Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A cultura de algodão deve recuperar a maior parte da área plantada que perdeu na última safra e avançar em ao menos 25%, segundo representantes do setor consultados pelo DCI. De acordo com o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a lavoura da pluma perdeu 507,5 mil hectares de área na safra 2012/2013, o que representou um recuo de 36,4% sobre o cultivado no período anterior.

A perspectiva de recuperação das cotações internacionais do produto é o principal incentivo para que os produtores expandam a fronteira do algodão. Segundo a analista de fibras do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Elisa Gomes, a cultura vai avançar sobre áreas plantadas com soja e milho. "Essa área vai ser aumentada tanto na primeira safra [do algodão], ocupando o lugar da soja, e ocupando o lugar do milho na segunda safra", assinalou.

Arilton Riedi, de Sorriso (MT), é um dos produtores que está mais otimista com a próxima safra. Após o fim do plantio da soja, no final de outubro, ele definirá a área a ser plantada com a fibra, mas Riedi já calcula que poderá ampliá-la em 20%, de 1,15 mil hectares para até 1,4 mil hectares. Independentemente de qual será o aumento, ele já garante que esse avanço se dará sobre a área atualmente plantada com milho, cujos preços estão em queda no mercado internacional, ao contrário do algodão.

Já Lázaro Corrêa, gerente de produção da Fazenda Cafezal, em Rondonópolis (MT), afirma que esperará mais uma chuva para definir se aumentará ou não a área plantada com a pluma. A tendência, segundo ele, é manter os 1,5 mil hectares.

Desde o início do ano, as cotações do algodão vêm registrando valores maiores do que no ano passado por causa da restrição de oferta no mercado interno e externo. Nos Estados Unidos, maior exportador mundial da fibra, a área plantada recuou 19%. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o algodão em pluma de Rondonópolis, por exemplo, subiu 3,05% na comparação mensal, tanto à vista como a prazo. Apesar do recuo registrado de meados de abril até maio, a analista de fibras do Imea aposta em cotações maiores até o fim do ano.

De acordo com o Cepea, em maio, os contratos do algodão fecharam em R$ 1,97 por libra peso, ou R$ 4,34 o quilograma, queda mensal de 4,52%, mas alta com relação ao ano passado. A última vez em que os preços estiveram tão altos foi em 29 de junho de 2011, quando o contrato estava cotado equivalente a R$ 4,39 o quilograma.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Gilson Pinesso, afirma ainda que a sinalização dada pelo governo de que aumentará o preço mínimo do algodão no Plano Safra 2013/2014, que é anunciado nesta manhã, é outro estímulo para os produtores aumentarem a área. Segundo Pinesso, o governo tem concordado com um preço em torno de R$ 54,50 a R$ 54,80 a arroba. O valor atual é de R$ 44,60, e a Abrapa esperava um subsídio de R$ 61, correspondente aos custos totais por arroba. "Não é o que os produtores esperavam, diante do cenário de soja e milho, mas houve uma recuperação [dos preços do algodão] no cenário internacional", afirma o presidente da entidade, que acredita que os contratos da libra peso do algodão para 2014 continuarão a ser negociados em torno de 85 centavos de dólar, ou 187,39 centavos de dólar o quilograma.

Custos
Caso o governo confirme o novo preço mínimo em torno dos R$ 54 a arroba, o valor ainda não cobrirá os custos de produção dos cotonicultores, que aumentou neste ano. A saída, segundo Pinesso, será aumentar a produtividade na próxima safra, que caiu 7% no período 2012/2013.

Um dos motivos para o aumento de custos é o combate à lagarta Helicoverpa. Para reduzir o impacto sobre a produção, os produtores de Mato Grosso aumentaram de 20 para 29 as aplicações de agrotóxicos em um ciclo de seis meses, o que tem aumentado os custos totais em 25%.

O frete também será outro vilão para o bolso dos produtores. Segundo Elisa Gomes, neste ano o custo com transporte será 54% maior com relação ao ano passado. Em média, o frete cobrado é de R$ 4,25 por arroba, ou R$ 0,29 o quilograma. "Desde janeiro, de Campo Verde para o Porto de Paranaguá, o custo com frete subiu 24%", conta.

Safra atual
A atual safra da pluma começará a ser colhida no próximo dia 15, mas em Itiquira e Primavera do Leste, ambas no Mato Grosso, a colheita deve ser antecipada para esta semana. Pinesso afirma que neste ano a colheita ocorrerá em meio a chuvas, que, "se permanecerem, podem comprometer a qualidade da fibra". Em seu último levantamento, a Conab divulgou uma estimativa de 1,2 milhão de toneladas produzidas nesta safra. Para o presidente da Abrapa, o volume será ligeiramente menor, em torno de 1,1 milhão de toneladas.

Fonte: DCI

Exibições: 107

Responder esta

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço