Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Por Gabriela Kuhnen
Estilista e professora do Departamento de Moda do Ceart (Udesc)

Ao olharmos para uma imagem ou ilustração, logo pensamos ou sentimos se nos agrada ou não, concorda? Toda a análise gráfico-visual passa por um processo cognitivo subjetivo, em que a compreensão e a valoração do que é visto está intimamente ligada à capacidade de expressão e da mensagem que o criador busca passar para o observador.

Essa linguagem possui a mesma base da comunicação verbal, com um emissor e um receptor, em um contexto que possui um código comum, no qual a imagem vem carregada de significados que, em geral, valorizam o ser, mostrando-o elegante, sofisticado, descontraído dependendo de como a ilustração é representada.

Na análise gráfico-visual, consideram-se sempre os aspectos mais importantes que se encontram em nível pré-figurativo, como os elementos que são pontos, linhas, manchas e planos e dão origem a elementos adjetivos como cores, tonalidades e texturas. Por meio da percepção dos mesmos é possível fazer associações a situações vivenciadas e, dessa forma, gerar outros sentidos próprios para a imagem, por intermédio de elementos compositivos buscando criar um contato com o observador para encantar, seduzir e divulgar ideias e conceitos.

Visto que a ilustração de moda tem o papel de divulgar, comunicar, persuadir, incentivar e reforçar o papel de uma marca ou da própria moda na sociedade e, passado seu processo de decadência com o advento da fotografia, hoje as ilustrações são feitas por ilustradores denominados artistas. Muitas vezes as ilustrações cumprem o papel de contar, expressar, explicar, inspirar ou afetar de forma tão eficiente ou mais quanto a própria imagem fotográfica.

A seguir, pode-se fazer uma breve análise das duas ilustrações de Moda da Esra Roise para a revista Nylon Magazine.

Observa-se na figura 1 as escolhas dos elementos pré-figurativos orientadas para um público jovem, representados na atitude da modelo e também nas cores primárias azul e vermelho. As texturas manchadas e aguadas sem bordas bem definidas sugerem quebras de padrões, rebeldia e condutas contestadoras.

Fonte: http://esraroise.com/portfolio/commissioned/nylon-magazine/245/

Já na figura 2, a imagem nos revela mais sensualidade por meio da maquiagem, que é ícone de feminilidade. O azul no cabelo revela a mesma transgressão da imagem anterior e um dos olhos sem cor sugere as forças opostas conditas em todos nós (o certo e o errado, o bem e o mal).

Fonte: http://esraroise.com/portfolio/commissioned/nylon-magazine/390/

De modo diferente da linguagem escrita ou falada, que muitas vezes separa e nacionaliza, a linguagem visual unifica e traz mensagens instantaneamente sem barreiras ou fronteiras. Com o uso adequado dos elementos gráfico-visuais pode-se propor uma representação escolhida e orientada. Nesse sentido, para artistas ou designers ter o conhecimento do bom ou mau funcionamento de uma mensagem visual é muito produtivo para sua compreensão e melhoria de seu desempenho.

Por Gabriela Kuhnen
Estilista e professora do Departamento de Moda do Ceart (Udesc

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