Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

As marcas e os retalhistas globais estão a trabalhar em conjunto para abastecerem-se com algodão mais amigo do ambiente e socialmente responsável no âmbito da iniciativa “Better Cotton”, com o objetivo de que a cadeia de aprovisionamento veja o algodão sustentável tornar-se a norma.
 

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Algodão mais responsável

À medida que as primeiras fibras da iniciativa “Better Cotton” começam a percorrer o seu trajeto no vestuário, a Levi Strauss e a Marks & Spencer juntaram-se a outras marcas e retalhistas interessados por explicar o que esperam alcançar.

As atividades coletivas de responsabilidade empresarial no setor do vestuário atingiram um novo patamar no ano passado. Desde a Sustainable Apparel Coalition, que reúne um grupo de marcas globais e retalhistas para medir a sustentabilidade dos seus produtos, aos esforços conjuntos da Adidas, C&A, H&M, Li Ning, Nike e Puma para eliminar a descarga de produtos químicos perigosos ao longo das suas cadeias de aprovisionamento, o ano de 2011 marcou avanços indiscutíveis.

Mas existe ainda outro grupo de marcas globais e retalhistas que também estão a trabalhar em conjunto para tentar transformar a fileira moda através da criação de procura na cadeia de fornecimento por mais algodão sustentável.

A Better Cotton Initiative (BCI), que conta com empresas como Levi Strauss, Marks & Spencer, H&M e Adidas entre os seus fundadores, espera que a promoção dos melhores benefícios ambientais e sociais do algodão produzido de forma sustentável tornar-se-á a norma, e não a exceção, na produção de vestuário.

Para além do objetivo de reduzir a utilização de pesticidas, a iniciativa pretende promover o uso eficiente de água, rotação de colheitas e boas condições de trabalho. E diversas ONGs também estão a trabalhar com a BCI, incluindo a Solidaridad Foundation, WWF e Pesticides Action Network, a fim de implementar práticas agrícolas mais sustentáveis para o algodão em pequenas propriedades por todo o mundo.

Segundo o responsável de apoio ao produtor Maaike Schouten da Solidaridad Foundation, a Better Cotton oferece um «caminho intermédio para os agricultores que podem não ser capazes de implementar esquemas mais rígidos, como comércio justo ou programas de certificação orgânica». Outra diferença, aponta o respons´vel, é que, ao, contrário do comércio Jjsto ou algodão orgânico, o Better Cotton «não é vendido a preços mais elevados, por isso os agricultores conseguem vender a quem quiserem ao preço que conseguirem».

A iniciativa centra-se em ajudar os agricultores a transitar de uma estratégia de produção quimicamente intensiva para uma impulsionada pelo conhecimento. Falando sobre alguns dos passos que o programa tem tido, Keith Tyrell diretor da Pesticides Action Network, diz que ao ensinar os agricultores a identificarem pragas e combatê-las, reduziram em dois terços a utilização de pesticidas na Índia. «Os agricultores são muito fáceis de convencer, uma vez que cerca de 60% das suas receitas podem ser perdidas em custos com pesticidas», acrescenta Tyrell.

De igual forma, a diretora da BCI, Lise Melvin, revela que os agricultores reduziram o seu consumo de água em 40% no Paquistão através do esquema, como parte de uma mudança de inundações e extração de águas subterrâneas para sistemas de irrigação gota a gota. A responsável destaca ainda o modo como o programa está a ensinar os agricultores a aplicarem nutrientes «com base na necessidade, em vez de hábitos», ajudando-os a tomar decisões informadas, que por sua vez aumentam os seus lucros.

Segundo o especialista em matérias-primas da Marks & Spencer, Mark Sumner, a heterogeneidade da indústria tem sido, até agora, «uma das questões principais» de prevenção à implementação de esquemas como este. «O algodão é cultivado em 80 países ao redor do mundo, empregando mais de 300 milhões de trabalhadores e, com mais de 90% dos agricultores a viverem nos países em desenvolvimento nas propriedades com menos de dois hectares, a rastreabilidade tem sido um grande obstáculo», refere Sumner. Combinando isto com «algumas partes da indústria têxtil a não quererem que os retalhistas saibam de onde as coisas proveem, tornou-se difícil encontrar uma solução», conclui.

Fonte:|http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/40432/xmview/...

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