com as demandas da sociedade atual sem ferir seus direitos?

Fica clara a importância de um processo de industrialização que se preocupe com um desenvolvimento sustentável voltado aos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável), sobretudo o objetivo 12, “consumo e produção responsáveis” e propõe-se uma visão de desenvolvimento voltada à economia circular, que garante, pela retroalimentação do setor, a saúde geral do sistema.

Retoma-se o protagonismo do setor têxtil da indústria, pois além de ser o setor com maior potencial de crescimento no Estado, ainda representa grande viabilidade para reutilização e reciclagem de suas matérias-primas

Desta forma, retoma-se o protagonismo do setor têxtil da indústria, pois além de ser o setor com maior potencial de crescimento no Estado, ainda representa grande viabilidade para reutilização e reciclagem de suas matérias-primas, como demonstra o relatório “A New Textiles Economy: Redesigning Fashion`s Future” da Ellen Macarthur Foundation, resultando em um setor industrial com possibilidade de prover um crescimento econômico voltado ao bem estar da sociedade e do planeta Terra.

Além disso, segundo Elisangela Munaretto (UTFPR) e Maclovia da Silva (UTFPR), o reaproveitamento de resíduos têxteis com o amparo de tecnologias alternativas sustentáveis gera um alargamento na escala produtiva e um menor impacto ambiental, as autoras também demonstram como o processo de criação e desenvolvimento é intrínseco ao que é ser humano e o papel da educação e da conscientização individual para tal processo, sendo que tais mudanças surgem do micro para o macro.

É importante lembrar que o Estado, em nível Federal, precisa intervir com políticas públicas, seja em forma de incentivos fiscais ou não, voltadas à uma distribuição igualitária de produção no Brasil, combatendo assim, às problemáticas do monopólio do agronegócio em Estados como o do Mato Grosso e da aglomeração industrial em grandes metrópoles, alcançando, desta forma, uma ampla complexidade econômica e um desenvolvimento econômico sustentável, além de garantir melhores condições de vida e geração de empregos para as populações locais. Portanto, é importante que exista uma autonomia produtiva brasileira, inclusive regionalmente.

Por fim, destaca-se a importância de um crescimento econômico democrático que demonstre preocupação com outros setores da sociedade e se distribua de forma igualitária entre as regiões do Brasil e, para isso é necessária a intervenção estatal na forma de incentivos para tal crescimento. Além disso aponta-se o setor têxtil como principal oportunidade de industrialização sustentável do Estado de Mato Grosso. Afinal, segundo o pesquisador Mark Hatch, o fazer faz parte do que é ser humano.

(Escrito com a estudante Sara Nadur)

Maurício Munhoz Ferraz é sociólogo, consultor, diretor de pesquisas da Fecomércio-MT e professor de economia da Unemat. Tem mestrado em sociologia, é vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia,  membro do projeto governança metropolitana do Instituto de Pesquisa Economia Aplicada do Governo Federal (IPEA), vencedor do Prêmio Celso Furtado de economia e escreve nesta coluna com exclusividade aos sábados.

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