Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A segunda maior retalhista de moda do mundo defende uma moda barata mas ética. A empresa sueca acredita que não existe conflito de interesses entre a sua missão de vender mais vestuário de baixo preço e o impulso para melhorar o ambiente e as condições de trabalho nos seus fornecedores. 

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A visão da H&M


A empresa sueca é um dos maiores compradores de vestuário do Bangladesh, onde o colapso da fábrica Rana Plaza em abril de 2013 matou mais de 1.100 pessoas, chamando a atenção mundial para as condições precárias de trabalho na Ásia.

Defendendo a posição da marca, Helena Helmersson, diretora de sustentabilidade da Hennes & Mauritz (H&M), afirmou que «Queremos tornar a moda sustentável mais democrática. Não temos o objetivo de que a sustentabilidade seja um elemento de luxo».

Os clientes da H&M, muitos deles jovens idealistas, estão a tornar-se mais críticos em relação à utilização de mão-de-obra barata, com a empresa a afundar no ano passado para o penúltimo lugar num ranking de sustentabilidade focalizado no seu maior mercado, a Alemanha. «O que prejudica a H&M é a suposição de que deve estar a explorar os trabalhadores, porque produzem roupas baratas», explica Joachim Schoepfer, diretor de reputação corporativa na agência Serviceplan, que realiza um estudo anual sobre a imagem das empresas na Alemanha.

O baixo custo de produção em países como Bangladesh e China ajudou a H&M a construir um império global, com mais de 3.000 lojas em 53 países, e a enfrentar a crescente concorrência de rivais com produtos ainda mais baratos, como a britânica Primark ou a americana Forever 21.

A H&M tem exercido influência no Bangladesh e no Camboja para aumentar o salário mínimo e lançou em novembro um plano para pagar um “salário digno” a cerca de 850.000 trabalhadores têxteis em 2018, dizendo que os governos locais estavam a agir demasiado lentamente.

A empresa sueca, que não aprovisionava no edifício Rana Plaza mas compra cerca de 80% do seu stock a fornecedores asiáticos, foi a primeira a assinar um acordo liderado pela Europa no sentido de melhorar a segurança nas fábricas de vestuário do Bangladesh, após o colapso. Helmersson revelou que a H&M já se encontrava ativa nestas questões antes do desastre. «Não é coincidência que não fossem nossos fornecedores, uma vez que temos vindo a trabalhar na segurança contra incêndio e dos edifícios, há muitos anos», justificou Helmersson, que foi compradora de moda para a H&M no Bangladesh antes de assumir a responsabilidade da sustentabilidade em 2011. «O “made in Bangladesh” é algo de que me orgulho», sustentou a responsável. «A nossa presença no Bangladesh está a registar um impacto muito positivo, se pensarmos nas alternativas de emprego para as mulheres no Bangladesh», apontou.

A H&M, que emprega 100 auditores para verificar os seus 850 fornecedores, está a considerar produzir mais roupa na África Subsaariana e já realizou encomendas na Etiópia e no Quénia. «Queremos expandir. Não se trata de deslocação da capacidade do Bangladesh ou da China», ressalvou Helmersson.

A resonsável defende que o compromisso da H&M com a sustentabilidade foi apoiado pelas raízes escandinavas, onde a consciência ambiental é mais profunda, e pela grande participação detida na empresa pela família Persson, que fundou o retalhista em 1947. Mas também é impulsionado pelos seus clientes, com as pesquisas da empresa a mostrarem que em 2013 uma proporção de 47% estava interessada em produtos mais ecológicos, acima dos 27% verificados em 2012.

Em contraste com o fraco desempenho no inquérito alemão, que é um ranking subjetivo por parte dos clientes, a Interbrand promoveu a empresa da 46.ª para a 42.ª posição entre as 50 principais marcas “verdes” globais em 2013, acima da cadeia rival Zara na 48.ª posição.

Nos próximos meses, a H&M irá lançar uma coleção denim produzida com tecidos reciclados a partir de roupas usadas devolvidas às suas lojas e também a nova gama "Conscious", que utiliza bambu, poliéster reciclado e algodão orgânico. A H&M é atualmente o maior consumidor mundial de algodão orgânico e comprometeu-se a usar apenas algodão de fontes sustentáveis até 2020 e a eliminar a utilização de produtos químicos tóxicos que os ambientalistas dizem ser responsáveis pela poluição dos cursos de água.

http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/43256/xmview/...

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A H&M é atualmente o maior consumidor mundial de algodão orgânico e comprometeu-se a usar apenas algodão de fontes sustentáveis até 2020.

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