Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Imagine que pode usar um boné que faz um eletroencefalograma ou uma camisola que regista o ritmo cardíaco enquanto trabalha. A investigação da Universidade do Minho (UM) está a ser cruzada com os conhecimentos da indústria têxtil para que isto deixe de ser ficção. Produtos como estes podem chegar ao mercado dentro de ano e meio a dois anos.

O projecto chama-se My Health e une 60 investigadores da UM, uma unidade do Serviço Nacional de Saúde e a Têxtil Manuel Gonçalves (TMG), um dos gigantes do sector no Vale do Ave. Na base, está a investigação da UM que permitiu criar protótipos que aliam dispositivos que permitem medir os sinais vitais a peças de roupa usadas quotidianamente. O desafio é criar, agora, produtos suficientemente fiáveis e esteticamente interessantes. "Ninguém quer andar com um capacete a fazer um eletroencefalograma. Mas se aplicarmos os dispositivos num boné tornamos o produto mais apelativo", diz Isabel Furtado, administradora da TMG.

"Temos que perceber como transformar uma boa ideia num produto que traz valor", afirma o director da Escola de Ciência de Saúde da UM, Nuno Sousa.

O projecto divide-se em nove módulos, para aplicações em diversas áreas. Além de um boné ou de um gorro que registe os sinais vitais do cérebro, a equipa está a desenvolver camisolas com sensores que realizam electrocardiogramas, cintas para grávidas que monitorizam a frequência cardíaca fetal e pijamas que medem os sinais vitais durante o sono.

A informação destes dispositivos tornará mais fiável determinados diagnósticos, mas também permitirá conhecer com mais regularidade o estado de saúde dos doentes. O programa será também acompanhado pela Unidade de Saúde do Alto Minho e associado a Unidades de Saúde Familiar.

A UM e a TMG vão colaborar ainda para projectar novos produtos. Os trabalhadores da têxtil farão investigação na universidade e os académicos poderão conhecer mais de perto a realidade empresarial. "Podemos levar as coisas do laboratório para os doentes e vice-versa, num conceito a que chamamos investigação-translação", explica Nuno Sousa.

O My Health é uma de quatro iniciativas no país que une investigadores e empresas. Além do têxtil, está também a trabalhar com a indústria agro-alimentar. Os investigadores da UM identificaram carências de nutrientes e estão a criar suplementos alimentares que ultrapassem esses défices. Em fase de desenvolvimento está a criação de leites e iogurtes com suplementos de iodo. "Temos a ideia de que Portugal tem níveis de iodo elevados. Os estudos mostram que é uma ideia errada", diz Sousa. Alimentos como estes contribuirão para reduzir essas falhas e permitir um crescimento saudável das crianças ou a melhoria da saúde de adultos.

 

 

FONTE: www.publico.pt

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