Algodão pouco transparente - Uzbequistão

[Romildo de Paula Leite]

A transparência é um fator de destaque para os retalhistas e marcas de vestuário no aprovisionamento de algodão proveniente do Uzbequistão.

O Responsible Sourcing Network (RSN na sigla inglesa) publicou no ano passado uma pesquisa realizada junto de 49 empresas em que procurou avaliar as medidas tomadas pelas mesmas na identificação do risco, definição de políticas, implementação de procedimentos e divulgação de práticas que eliminem e impeçam a ocorrência de trabalhos forçados na colheita de algodão. Entre as empresas que adotaram medidas mais amplas no sentido de impedirem a penetração de algodão do Uzbequistão, colhido com recurso a trabalhos forçados, nas suas cadeias de aprovisionamento estão a Adidas, Marks&Spencer e Patagonia.

O polo oposto é ocupado pela Costco, Forever 21 e Sears, com All Saints e Urban Outfitters a apresentarem o pior desempenho. Das 19 empresas às quais o inquérito foi efetuado uma segunda vez, apenas sete responderam.

Apesar de terem reportado um aumento de 11 a 45,5 pontos no seu desempenho, todas se mostraram relutantes em divulgar o progresso feito na implementação de medidas que contrariem a aquisição de algodão do Uzbequistão, resultante de trabalhos forçados ou informação suplementar sobre os seus fornecedores, indica o relatório.

Entre as empresas que apresentaram grandes melhorias na sua prestação encontram-se a Sears Holdings, a Kering e o fabricante de vestuário Hanesbrands. «A transparência é cada vez mais importante para os consumidores e os investidores, especialmente quando está relacionada com uma prática tão significativa como o trabalho forçado», aponta o relatório, acrescentando que «é no melhor interesse de uma empresa que esta responda a pesquisas como esta, para que reconheça onde existem desafios e complexidades na cadeia de valor, e para trabalhar com os colegas e os stakeholders na resposta aos desafios».

http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/44445/xmview/...