Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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América Latina abre as portas ao calçado e têxtil português

América Latina abre portas ao calçado e têxtil português

Grupo Eureka admite investir sete milhões na criação de uma rede de sapatarias na América Latina. Exportações dos dois sectores aceleram crescimento.

A América Latina está a render-se à moda portuguesa. A Eureka, marca portuguesa de calçado, está em negociações com o grupo chileno Fallabela - que actua no negócio dos centros comerciais, ‘department stores' e hipermercados - para instalar lojas da marca na América Latina. A Eureka tem sete milhões de euros disponíveis para investir na região. Já a Dielmar foi contactada por potenciais interessados em desenvolver os mercados do Chile, Panamá, Venezuela e Colômbia, projectos que integram a abertura de lojas em ‘franchising'.



A marca de roupa infantil Dr. Kid assegurou um cliente no Equador e está em conversações com um empresário colombiano com vista à distribuição dos seus produtos neste mercado. Na ColômbiaModa, feira que ontem terminou em Medellín, os empresários portugueses da moda multiplicaram-se em contactos com o objectivo de aumentar as exportações e diversificar os destinos dos seus produtos, ainda muito centrados numa Europa cuja economia se encontra a meio gás.

Alberto Sousa, proprietário da Eureka, quer "instalar uma rede de lojas e uma estrutura logística" nesta região e admite abrir "cinco a seis sapatarias em cada cidade com mais de dois milhões de habitantes". O empresário adianta que "temos cinco a sete milhões para investir, é mais ou menos o que gastámos em Portugal, onde até ao final do ano teremos uma rede de 30 lojas Eureka". O grupo facturou 22 milhões em 2013.

A Dr. Kid, marca da têxtil Inarbel, garantiu já um cliente no Equador, que detém uma rede de lojas de puericultura neste mercado. "Já oficializámos uma encomenda de oito mil euros", revela José Armindo, proprietário da empresa. José Armindo espera também conquistar um cliente colombiano, que explora um conjunto de lojas em toda a Colômbia. O empresário destaca que este mercado é bastante apetecível, nomeadamente por ter eliminado as taxas alfandegárias aos produtos europeus. Além disso, segundo José Armindo, a Colômbia criou um imposto de cinco dólares por quilo de produto importado para barrar a importação ilegal da China, o que dá mais espaço aos têxteis portugueses. A Dr. Kid já vendeu também para o Panamá e México.

A Dielmar ainda está numa fase exploratória do mercado da América Latina, mas as perspectivas são optimistas. Segundo Pedro Pinto, responsável pelas vendas a nível internacional, o projecto de abertura de lojas em ‘franchising' está a ser bem recebido pelos latino-americanos que têm passado pelo ‘stand'. "Temos pessoas interessadas na distribuição e em parcerias para a abertura de lojas", adianta. O objectivo será desenvolver mercados limítrofes como o Chile, Panamá e Venezuela a partir da Venezuela, diz Pedro Pinto. Mas deverá ser no Dubai e na Arábia Saudita que deverão abrir as primeiras lojas Dielmar em ‘franchising', já que as negociações estão mais avançadas. O projecto deverá estar concretizado em 2015.
As perspectivas de negócio criadas na ColômbiaModa são também optimistas para as empresas de calçado Cubanas, Dkode, Felmini e Carité. Apesar de ser a primeira vez que se apresentam neste certame, os empresários vêem o mercado colombiano como um destino de exportação bastante promissor. António Marques, sócio e administrador da Cubanas, já estabeleceu contactos com vista à venda dos sapatos da marca em espaços multimarca na Colômbia e para a abertura de lojas em ‘franchising' na Costa Rica. "Estamos a ver se conseguimos encontrar distribuidor para a marca própria, pois acho que o mercado tem potencialidades", diz por sua vez Reinaldo Teixeira, proprietário da Carité (detém a marca de luxo J. Reinaldo). A Carité, que produz para a Tommy Hilfiger e Kenzo, vai investir 800 mil euros na criação de uma nova empresa, especializada na produção de sapatos de senhora de salto alto. O projecto estará em operação até ao final do ano.

A Felmini, que tem em Itália o seu principal mercado, fez esta primeira visita à Colômbia para publicitar o seu produto. Como adianta Joaquim Silva, proprietário da empresa, "já temos alguns contactos e espero que se concretizem", afinal "as mulheres passam aqui e ficam de boca aberta". Também a Dkode, que esteve em Janeiro em Bogotá, acredita que irá concretizar negócios, até porque alguns contactos feitos da capital colombiana se repetiram agora em Medellín.

A marca portuguesa de lingerie Collove, também acaba de se estrear no mercado colombiano. Sandra Morais, administradora da empresa, está esperançada em fechar contratos de fornecimento, até porque "o clima é bom para o produto que temos" e "oferecemos um artigo diferente do que existe cá". Para já, houve um interesse manifesto de um empresário do Equador, que quer distribuir a marca naquele país.

Têxtil quer exportar cinco mil milhões
O têxtil e vestuário português quer voltar aos tempos áureos. "Até ao final da década queremos atingir os cinco mil milhões em exportações, valor a que chegámos em 2001, mas agora com menos empresas e menos postos de trabalho", disse Paulo Vaz, director geral da ATP (Associação de Têxtil e Vestuário de Portugal). Até Maio, o sector registou um crescimento de 11% nas exportações, o que poderá conduzir a vendas ao exterior 4,5 mil milhões de euros no final do ano. "São valores anteriores à crise e agora com menos empresas e menos trabalhadores e com um produto com maior valor acrescentado, com serviço incorporado e uma margem maior", salientou. A ATP está também a elaborar o novo plano estratégico para o sector, que deverá ser apresentado no final do Verão.

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