Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Apesar de a posição da China como “fábrica do mundo” parecer inatacável, o aumento dos custos de produção está a fazer com que muitos dos seus clientes internacionais busquem alternativas para o aprovisionamento. E alguns países já começam a destacar-se.
 

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Alternativas à China – Parte 1

 Este pode muito bem ser o último ano em que o sector de aprovisionamento de vestuário na China ganha quota de mercado, de acordo com Anne-Laure Linget, diretora internacional de desenvolvimento na Fédération de la Maille et de la Lingerie, associação francesa para os sectores de malha e da lingerie.

Apesar de a sua fase de rápido crescimento parecer ter chegado ao fim, o fosso entre a China e o resto do mundo continua a ser enorme, com cerca de 43,8% dos produtos destinados à União Europeia em 2011 a terem origem chinesa. Em contraste, o seu concorrente mais próximo no aprovisionamento à UE é a Turquia, que representou apenas 12,2% do mercado de vestuário no ano passado.

A pesquisa realizada pela associação francesa, contratada pela Fast Fashion London, descobriu que, após 20 anos de relativa estabilidade – excluindo o pico nos preços do algodão no ano passado –, os custos de produção devem continuar a subir, até 2% a 5% ao ano, particularmente na Ásia.

Linget, co-autora do “'Worldwide Sourcing Study”, refere que estas questões devem continuar, tornando a China num centro de aprovisionamento menos atrativo e competitivo. Além disso, «as pessoas preferem trabalhar para a Apple», explica Linget, salientando os maiores salários e melhores condições de trabalho oferecidas pelas empresas produtoras de componentes para o gigante informático.

No entanto, os aumentos salariais não atingiram todos os mercados e existem agora muitas alternativas à China, que apresentam salários mais baixos e estão mais próximas dos mercados das marcas, «o que lhes permite economizar em transporte e trabalho numa base de “fast fashion”».

De acordo com Linget, países como a Bielorrússia, Ucrânia, Moldávia, Roménia, Madagáscar, Tunísia e Marrocos são mercados a considerar como fontes de aprovisionamento.

Bielorrússia
Em 2011, o salário médio mensal para os trabalhadores da indústria têxtil e de vestuário era cerca de 190 euros na confeção e 220 euros no setor têxtil. Este país estáa ganhar pontos no aprovisionamento para fatos, blazeres, casacos, camisas, roupas leves e malhas para bebé. Linget descreve-o como um dos países têxteis-chave entre os ex-estados soviéticos, com fábricas bem equipadas e uma mão-de-obra qualificada e de baixo custo. Por outro lado, o trabalho é feito principalmente com base nas operações de corte, costura e acabamento devido à falta de matérias-primas de qualidade, falta de flexibilidade em algumas fábricas e direitos aduaneiros de 20% para a UE. Mas o país começa já a conhecer aumentos de preços na produção de vestuário.

Ucrânia
Os salários médios mensais na indústria têxtil e vestuário ucraniana correspondem a cerca de 150 euros por mês. É considerada uma boa opção de aprovisionamento para vestuário de senhora, vestuário exterior de gama alta, fatos para homem e senhora, camisas, vestidos de noite e vestidos de noiva. Linget refere que o país tem uma forte tradição na confeção, com fábricas bem equipadas e uma série de pequenas confeções. Os aspetos negativos incluem a especialização limitada das fábricas de vestuário, onde não existe produção de jeans ou de roupa interior de alta qualidade.

Na segunda parte deste artigo são analisadas as restantes alternativas – Moldávia, Roménia, Madagáscar, Tunísia e Marrocos –, incluindo uma as potenciais vantagens e inconvenientes.

Um novo estudo realizado pela Fédération de la Maille et de la Lingerie assinala o fim do crescimento da subcontratação de vestuário na China e destaca como alternativas para o aprovisionamento a Bielorrússia, Ucrânia, Moldávia, Roménia, Madagáscar, Tunísia e Marrocos.
 

