O que bolinhas, florais do tipo Liberty, desenhos tribais e pinceladas multicoloridas têm em comum? Esses padrões visuais pegaram de assalto o guarda-roupa masculino - e viraram estamparia em camisas, calças, lenços e até casacos, pelas mãos de estilistas brasileiros e estrangeiros. A verdade é que já não era sem tempo. Alguém tinha de colocar para escanteio as manjadas listras e quadriculados para incluir outros elementos e cores no visual masculino.
Uma reportagem do jornal britânico "Financial Times" apontou que a atual oferta de roupas para os homens é a mais "ousada e brilhante das últimas temporadas".
E são elas, as estampas, que trazem personalidade à aparência - coisa que as mulheres já perceberam há muito tempo. Para os homens, há um longo caminho a ser percorrido. Mas, para os especialistas no assunto, usar as estampas do momento está para os homens assim como as "it-bags" estão para as mulheres - é uma forma de dizer ao mundo que você está conectado com a moda contemporânea.
Mas, se o consumidor vai apostar no desenho étnico e discreto da recente coleção do estilista João Pimenta (o único que fez um desfile exclusivamente masculino na última São Paulo Fashion Week), se vai investir nas flores joviais da grife inglesa Topman ou se vai embarcar na excentricidade da estampa de lenço da Gucci, isso só ele mesmo é que poderá dizer.
O fato é que o uso abusado da estamparia é apenas mais uma faceta do novo comportamento masculino em relação à roupa, que vem ficando cada vez mais nítido - como comprovam os desfiles mais recentes, aqui no Brasil e lá fora. O momento sugere o fim do minimalismo e da sisudez do visual.
Por um lado, a associação exclusiva de moda com o universo GLS já não faz mais sentido - não precisa ser gay para ser contemporâneo, não é mesmo? Por outro lado, graças a maior intimidade com a moda, o homem tem ficado à vontade para eleger suas grifes preferidas - e para seguir suas apostas.
De qualquer modo, há um "estranhamento" inicial. "O consumidor brasileiro costuma ser mais conservador", diz Lisandro Landell, coordenador de estilo da marca Reserva, do Rio de Janeiro. E, para driblar essa "timidez", nada como o endosso de uma marca irreverente - que não segue tendências, mas "traduz o inconsciente coletivo".
Depois de um derrame de camisas com padrão xadrez, a Reserva propõe estampas de bolinhas, jacquard de âncoras e padronagem Liberty (de flores miúdas). "Nosso papel é mostrar para o consumidor que ele pode ter variação no guarda-roupa, sem que para isso precise inventar uma camisa com três mangas", diz Landell.
Às vezes, diz o estilista, o homem simplesmente não sabe o que quer e só descobre depois de ver novas ideias na vitrine. Foi o que aconteceu com as bermudas mais curtas, criadas pela equipe da Reserva. Uma vez lançada e a clientela percebeu como desejava uma bermuda mais fresca. "Criamos peças para gente de verdade", diz o estilista. "A roupa não faz a pessoa. É a pessoa que faz a roupa." A Reserva apresenta sua nova coleção de verão dia 18, dentro da programação do Fashion Rio. Na passarela, estarão várias opções de jeans, com diferentes tingimentos e aspecto usado e confortável. As estampas florais estarão presentes não apenas nas camisas, mas também nas bermudas, "para que cada um use como quiser e defenda o seu estilo".
Na coleção do estilista Mario Queiroz haverá estampas digitais com as pinceladas abstratas do artista Marco Aurélio Rey. Queiroz, que mostra seu desfile dia 17, durante o Dragão Fashion Brasil, em Fortaleza, é conhecido por investir numa moda masculina menos amarrada pelo básico. "Vivemos hoje um momento de repercussão da masculinidade e a moda é uma tomada de posição contra o preconceito", diz Queiroz, que criou uma coleção inspirada no Dragão do Mar, em homenagem ao Centro Cultural de Fortaleza. No desfile estarão marinheiros e piratas revisitados pelo estilo urbano e chique do estilista.
Fonte:|http://www.valor.com.br/cultura/3078244/moda-masculina-que-vai-alem...
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