Graças a um “alinhamento de astros”, como as três sócias costumam dizer, a Maudde PreLovedLuxury saiu do papel e, em dezembro de 2018, tornou-se numa loja online que vende roupa e acessórios de luxo em segunda mão.
Ana, Rita e Marta têm em comum a paixão pela moda, mas ao mesmo tempo procuram trabalhar nesta indústria de forma mais consciente com o menor impacto ambiental possível. Juntas formam uma equipa que pretende “promover a economia circular através da reutilização de peças de luxo”.
Ana Varandas, 35 anos, herdou peças de luxo da mãe e desde miúda que acompanha as tendências do mundo fashion através da assinatura da revista “Vogue”. O gosto pela moda transformou-se numa vontade de conhecer mais a história deste universo. Depois de estudar Marketing e Comunicação Empresarial decidiu que estava na altura de fazer um mestrado em Moda.
Rita Marcon, 44 anos, trabalha há 18 anos numa loja do mercado de luxo em Lisboa (que prefere não divulgar qual). As clientes sempre lhe pediram dicas sobre onde é que podiam vender as roupas de marcas famosas que estavam esquecidas no closet, mas que ainda podiam ter utilidade para outras mulheres.
Certo dia, Ana partilhou com a mãe a vontade de abrir um e-commerce de luxo, mas faltava-lhe experiência na área comercial. Foi nessa altura que a mãe lhe sugeriu que contactasse Rita, a tal funcionária da loja de luxo que frequentava. Quando as duas se conheceram, começaram logo a pesquisar ideias para o novo projeto. Faltava-lhes, porém, alguém da área financeira, que pensasse de forma mais estratégica. Ana decidiu convidar a irmã, Marta Silva, de 41 anos, para fazer parte da equipa.
“A Maudde é o resultado de uma cuidadosa seleção de produtos de luxo muito variável. O tempo de utilização de uma peça destas vai muito além do que as pessoas lhe dão. Mais vale investir numa roupa ou acessório de luxo em segunda mão do que numa peça de fast fashion que não dura três lavagens”, conta Ana Varandas à NiT.
Nesta nova loja online, vendem-se peças em segunda mão de lojas físicas que não têm site; e artigos de pessoas comuns. Neste último caso, as três sócias fazem uma curadoria das peças. Ou seja, escolhem as melhores, vêem se têm qualidade e se são verdadeiras. No final, colocam-nas à venda.
“As nossas primeiras peças de luxo vieram das antigas clientes da Rita, mas qualquer pessoa pode entrar em contacto connosco através do site. Antes de serem colocadas à venda, os produtos são cuidadosamente analisados. Depois, se o cliente preferir, pode ficar com a peça em casa até a vendermos ou no nosso armazém”, explica Ana.
Todas as peças são colocadas no site à consignação. “Os consignantes indicam os preços a que querem pôr as peças à venda, mas nós aconselhamos sempre que eles sejam entre 50 a 80 por cento abaixo do valor da peça quando estava nova”.
Nesta loja, há marcas como Gucci, Prada, Moschino e Cavalli. O artigo mais barato é um top do Angelo Marani (35€) e o mais caro, uma carteira da Celine (820€). A empresa cobra uma percentagem sobre o valor da venda das roupas e acessórios que pode variar entre 12 e 50%, consoante o tipo de serviço prestado.
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