Por Mariana Barbosa | Pioneira no e-commerce de moda no Brasil, a Dafiti surfou no boom provocado pela pandemia, que aqueceu as vendas rompendo barreiras para a categoria no mundo digital. Porém, a chegada avassaladora da gigante chinesa Shein, que já abocanha 27% das vendas de moda e calçados pela internet no país, ou quase R$ 8 bilhões pelas contas dos bancos, tem feito um estrago no mercado e levado a companhia a repensar a sua estratégia.
Espremida entre Shein e marketplaces como Shopee, Magalu e Mercado Livre, que também vendem moda, e as marcas de fast fashion nacional como Renner e Riachuelo, a Dafiti tenta sair do apelo de preço se posicionando no topo da cadeia alimentar da moda acessível, com marcas renomadas e produtos exclusivos.
A empresa acaba de firmar parceria com a espanhola Mango, com a britânica Topshop, que já tiveram lojas no Brasil, e com a Lauren, marca feminina do grupo americano Ralph Lauren. Elas se juntam a um catálogo de 100 marcas que inclui ainda GAP, Hugo Boss, Armani Exchange, Michael Kors e Lacoste.
A Dafiti faz a curadoria, selecionando produtos que combinam com o perfil dos clientes, e também oferece produtos exclusivos dessas marcas.
— Quem quer moda perecível, rápida, vai na Shein. Agora, se você quer qualidade, com marca, mas que também seja acessível, você vai na Dafiti — diz o diretor geral para Brasil, Fabio Fadel.
A estratégia, que já vem do ano passado, parece estar surtindo efeito. — Tivemos mais recorrência e aumento de ticket médio, e melhoria na eficiência operacional. Isso ajudou a melhorar a rentabilidade, embora a receita não tenha crescido tanto.
Depois do boom do e-commerce no primeiro ano da pandemia, quando a empresa registrou R$ 3,4 bilhões em NMV (Valor Líquido de Mercadoria), o indicador ficou em R$ 1,87 bilhões no ano passado.
— O setor está começando a se equilibrar e vemos uma perspectiva forte para este ano — diz Fadel.
A Dafiti chegou ao mercado em 2011, idealizada por quatro empreendedores alemães. A empresa foi posteriormente incorporada pela Global Fashion Group, que além da Dafiti na América Latina, explora e-commerce de moda na Ásia e na Austrália, com faturamento de 1,1 bilhão de Euros no ano passado.
No início, a Dafiti tinha marca, mas faltava o apelo de moda e coleção, que ela agora traz com as novas parcerias. O catálogo era formado principalmente por sobras de coleção que não vendiam bem nas lojas físicas.
Fonte: O Globo
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