Recentemente, a abertura de uma grande rede mundial de fast fashion ocupou a mídia com suas enormes filas. Naquele momento, me peguei fazendo uma reflexão sobre a relação das pessoas com a moda e, consequentemente, com a roupa. Há alguns anos, as pessoas têm mudado seu pensamento no que tange a como a roupa deve ser. Se do início até meados da segunda metade do século 20 as pessoas davam grande importância para a qualidade da roupa a ser comprada, e esta era tão boa que as roupas passavam de pai para filho ou de irmão para irmão, hoje se dá muito mais importância para a estética.
Neste texto, eu gostaria de discutir algo que há algum tempo tem estado em todas as discussões referentes ao assunto moda: a qualidade dos produtos comercializados em redes de fast fashion. Essa discussão tornou-se mais acalorada com a entrada, no Brasil, de mais esta grande rede mundial de fast fashion.
Vamos primeiramente lembrar que, conforme eu já escrevi anteriormente, o conceito de qualidade é algo muito particular, ou seja, cada pessoa acaba “criando” seu próprio conceito baseado em sua vivência e em sua relação com o produto consumido e, depois, está também intimamente ligado com o preço e a expectativa de uso e vida útil do produto. Você pode me perguntar: a qualidade dos produtos comercializados por lojas de fast fashion, em especial as grandes redes internacionais, é boa? A resposta será: depende do que você deseja do produto. Se deseja um produto que dure muito tempo, com qualidade de execução impecável, sem nenhum defeito de nenhuma ordem e com acabamento primoroso, eu direi a você que está procurando no lugar errado. Não que você não encontrará tal produto, pode até encontrar, mas está procurando em uma loja que não tem, em linhas gerais, a preocupação de fazer produtos com esse primor. Se você tem a intenção de comprar prontos produtos em grandes quantidades, que tenham uma vida útil curta, sem danos, nas mãos de seu primeiro consumidor, então encontrou. Os produtos são razoáveis e geralmente entregam ao consumidor a satisfação de curto prazo que ele busca ao comprá-los. Entregam estética atual a bons preços e com qualidade de execução em nível aceitável para a média dos consumidores. Ah, mais uma coisa: sempre mostram novidades nas lojas... Mas isso já é outra história.
Fábio Romito é técnico têxtil, administrador de empresas e mestre em engenharia de produção. Atua no mercado de confecção há mais de 25 anos, sendo quase 20 dedicados a consultoria e treinamento em empresas de vestuário. É professor universitário em cursos de graduação e pós-graduação nas áreas de moda e administração.
romitofabio@gmail.com
http://www.costuraperfeita.com.br/edicao/27/materia/qualificacao.html
Tags:
A qualidade dos produtos comercializados em redes de fast fashion. Essa discussão tornou-se mais acalorada com a entrada, no Brasil, de mais esta grande rede mundial de fast fashion.
Muito obrigado por estar compartilhando minhas publicações, Romildo.
Está sendo um prazer compartilhar suas publicações.
Bem-vindo a
Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
© 2024 Criado por Textile Industry. Ativado por