Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Ruy Drever, dono da marca Pretorian de artigos para luta, cria uma grife de roupas de olho nos endinheirados amantes das artes marciais

 

A badalada rua Oscar Freire, situada no bairro dos Jardins, região nobre da cidade de São Paulo, figura entre os dez endereços de compras mais exclusivos  do planeta. Por lá circulam figuras descoladas, milionários vindos de diversos pontos do continente, além de madames com seus cachorrinhos a tiracolo, seguidas de perto por serviçais abarrotados de sacolas de grifes globais, como Cartier e MaxMara, além de relíquias locais como as lojas Reinaldo Lourenço e Maria Bonita. 

 

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"Faço roupa para quem é vaidoso, mas não se enquadra no figurino almofadinha "
Ruy Drever, dono da Pretorian

 


A partir da segunda-feira 4, integrantes da tribo de praticantes e admiradores das lutas de Mixed Martial Arts (MMA) também baterão ponto neste point. Mais precisamente, no número 228, onde acaba de ser instalada a primeira loja-conceito da Pretorian, a marca brasileira criada pelo empresário paulistano Ruy Drever, de 39 anos. O objetivo do empresário é pegar carona na popularização de um esporte que movimenta US$ 1 bilhão em termos globais e que não para de angariar adeptos no Brasil, graças à forte presença de brasileiros como Anderson Silva e Rodrigo Minotauro, destaques nessa modalidade.“Falta no mercado uma roupa que reflita o estilo de vida e os gostos dos apreciadores do universo das lutas”, disse Drever à DINHEIRO. 

Formado em sociologia e com mestrado em negócios pela Universidade de Bath, na Inglaterra, Drever deixa claro que seu objetivo não é fazer roupas e acessórios para bad boys ou pitboys, jovens que além de cultuarem o corpo,  vivem metidos em confusão. “Meu público-alvo é formado pelo homem sofisticado, que aprecia um bom vinho e nem por isso se sente confortável usando roupas de grifes destinadas a coxinhas (almofadinhas) e menininhas, como a Lacoste”, diz. Por conta disso, as coleções deverão abusar de peças em tons escuros, desenhadas pelo estilista paulistano e sócio de Drever, Alexandre Bucci. As linhas próprias dividirão espaço com acessórios e calçados importados, como os óculos japoneses Black Flys e os coturnos britânicos da Dr. Martens, popularizados pelo movimento punk. 
 
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Mais que apenas uma loja, a unidade, que ocupa um prédio de mil metros quadrados, dividido em quatro pisos, será a plataforma dos principais negócios comandados por Drever. A loja consumiu investimentos de R$ 2 milhões. Lá, será possível fazer uma tatuagem, adquirir equipamentos para a prática esportiva e até comprar um carro ou uma moto personalizados, que ficarão expostas no térreo. Esses veículos são preparados pela paulistana Top Hat Custom Shop, comandado pela dupla Drever-Bucci. Existe, ainda, um ringue para treinamento dos 12 atletas patrocinados pela marca, como Minotauro e Charles do Bronx. No último piso, foi montado um lounge para festas.
 
A proposta de Drever é considerada acertada por especialistas em varejo. “A escolha do ponto e o posicionamento da marca repetem uma estratégia que rendeu frutos para grifes que atuam no basquete, tênis e futebol”, afirma Heloisa Omine, professora de MBA de varejo de moda da Universidade Anhembi-Morumbi e dona da consultoria Shopfitting Service. “A loja serve de ponto de encontro e vitrine para atletas e as pessoas que cultuam esse estilo de vida.” A meta de Drever é abrir outras duas lojas-conceito: no Rio de Janeiro e em Los Angeles. Está também em seus planos a criação de uma rede de franquias com até 40 pontos de venda. 
 
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Grife de lutadores: loja aberta na rua Oscar Freire, em São Paulo,
vende roupas descoladas para esportistas, como o campeão Minotauro 
 
O universo das lutas começou a despertar a atenção de Drever em 2004, quando um amigo o aconselhou a praticar muay thai, como antídoto para o estresse. Três anos depois, ele percebeu que, além de melhorar o condicionamento físico, poderia também transformar o esporte em uma fonte de ganhos, produzindo equipamentos para a prática de MMA. O faro para negócios ele adquiriu ao longo dos 12 anos em que atuou na área de marketing em corporações como Microsoft, Unilever e UOL. Saiu em 2004 para seguir carreira-solo. Hoje, a Pretorian Hard Sports detém a licença para fabricar sacos de areia, luvas e camisetas com a grife UFC. 
 
Entre a marca própria e a de terceiros, são 250 itens, presentes em quatro mil pontos de venda.“Nossas vendas cresceram 180% no acumulado janeiro-maio, em relação a igual período de 2010”, diz. Por conta disso, Drever estuda a instalação de uma fábrica no Brasil, com o intuito de nacionalizar parte da produção, que hoje é feita na Ásia. A unidade deverá começar a funcionar em 2012. O empresário não revela quanto pretende investir. No entanto, fontes do mercado dizem que o projeto deverá consumir, pelo menos, R$ 4 milhões. 
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FONTE: ISTO É DINHEIRO

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