Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Por Solange Maldonado
Estilista e Diretora da Escola de Moda Solange Maldonado


Sempre me perguntam sobre acabamentos e existe uma grande confusão a respeito do que fazer ou não. A resposta para todas as perguntas é: acabamento é definido de acordo com o tecido. Estranho? Não de fato. Vamos ver alguns exemplos:

Regata é uma peça básica e pode ser realizada em tecidos diversos. Para cada tecido escolhido temos o mesmo molde, porém o acabamento e a forma de corte são diferenciados.

Regata de cetim: Como o cetim é mais molengo e de gramatura fina (para esta peça, ok?) o ideal é finalizar decotes e cavas com debrum do mesmo tecido e fazer uma barrinha lenço. A peça poderá ser cortada no fio reto ou viés.


Regata de cambraia: A cambraia já é mais encorpada apesar de sua gramatura ser fina. O acabamento ideal é o anatômico para decotes e cavas, e a barra pode tanto ser estreita como larga. É muito comum usar entremeios de renda, ponto ajour e outros detalhes que remetem ao tempo da vovó. O corte é no fio reto.

Regata de renda: Temos várias gramaturas de renda e o fio de corte para elas é, na maioria das vezes, atravessado. Se a opção for uma gripure mais encorpada, podemos aproveitar os bicos para a barra, nas cavas e decotes e isso é feito de uma forma artesanal contornando as partes da peça com a renda. Para a renda chantily o acabamento de cavas e decotes deve ser debrum. Este poderá ser de renda (duplo) ou cetim.


Outro exemplo que gosto muito de dar aos meus alunos é o vestido de alças com barra evasê. Se o tecido for uma seda, a costura é fechada por overloque e reta unindo tudo junto. Podemos forrar com malha e na barra fazer bem delicada, estilo lenço. Já se o mesmo vestido for em georgete, a forma de unir as partes deverá ser a costura francesa para que a transparência não revele overloque nem costura, mas apenas um filete delicado.

Mesmo peças como blazer tendem a ter sua confecção alterada de acordo com os tecidos. Se optarmos por uma sarja, por exemplo, o blazer poderá ser forrado apenas na frente e receber debrum nas bordas das costuras substituindo o overloque.

Agora você deve estar tranquila pensando já ter tudo pronto e certo, não é mesmo? Nada disso! Na moda às vezes aparecem formas de acabamento inusitados criando uma desconstrução proposital. É o caso de babados sem arremate aplicados em peças como blazer, vestidos e blusas e que são em organza transparente sem acabamento nas bordas. Outras vezes, o babado reto pede que seja duplo para não ter acabamento nas bordas, mas sem desfiar. Enfim, esta é uma opção sempre apoiada nas tendências do momento. Em algumas décadas, barras à mão são tudo de bom e em outras, a barra feita à máquina é o que está em alta.

Estamos sempre navegando por águas agitadas quando o assunto é acabamento. Uma coisa que deixo aqui e é muito útil para todas nós: o tecido determina o acabamento.

Tenho alguns vídeos sobre acabamentos e gostaria de compartilha-los com você. Veja abaixo: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=rQUURQKI...
Por Solange Maldonado
Estilista e Diretora da Escola de Moda Solange Maldonado

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Parabéns Solange, excelente matéria. Muito bem elaborada. Participe mais.

   Uma coisa que deixo aqui e é muito útil para todas nós: o tecido determina o acabamento.

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