Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Arezzo: Caminhando a passos largos na liderança feminina na moda

Arezzo: caminhando a passos largos na liderança feminina na moda

Aos 49 anos, Luciana Wodzik desafia o clichê esperado de uma líder do business of fashion.

O horário comercial já se deu por encerrado, mas o status de Luciana Wodzik no Google Meet acusa: ela está online. Mais do que isso; ela aguarda o início da entrevista com a mesma stamina de quem acaba de despertar após uma boa noite de sono (um correr de olhos pelo agitado lifestyle refletido em seu Instagram pode trazer dúvidas, mas ela garante: dorme sim – e um mínimo de seis horas por noite). 

Diretora-executiva da Arezzo, aos 49 anos, Luciana desafia o clichê esperado de uma líder do business of fashion: é vibrante e expansiva, porém centrada; aberta a toda a sorte de novos assuntos, mas sem nunca se desalinhar de seus valores. Mineira, é dona de um carisma comparável apenas com as estrelas escaladas para as campanhas das marcas para as quais traça estratégias – razão pela qual, a partir de agora, vamos chamá-la simplesmente de “Lu”, como é conhecida pela indústria.

Mesmo para quem vive o cotidiano dinâmico da moda, essa semana será excepcionalmente atribulada para Lu, que neste momento se divide entre as celebrações de 50 anos da Arezzo e o embarque para uma viagem de pesquisa em Milão, durante a fashion week italiana. Mas, mesmo assim, ela é capaz de manter uma conversa durante uma hora inteira sem se voltar à tela de seu smartphone – capacidade reservada aos poucos sortudos que da prontidão digital não dependem e pouco valorizada em seu caso, no qual a conexão constante é necessária.

E isso diz muito sobre a maneira com a qual ela lida com a vida. Lu está sempre presente. Com os dois pés, em cada momento. Foi com eles, inclusive, que teve início uma história de 26 anos na empresa: dona do que era tido como um pé-exemplo (tamanho 35, a quem possa interessar), ela ingressou na Arezzo como modelo de calce. Atravessou a passos largos revoluções diversas – da constituição de uma rede sólida de franquias até a navegação de um novo modelo phygital – até conquistar o cargo que a alçou ao sucesso na liderança feminina de uma das maiores marcas do Brasil.

A seguir, Lu responde ao questionário da “Mulher de Sucesso”.

O sucesso para você, hoje, significa o quê?

A palavra “sucesso”, para mim, não é um recorte no tempo, mas significa a consequência de decisões tomadas ao longo de toda a vida. Hoje, eu diria que sucesso é formar times de alta performance, pois ninguém faz nada sozinho. Juntos somos, literalmente, mais – e, consequentemente, chegamos mais próximos do que se pode considerar sucesso. 

Qual pessoa, para você, traduz a ideia de sucesso atualmente?

São muitas as mulheres que podem traduzir essa ideia, mas hoje eu escolheria Ivete Sangalo, que nos representou muito bem [com uma performance musical] na celebração dos 50 anos da Arezzo. Não é a tôa que Ivete é reconhecida por multidões: além de ser uma incrível artista e mulher de negócios, ela é uma mãe dedicada e, sobretudo, uma profissional que sabe como ninguém se reinventar – a maior prova está no fato de que novas gerações de artistas chegaram e ocuparam seu merecido espaço no mercado, mas ela jamais deixou de manter sua relevância. Isso é sucesso.

Existe uma qualidade que todas as mulheres de sucesso têm em comum, na sua opinião?

Eu acredito que sim – e é uma característica que diz respeito ao meu perfil, também, chamada persistência. Se a pessoa tem um único objetivo, que é o fim, ela não evolui ao longo do processo. Quem tem isso claro em mente não desiste, independente dos obstáculos e dificuldades que podem surgir ao longo do percurso. 

Qual o melhor conselho, pessoal ou profissional, que você já ouviu na vida?

Nosso fundador, Anderson Birman, é um homem brilhante e sempre disse que “o resultado é a base para a próxima meta” – a primeira vez em que ouvi isso foi há muitos anos e é incrível como se mantém dentro dos valores da empresa até hoje. Esse é um conselho que eu sigo à risca. 

O que está no seu campo de visão, todos os dias, quando se senta na sua mesa de trabalho?

Meu campo focal sempre foi voltado às pessoas. A equipe está constantemente no meu campo de visão – sempre fiz questão de me sentar em mesas coletivas (seja no escritório em São Paulo, seja na fábrica). Desse modo todos nós temos a mesma coisa ao centro: o trabalho.

Há alguma coisa que você mudaria sobre a sua profissão?

Partindo do princípio que um dos nossos mantras é estar em constante aprimoramento, existem coisas que eu mudaria, sim. Eu acredito em criar mais oportunidades para pessoas em situação de vulnerabilidade social. E também desejo uma maior disrupção no mercado de moda, com ousadia e coragem para inovar.

Quando foi a última vez que você teve um momento “eureka”?
No último sábado, dia 17 de setembro, quando comemoramos as cinco décadas da marca. Embora seja canceriana, não me considero uma pessoa muito emotiva, mas foi impossível não ficar tocada nessa ocasião, quando caiu a ficha do sonho que havíamos realizado. 

Qual foi o maior desafio da sua carreira profissional?

Não foram poucos os desafios; posso dizer que foram milhares. O maior deles era (e ainda é) a administração do tempo. As minhas duas prioridades na vida, o trabalho e a família, estão entrelaçadas dentro do cotidiano. Isso requer muito foco, pois significa que quando estou no trabalho, estou cem por cento lá, mas quando estou com a família, minha dedicação total é para ela. Além disso, procuro encontrar algum tempo para mim, sozinha (geralmente antes de dormir, ou no avião durante voos mais longos). Desta forma, atravessei esses anos todos de trabalho sem nunca ter tido um “burnout” ou nada do tipo – sempre soube entender quando era hora de reservar um tempo para mim. 

Como lidar quando os planos não têm sucesso?
Os erros também são importantes para o sucesso. Culpar terceiros não leva a nada, eu tampouco tenho esse perfil. Prefiro olhar as correções como ajustes necessários para que se possa seguir em frente. Se você prestar atenção, erros se tornam momentos únicos de aprendizado.

Do que você abriu mão na vida pessoal, em nome do nome do sucesso profissional?

Mais especificamente, do tempo com meus filhos [Lu tem dois, um de 16 e outro de 5 anos]. Pois o tempo é um só. Há pouco tempo, fizemos uma viagem em família para a Disney. Foi um convívio delicioso e intenso. Mas de lá me despedi e segui para uma viagem de trabalho à Nova York. E assim, vamos vivendo.

Do que você jamais abrirá mão em nome do sucesso?

Dos meus valores e dos valores da empresa para a qual trabalho. Sou a favor de sempre nos adaptarmos aos novos tempos, mas isso segue como algo inegociável. 

Fonte: Forbes

Por Donata Meirelles

https://sbvc.com.br/arezzo-caminhando-a-passos-largos-na-lideranca-...

Para participar de nossa Rede Têxtil e do Vestuário - CLIQUE AQUI

Exibições: 35

Responder esta

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço