A falta de uma política industrial, a sobrevalorização do real frente ao dólar e a competição predatória protagonizada pelos países asiáticos no mercado brasileiro, principalmente no setor têxtil e calçadista, refletiram diretamente na vida de milhares de trabalhadores e trabalhadoras que tiveram seus postos de trabalho fechados e continuam sofrendo com constantes de ameaças de flexibilização de direitos por parte do empresariado.
O Plano Brasil Maior, lançado pelo Governo Federal no mês de agosto como forma de combater a crise, propôs a desoneração da folha de pagamento (INSS), principal queixa do empresariado, para uma taxa de 1,5% do total de faturamento das empresas.
A CUT e seus sindicatos filiados entendem que desoneração só pode ocorrer se vier atrelada de contrapartidas sociais que estabeleçam melhorias na vida do trabalhador (a) como a garantia do emprego, geração de postos de trabalho com qualidade e salário digno.
Há muito para avançar. A redução da jornada de trabalho sem redução de salário é uma das nossas prioridades para acabar com situação degradante que ainda toma conta das indústrias têxteis. Mesmo com o avanço da tecnologia, o período de trabalho ainda é exaustivo, além de os salários não acompanharam o esforço na produção.
Atualmente um dos maiores problemas que a categoria têxtil enfrenta é o grande número de companheiras e companheiros obrigados a deixar seus postos de trabalho para produzir em suas residências, além de irmãos e irmãs de países vizinhos aos Brasil, principalmente, bolivianos e paraguaios muitas vezes produzindo em situação análoga à escravidão para grandes marcas. Medidas como a mera diminuição de impostos beneficiam apenas o patrão, pois reduz os encargos trabalhistas sem que isso traga algum benefício a quem realmente financia o crescimento de nosso país.
Mesmo a realidade dos brasileiros e brasileiras não é diferente, diante do grande volume de deslocamento de empresas para as mais variadas regiões do país à procura da mão-de-obra que for mais barata.
A alternativa para o fim desse processo é a campanha nacional para adotar a implementação de pisos regionais e de um contrato coletivo nacional que garanta as mesmas condições para trabalhadores e trabalhadoras em todo o território nacional.
Apenas teremos um desenvolvimento sustentável e justo da indústria se houver distribuição de renda e condições dignas de trabalho. Medidas protecionistas que não incluam a ampliação dos direitos dos trabalhadores não fazem parte da pauta da CUT.
Escrito por: Vagner Freitas, Secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional
Fonte:|http://www.cut.org.br/ponto-de-vista/artigos/4572/a-industria-texti...
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