Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A importância de TER pessoas qualificadas na indústria do vestuário

 

Globalização, demanda e competitividade − fatores que impulsionam as indústrias visando a uma participação maior no mercado.

Mas, por trás de todo produto que é colocado nas prateleiras, existem bastidores que são invisíveis ao consumidor final.

A cadeia têxtil e confeccionista é interdependente e necessita de competências para atender às expectativas do consumidor.

É fato que a tecnologia e outros fatores materiais são de extrema relevância quando se estabelecem padrões de qualidade. Mas existe um fator que determina a inserção de qualquer item relacionado aos resultados de uma indústria: as competências. As pessoas que estão dentro da empresa são os propulsores de todas as ações tomadas. A qualificação dessas competências é o que determina o posicionamento dessas empresas no mercado.

Apesar de o IBGE apresentar a maior baixa de desemprego da história, parte das vagas ainda não preenchidas é devida à escassez de profissionais qualificados. O mercado está cheio de profissionais sem instrução acadêmica para o enfrentamento da concorrência. Ao mencionar os termos globalização e competitividade, a indústria do vestuário nacional logo se refere à concorrência estrangeira, principalmente aos Tigres Asiáticos.

Mas o preço e a qualidade dessa concorrência seriam pontos insuperáveis para a nossa indústria? Existem mais razões que impostos e mão de obra em abundância que tornam essa concorrência tão forte para a indústria brasileira. Não há como apontar culpados pela falta de profissionais mais gabaritados. Existem centros acadêmicos, como o Senai, que continuamente acompanham as mudanças de mercado, ofertando vagas para o setor têxtil e de vestuário por meio de cursos regulares e de especialização nos âmbitos de gestão, técnico e operacional.

Atualmente, o perfil da indústria nacional é de mudança: entre os anos de 1980 e 2010, reduziu-se drasticamente a quantidade de indústrias de grande porte para uma pulverização de indústrias de pequeno porte. De acordo com o último relatório do Iemi para o setor (2013), o número médio de pessoal ocupado por empresa caiu de 56 para 49 funcionários entre 2008 e 2012, porém houve um crescimento de 28.856 empresas para 33.092 indústrias na cadeia têxtil e do vestuário.

O momento é de reflexão. Se realmente a taxação e o preço fossem os únicos fatores a ser combatidos, nossa indústria estaria fadada à falência, o que é uma inverdade.

Uma maior mobilização do setor para formar profissionais mais capacitados auxiliaria muito a redução de custos, um maior aproveitamento de tempo e matéria-prima e uma melhor definição de preço perante essa concorrência. A competitividade é saudável para o mercado. O Brasil agradece por melhores profissionais, melhores produtos e melhores preços.

 

Fábio Murcia Marques é professor de Planejamento e Gestão de Produção da escola Senai Francisco Matarazzo de Vestuário, mestrando em Têxtil e Moda pela USP e consultor de marketing industrial no setor do vestuário.

fabio.murcia@portal.sp.senai.br

Foto: Arquivo pessoal

http://www.costuraperfeita.com.br/edicao/25/materia/caderno-senai.html

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