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Alternativas à China – Parte 2

Apesar de a quebra prevista no crescimento, tudo indica que China manter-se-á como país líder mundial no fabrico de vestuário. No entanto, o aumento dos custos de aprovisionamento está a fomentar o aparecimento de diversas alternativas. Segundo o estudo “'Worldwide Sourcing Study” realizado pela Fédération de la Maille et de la Lingerie, associação francesa para os sectores de malha e da lingerie, algumas dessas alternativas são a Roménia, Moldávia, Madagáscar, Tunísia e Marrocos.

Roménia
Os salários médios na Roménia são de 280 euros por mês na confeção e 360 euros no sector têxtil. É uma boa opção de aprovisionamento para vestuário pronto-a-vestir de senhora, vestuário exterior de gama alta, fatos para homem e senhora, camisas, roupas de malha e lingerie. As vantagens para o aprovisionamento na Roménia incluem a ausência de direitos aduaneiros ou barreiras, fábricas bem equipadas, bons conhecimentos de francês e inglês, combinados com um baixo custo e uma força de trabalho de qualidade. Os problemas enfrentados no país incluem os salários crescentes na indústria têxtil e de vestuário e o aumento dos preços.

Moldávia
Na Moldávia, o salário médio mensal na indústria têxtil e de vestuário é de 170 euros por mês. O país especializou-se na produção de tecidos, vestuário de malha, calçado e produtos de couro. Dispõe de trabalhadores qualificados e especializados, um elevado nível de capacidade técnica, uma boa reputação e acordos de livre comércio com a Roménia. Conta também com um curto prazo de entrega para os países da UE e CEI. Do lado negativo, a falta de matérias-primas significa que estas têm de ser fornecidas pelo cliente e os salários dos trabalhadores estão a aumentar junto da fronteira com a UE.

Madagáscar
Apesar de o salário mínimo mensal em Madagascar ser cerca de 33 euros, o acréscimo de horas extras, incentivos e políticas sociais de algumas empresas, levam a que o rendimento médio dos trabalhadores qualificados seja de 43 a 53 euros por mês. O país é uma boa opção para o aprovisionamento de roupa infantil, sportswear, lingerie, roupa de trabalho, blusas, malhas e casacos. Não está sujeito a impostos aduaneiros para a UE, não existem barreiras linguísticas em francês ou inglês e, de acordo com Anne-Laure Linget, diretora internacional de desenvolvimento na Fédération de la Maille et de la Lingerie, as empresas respeitam o meio ambiente e os aspetos sociais. No entanto, Madagáscar enfrenta a falta de flexibilidade e reatividade devido à sua localização geográfica e, por outro lado, a falta de matérias-primas e as prestações sociais obrigatórias aumentam os custos das empresas.

Tunísia
A Tunísia possui salários mínimos anuais de 2.350 euros. O país é o quinto maior fornecedor de têxteis e vestuário para a UE, com pontos fortes em jeans, sportswear, calças formais, lingerie e roupa de banho. É capaz de apresentar um curto prazo de entrega de duas a quatro semanas, oferecendo flexibilidade e reatividade na entrega e reabastecimento. No entanto, a instabilidade política tem levado muitos investidores estrangeiros a deixar o país. Verifica-se também a escassez de tecidos, energia e transportes – os empregadores são obrigados a oferecer segurança social e transporte aos funcionários.

Marrocos
O salário mínimo anual em Marrocos é de 2.142 euros. Os pontos fortes do país estão na moda feminina, jeans, t-shirts, vestidos, camisolas e lingerie. A sua proximidade aos mercados europeus oferece vantagens competitivas em custos de transporte, preços e serviços. No entanto, existe a escassez de mão-de-obra devidamente treinada e qualificada, assim como uma subcontratação ainda pouco desenvolvida.

Fonte:|http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/41304/xmview/...

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