Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Androginia: a história da percepção do masculino e feminino

Por Ana Luiza Olivete
Designer de Moda, Professora e Consultora Empresarial

A androginia está nas evidências visuais e comportamentais, e não é uma tendência atual, há fatos que demonstram que está presente no ambiente social e na moda desde os mais remotos tempos, em cada período demonstrado e aceito de forma distinta pela sociedade vigente.

O andrógino é aquele que tem características físicas de ambos os sexos. Entretanto, pressupõe-se que os andróginos sejam invariavelmente homossexuais ou bissexuais, o que não é verdade, a androginia é um caráter da aparência individual de uma pessoa, nada tendo a ver com a orientação sexual (ou identificação sexual).

A imagem do andrógino sempre esteve presente no mundo das artes. Seja por motivos políticos, sociais ou simplesmente estéticos. Muitas imagens que retratam fases históricas trazem em suas definições figuras humanas com traços dúbios, evidenciando características andróginas.

 

Caráter dúbio nas obras de arte/Reprodução


Na década de 1920, com o início da liberdade feminina, as mulheres aparecem com cabelos curtíssimos.

 

 

 

Mulheres de cabelos curtos/ Reprodução

 


Surgem, no cinema, personagens masculinos, que fazem uso de maquiagem, mesmo não sendo socialmente, se faz presente.

 

 

 

 

Maquiagem masculina/ Reprodução


Com a 2° Guerra Mundial, na década de 1940, ocorre a militarização da indumentária feminina, aparece o bifurcado (saia-calça) para andar de bicicleta e trabalhar. A escassez de tecidos e a inserção da mulher nas atividades até então ditas masculinas, levavam à roupas mais sóbrias e masculinizadas para as mulheres.

 

 

 

Saia calça e Marlene Dietrich/ Reprodução

 


Na década de 1950, a androginia fica por conta dos homens que adotam shorts curtos e roupas coloridas como parte de seu guarda roupa.

 

 

 

 

 

Homens na década de 50 e sua relação com a androginia/ Reprodução

A androginia está presente na arte e na moda desde tempos passados e mostra que esta não é uma tendência atual. Há fatos que apontam que desde os tempos mais remotos ela aparece no ambiente social e é aceito de forma distinta pela sociedade de cada época.

No texto Androginia: a história da percepção do masculino e feminino (parte I), abordamos como a androginia parece nas artes e na sociedade dos anos 1920 até os 1950. Neste texto, trataremos sobre sua presença dos anos 60 até os dias atuais.

A calça entra em cena, na década de 1960, no guarda roupas das mulheres, para desorientar o senso comum de masculino e feminino da época. Os cabelos aparecem ainda mais curtos para as mulheres, evidenciada pela modelo Twiggy.

 

A modelo Twiggy e mulheres de calças na década de 1960/ Reprodução


Na moda masculina as calças de cintura alta modelam o corpo masculino acentuando a cintura.

 

 

 

 

 

 

Calças masculinas com cintura marcada/ Reprodução


Na década de 1980, os homens aparecem com cabelos mais longos, decotes aparentes, roupas coladas ao corpo, cores berrantes e diversas combinações de padrões de tecidos.

 

 

 

 

Irreverência masculina/ Reprodução


As mulheres vestem terno, aumentam os ombros com ombreiras e vão liderar grandes empresas. O unissex é a palavra da moda.

 

 

 

 

Ombros estruturados, mulheres no poder/ Reprodução

 


Na década de 1990, o grunge e o hip hop apenas mantém a aura de androginia.

 

 

 

 

Grunge e Hip Hop, a moda nas ruas


A partir dos anos 2000, a androginia aparece com mais frequência e é cada vez mais evidenciada na música, no cinema e nos editoriais de moda.

 

 

 

Música, cinema e moda são andróginos

 




 Por Ana Luiza Olivete
Designer de Moda, Professora e Consultora Empresarial

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