Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Entra em campo a Era e a Vez da Mudança!!!

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Reza a lenda, especialmente no Fashion World, que o futuro irá atropelar, sem remorsos, as empresas que resistirem em viver e atuar com base no passado ainda que, teimosa e erroneamente, acobertadas pelo presente traiçoeiro que é, até o talo. Paradoxalmente, num mundo cada vez mais não-linear, apenas as ideias não-lineares serão capazes de criar resultados de valor para as empresas, desde que naveguem estrategicamente em “novos mares” ou no “oceano azul”. O conceito The Blue Ocean já sinalizava há mais de uma década cases fantásticos dentro do contexto Pró-Mudanças. O Cirque de Soleil que o diga… Change-pró total, lembra?

Para prosperar, portanto, na Era da Mudança, Era esta já “cantada em prosa e verso”, também, como sendo a Era da Revolução, as empresas em geral precisarão adotar uma agenda inédita de ações radicais recheadas de audácias e inovações, revolucionárias emocionalmente como tal. Mais que um desafio fundamental em que hoje se deparam as empresas, penso que é, e será, certamente uma sina (ad-eternum) reinventar a si próprias e as suas marcas, não apenas em tempos de turbulências (como os quais estamos vivendo internacionalmente), mas continuamente e sistematicamente, sabe-se lá até quando em nosso país.

Digo mais… Imagino que, sob a ótica do mercado mundial de moda, durante muitas décadas, não houve progresso contínuo na gestão das empresas e menos ainda no lifestyle das pessoas; apenas ciclos comportamentais. As estações se sucediam, as coleções de produtos chegavam e partiam. O mercado pró-consumo (estético) não melhorava, apenas repetia-se sucessivamente, num padrão rotineiro frustrante e infindável.

Não havia uma previsibilidade de futuro, pois o futuro não se distinguia do passado, gerando um caos psicológico na gestão coorporativa das empresas e/ou das marcas do nosso “mundinho fashion“. A vedete era o produto, o produto, o produto, o produto e o produto. Tudo sempre igual. Mesmice total e absoluta. “Porre” à parte, alguma coisa precisava acontecer para quebrar a gestalt do status-chato-quo. E aconteceu mesmo, acredite se quiser… O fato é que a Era da Mesmice (felizmente) acabou. A crendice atesta que encerrou-se, de verdade mesmo, no final dos anos 00. Há quem diga que ela nasceu nos anos 70, chegou à exuberante adolescência durante os anos 80, alcançou a maturidade nos anos 90 e morreu de velhice precoce na alvorada do ano 2000. Uh, lá, lá!

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Então, eis que emergiu nos anos 00, especialmente no Brasil, uma fé inabalável em que o progresso não só seria possível, como também inevitável. A expectativa e a crença na duração dos resultados positivos de valor aumentaria numa melhoria contínua de desempenho através do crescimento sustentado dos indicadores de alta performance. Os índices de propensão de ganho e consumo da população aumentariam. As classes média (B e C) ganhariam destaque social. O lifestyle das pessoas ganharia uma nova dimensão pró-qualidade de vida sob a ótica do conforto material e da estética visual.

Mais do que isso…. Na era pós-mesmice já mergulhada “até o talo” nos anos 010 com direito a mudanças revolucionárias, a informação custaria zero. O conhecimento se tornaria muito maior e a sabedoria maior ainda. Nada havia que não pudesse ser melhorado, inovado, alterado, renovado e reinventado, em especial, no nosso mercado de confeccionados, calçados e acessórios. O produto, de hegemonia partidária e individualizada, deixaria de reinar sozinho. A carreira solo da “vedete” produto chegaria ao fim. Novos parceiros entrariam em campo, formando uma tríade que daria muito o que falar. Nasce o império do PCC (Produto, Comercialização e Comunicação). O foco estratégico em 100% no produto já era! 50% já está de bom tamanho. A Comercialização vira vedete com 30% e a Comunicação com 20% idem.

Filosoficamente ou não, a disciplina da razão estratégica no PCC e a expertise dedutiva da execução pragmática seriam aplicáveis a todos os obstáculos do planejamento empresarial pró-manutenção do status-quo, bem como para a expansão do marketing share das marcas em questão. O desbravamento de novos segmentos de mercado e o desenvolvimento de novos produtos e até de novos consumidores, ainda que de competitividade espantosa e de qualidade imaculada, seria uma obrigatoriedade irreversível sem limites.

Entra em cena uma reversão total de expectativas e uma inversão total de valores. A marca que nasceu jeans, viroufashion. A marca que nasceu fashion, virou calçado. A marca que nasceu calçado, virou bolsa. A marca que nasceu bolsa, virou bijuteria. A marca que nasceu bijuteria, virou óculos. A marca que nasceu óculos, virou relógio. A marca que nasceu relógio, virou roupa. A marca que nasceu refrigerante virou moda. Quem diria, meu Deus!

Em tempo…Muito mais que felizmente, a Era da Mesmice (racional) já era. Entra em campo a Era da Mudança (emocional como o quê). Change-Pró total na cabeça. Reaprendizado absoluto para quem quer seguir em frente na busca incessante da melhoria contínua e do crescimento sustentável a caminho da excelência.

A Mudança (não) é invisível aos olhos. Quem viver, verá…

* Artigo originalmente publicado na revista World Fashion

por Edson D'Aguano

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    “Mundinho fashion“. A vedete era o produto, o produto, o produto, o produto e o produto. Tudo sempre igual. Mesmice total e absoluta. “Porre” à parte, alguma coisa precisava acontecer para quebrar a gestalt do status-chato-quo.

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