Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Mercado é quem dita regras. Preços em elevação aquecem as vendas e negócios avançam safras à frente no Estado


Momento é favorável aos negócios, mas cautela deve existir


Sustentados nas boas cotações da Bolsa de Nova Iorque e nos preços internos, os contratos futuros de algodão já têm negócios fechados até 2013. De acordo com a Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), os cotonicultores anteciparam a venda de 5,15 mil toneladas para essa safra, sendo 4,61 mil toneladas destinadas às exportações e, 540 toneladas ao mercado interno. “Mas são apenas contratos com registro. Se levarmos em conta todas as operações, esses números são bem maiores”, aponta o diretor executivo da Ampa, Décio Tocantins.

Ele informou que para a safra 2012, a ser plantada a partir de dezembro deste ano, as vendas futuras na Bolsa brasileira somam 350,83 mil toneladas, das quais 304,95 mil para exportações e, o restante (R$ 45,88 mil), para o suprimento do mercado doméstico.

Tocantins comentou que este ano as vendas estão mais adiantadas porque os preços estão melhores em relação ao ano passado, nesta mesma época do ano. Para dezembro 2011, por exemplo, a cotação do algodão indica 1,22/libra peso, julho de 2012, US$ 1,09/lp e, dezembro de 2012, US$ 1,00/lb.

“O algodão ainda está em um bom momento, com os preços remunerando a produção e gerando algum ganho ao produtor. Mas é importante lembrar que já estamos nas médias de preços. A euforia, de pico de preços acabou. Para se ter uma idéia, há 70 dias o algodão estava cotado a US$ 4,00/lp e, hoje, 2,10/lp”. A valorização, segundo Tocantins, se deu devido aos baixos estoques mundiais.

Na avaliação dos especialistas, o produtor deve aproveitar os preços para travar vendas futuras, mas com cautela. “Os produtores devem fixar preços com base em uma análise bem feita dos custos de produção. A ordem é ter o máximo de cautela e estar atento também à trajetória do dólar”. De uma maneira geral, acreditam que é importante o produtor ter pelo menos parte de seus custos de produção vendidos no mercado futuro.

DESEMPENHO – Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) comprova o ótimo desempenho do algodão no ciclo 2010/11. A área plantada cresceu 64,40% - passou de 428,1 mil/ha para 703,80 mil/ha – mas a produção evoluiu em proporção bem maior (79,91%), saltando de 583,5 mil/t na safra 2009/10 para 1,04 milhão de toneladas este ano. A produtividade média do algodão também melhorou bastante, passando de 1,36 mil quilos/ha para 1,48 mil quilos/ha, incremento de 9,02%.

ALERTA - A falta de chuvas em abril, em Mato Grosso, pode provocar perdas de 5% a 6% na produção de algodão em pluma do Estado, cuja colheita está prestes a ser iniciada. A previsão da Associação dos Produtores de Algodão do Estado (Ampa) ainda é inicial, mas já é dado como certo que a perda de produtividade afetará principalmente a segunda safra, plantada mais tardiamente, após a colheita da soja.

A estimativa inicial da entidade era de uma produção total de 1,05 milhão de toneladas de algodão em pluma. O plantio alcançou 730 mil hectares, sendo 350 mil com a chamada safrinha, plantada em janeiro. Segundo Décio Tocantins, a safra total agora deve alcançar de 950 mil a um milhão de toneladas.

"Durante o mês de abril as chuvas foram muito irregulares nas regiões produtoras. Então, na segunda safra deve haver uma perda em torno de 10%, o que significa 5% a 6% da safra total", disse Tocantins. Segundo ele, as lavouras da primeira safra devem alcançar uma produtividade média em torno de 1.500 quilos de pluma por hectare. Ainda não há uma previsão para a safrinha, mas tradicionalmente o rendimento dela é menor.

Em palestra no seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2011 e 2012, realizado na quinta-feira em São Paulo, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Sérgio De Marco, expressou preocupação com a estiagem nas regiões de Sorriso, Sinop, Lucas do Rio Verde e Sapezal. "Ali não chove desde o dia 10 de abril. Parte da produção não será colhida", afirmou.

Alvaro Salles, diretor-executivo do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMA-MT), concorda que a produção deve ficar entre 950 mil e um milhão de toneladas, ante expectativa inicial da entidade de até 1,1 milhão de toneladas. Segundo ele, alguns produtores já iniciaram a colheita das lavouras mais precoces em meados deste mês, mas os trabalhos ganham força mesmo a partir de 15 de junho. "Neste ano a colheita foi antecipada em até um mês porque abril foi seco", disse ele.

FONTE: Agência Rural e Agência Estado

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