Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Alfaiataria reinventada: Costanza Pascolato analisa a volta da elegância nas passarelas

Com blazers na linha de frente, novas formas estruturadas reinventam a elegância em silhuetas que desafiam o domínio da roupa casual.

Bem clássicos, os terninhos da Chanel prometem viver novos momentos de glória com o retorno das silhuetas mais desenhadas e formais (Foto: Divulgação / Benoit Peverelli, Imax Tree)

Aalfaiataria marcou presença luxuosa na semana de moda de Paris com a primavera/verão de 2019. A inclusão de novas formas estruturadas, agora em uma variedade extraordinária, indica claramente que elas foram imaginadas para mulheres de diferentes estilos e personalidades. Protagonizadas por blazers de todos os tipos – usados sobre calças, sobre saias, sobre “qualquer coisa” –, essas novas silhuetas, mais “desenhadas” e formais, são provavelmente a melhor reação ao domínio do street e do athleisure, com suas fórmulas legging-tênis-jaqueta-capuz tão democraticamente difusas.

Ao reinventar um padrão de elegância atemporal, a moda de luxo mostra sua cara e cada marca exibe linguagem e vocabulários singulares. É o caso da Alexander McQueen, em que a designer Sarah Burton usou um tecido brocado bordado – de luxo avassalador – para desenvolver uma alfaiataria desconstruída (de rara autoridade) que mal toca o corpo. A vanguarda também se manifesta pelas mãos da lendária Rei Kawakubo, da Comme des Garçons, que cria uma espécie de terno ornado de fios cintilantes, com abertura sobre o ventre grávido da modelo.

Da esquerda para direita: Balenciaga; Alexander McQueen; Sacai e Comme Des Garçons - Da alfaiataria desconstruída desenvolvida pela Alexander McQueen a partir deumluxuoso brocado bordado ao “quase vestido” que integra blazer, capa e trench, da Sacai, nova (Foto: Divulgação / Benoit Peverelli, Imax Tree)

Um sinal ainda mais evidente de que a casualização pode estar perdendo um pouco de sua prevalência veio no desfile da Balenciaga. Essencial para impor a estética street na indústria do luxo, o diretor criativo Demna Gvasalia apresenta, pela primeira vez, um desfile em que o tênis não aparece. Em compensação, a diversidade inusitada de “ombros” é revelada sobre escarpins de salto alto. “Os ombros são a definição da silhueta”, disse Demna, comentando uma alfaiataria superestruturada, e uma outra de ombros suaves, com atitude effortless, quase camisa, mais fácil de usar para os dias dehoje.

Atual campeã do híbrido, a japonesa Chitose Abe, da Sacai, conseguiu a improvável proeza de integrar blazer, capa e trench numa versão única de “quase vestido”. Mais clássicos, mas sempre bem-vindos, os terninhos/saias ou calças da Chanel também prometem viver novos momentos de glória entre suas fãs.

Na hora de vestir, as estruturas sempre foram fundamentais. Elas são uma espécie de moldura que confere formalidade e desafia o que é mais volúvel na moda. Além disso, parecem ser a expressão de um momento de segurança e assertividade entre as mulheres. Sem falar que entregam – de mão beijada – um upgrade na silhueta contemporânea.

https://vogue.globo.com/moda/moda-news/noticia/2019/02/alfaiataria-...

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