Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Argentina Prorroga Investigação Antidumping de Toalhas

Os produtores brasileiros de toalha conseguiram no mês passado uma primeira sinalização no processo por dumping que enfrentam na Argentina desde dezembro de 2010. Há duas semanas, a Comissão Nacional de Comércio Exterior do governo argentino, em um memorando interno, recomendou continuar a investigação sem a adoção de medidas preventivas, que poderiam sobretaxar imediatamente a produção do Brasil. A recomendação precisa ser validada pela Secretaria de Indústria e Comércio. O prazo para o fim da investigação foi prorrogado para o segundo semestre de 2012.

"Fazer com que o processo siga sem a adoção de medidas prévias não é um procedimento inédito, mas teria sido uma radicalização desnecessária", comentou Hector Rossi Camillión, titular do escritório de advocacia que defende sete dos produtores atingidos pela investigação. Esse processo de dumping é um dos dois que estão em curso movidos na Argentina contra brasileiros. Outra investigação, de 2009, atua contra fabricantes de artefatos de cozinha de aço inoxidável. O governo argentino abriu a investigação de ofício, sem ser motivado pela indústria local.

De acordo com o documento do governo argentino, nos seis meses que se seguiram ao início da investigação o preço médio FOB da toalha brasileira ficou em US$ 8,49 o quilo, a cotação mais alta desde 2007, em que o valor variou de US$ 6,8 a US$ 8 o quilo. Em consequência, a importação caiu 10% em volume em relação ao segundo semestre de 2010 e 18% em comparação com o período entre dezembro de 2009 e maio de 2011.

A acusação em dezembro era da prática de uma margem desleal de 71%. Segundo alegaram importadores argentinos, a demora do governo do país em conceder licenças não automáticas fez com que o preço de importação ficasse defasado em relação ao aumento do custo de matérias-primas, como o algodão, que dobrou de valor ao longo do ano passado. De acordo com Rossi Camillión, as alegações de preço desleal se enfraquecem uma vez que os preços cobrados por fabricantes brasileiros eram superiores ao dos chineses, com menor fatia de mercado.

O mercado argentino de toalhas é relativamente pequeno, da ordem de 8 mil toneladas por ano e a participação brasileira oscila entre 40% e 60%, conforme o ano, ou seja, entre 3,5 mil e 4,5 mil toneladas anuais. Mas a balança comercial do setor têxtil é um dos pontos potencialmente explosivos na relação entre Brasil e Argentina, com tendência a um agravamento de conflitos depois da decisão brasileira de desonerar a folha de pagamento do setor, que usa intensivamente mão de obra.

"Essa decisão pode fazer com que diminua a competitividade das exportações de têxteis argentinos para o Brasil, agravando o desequilíbrio da balança comercial setorial, o que deve provocar pressões da indústria local sobre o governo", previu Ricardo Delgado, da empresa de consultoria Analytica. No primeiro semestre deste ano, as exportações de têxteis da Argentina para o Brasil foram de US$ 112 milhões. Já no sentido inverso, ficaram em US$ 190 milhões.

Atritos já ocorreram no ano passado, quando o governo argentino ameaçou abrir uma investigação contra os fabricantes brasileiros de lençóis. O conflito se solucionou com um acordo que estabeleceu cotas de importação. Mas no mesmo ano a Paramount Têxteis foi taxada em 14,4% em suas exportações de fios simples e 21,8% nas exportações de fios puros retorcidos.

Fonte:|http://www.valoronline.com.br/impresso/brasil/97/469217/argentina-p...

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