Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Amarelamento – “O terror do Jeanswear” by Ju Medina e Geisa Camalionte

Olá, pessoal! Não podemos deixar de agradecer o grande sucesso que foi a última matéria, o nosso muito obrigada!

Hoje iremos falar sobre um dos assuntos mais debatidos em grupos de whatsapp, em rodas de profissionais do setor: a problemática do “AMARELAMENTO”.

E por que esse assunto é tão debatido?

Simplesmente porque ele compromete o visual da peça e sua recuperação é praticamente impossível de ser feita, sendo somente amenizada e olha lá…

E para começarmos a falar sobre o amarelamento, primeiro precisamos entender um pouco das características do tecido denim, principalmente sobre o seu corante, o ÍNDIGO.

O ÍNDIGO

Quem aqui já ouviu a Ju Medina falando: o “ÍNDIGO É LOUCO, MUITO LOUCO”?

Realmente o ÍNDIGO é muito louco, mas quimicamente falando vamos entender um pouco sobre sua estrutura e o porquê dessa loucura. Ele tem como principal característica a baixa solidez, além de apresentar grande volatilidade por vezes. O que faz com que ele sofra oxidação mais rapidamente, bastando apenas ter O2 (oxigênio). Porém, fatores como luz artificial e também natural, ambas diretas e temperaturas mais elevadas, são catalizadores dessa oxidação que origina o AMARELAMENTO.

CHECK LIST

Fizemos um breve check list, de alguns possíveis fatores que aceleram a oxidação do índigo:

1-TEMPO DE EXPOSIÇÃO A LUZ – ANTES, DURANTE E DEPOIS.

(Sim, ANTES o tecido irá “queimar” (oxidar) se não estiver bem armazenado e DURANTE os processos também. Quem nunca teve fila na centrifuga ou na secadora? Por que não cobrir os carrinhos (nichos) também se tiver nessa fila? E DEPOIS, vamos entrar no mérito que às vezes o cliente pede para a lavanderia segurar o lote já pronto e enviar daqui uns dias e, principalmente, nas lojas e estoques).

2-ÁGUA (quais os principais parâmetros da água que devemos nos atentar? TODOS. DBO, DQO, pH, matérias orgânicas, excesso de alcalinos terrosos (Ca+, Mg+, Fe+) etc).

3-ENXAGUES CORRETOS ENTRE OS PROCESSOS (considerando o seu tempo, quantidade e relação de banho adequada).

4-BOM ALVEJAMENTO (para tirar quaisquer resquícios de contaminantes que ajudarão na oxidação do tecido).

5-EXCESSO DE SILICONE (MICRO OU NANO EMULSÃO) E ESSÊNCIAS (sobre o excesso, como disse o médico e físico suíço-alemão Paracelso “A diferença entre o remédio e o veneno está na dose”, não estamos apontando esse produto como causador, mas sim seu excesso).

6-QUALIDADE DO ACABAMENTO DO TECIDO VINDO DE FÁBRICA (principalmente quando carregados de silicones na fase final do acabamento).

7-Para finalizar, deixaremos uma reflexão, para as equipes de ESTILO, DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO, COMPRADORES: “Por que toda boa lavanderia, de norte a sul do Brasil, conhece esse check list?” E também gostaríamos de deixar uma leve provocação sobre a ASSERTIVIDADE: “Por que a escolha assertiva do tecido otimiza os processos na lavanderia? Otimiza o time da entrega do seu produto final? E, principalmente, expõe suas peças a menos processos? Lembrando que menos processos, menos tempo de ciclos (exposição a luz)?” “Então, se planejam fazer peças claras, por que não já utilizar tecidos com tingimentos baby blue, por exemplo?” Por que jogar tempo e índigo no ralo literalmente?

Não adianta bater na mesa e pedir SUSTENTABILIDADE, sendo que, a verdadeira sustentabilidade se inicia em produzir de forma correta e não somente “resignificar, reciclar etc”…

Fica aí nossa reflexão.

Um grande beijo nosso e até a próxima matéria!

Fonte e Foto: Ju Medina e Geisa Camalionte

https://guiajeanswear.com.br/noticias/amarelamento-o-terror-do-jean...

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