Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A autoridade da concorrência italiana está a indagar se as duas marcas de luxo estão a enganar os consumidores, após investigações relacionadas com a exploração de trabalhadores nos seus fornecedores.

[©Armani]

No início do ano, as autoridades italianas descobriram fábricas nos arredores de Roma onde trabalhadores mal pagos, normalmente imigrantes ilegais, produziam malas de pele que eram depois entregues à Armani e a à Dior por valores muito inferiores aos praticados no retalho.

Vários fornecedores das duas marcas de luxo, sediados em Itália, mas com capital chinês, foram investigados, ao mesmo tempo que foram nomeados administradores para supervisionar as unidades que produzem para os grupos para garantir que os problemas detetados na cadeia de aprovisionamento são resolvidos.

A Dior, que é detida pelo grupo francês LVMH, indicou estar a cooperar com as autoridades italianas e ter reforçado as suas verificações dos fornecedores, revela a Reuters. «Não será colocada nenhuma nova encomenda no futuro a esses fornecedores», afirmou. «Apesar das auditorias regulares, estes dois fornecedores

evidentemente conseguiram esconder essas práticas», acrescentou.

Já o grupo Armani referiu estar confiante num «resultado positivo após a investigação [da autoridade da concorrência]», acrescentando que as suas empresas estão completamente empenhadas na cooperação com as autoridades e que não acredita que as alegações tenham credibilidade.

Na passada terça-feira, 16 de julho, a autoridade da concorrência fez buscas nas empresas do grupo Armani e da Dior que estão a ser alvo de investigação «por possível conduta ilegal na promoção e venda de vestuário e acessórios, em violação do Código do Consumidor (italiano)».

As violações do Código do Consumidor em Itália geram multas entre 5.000 euros e 10 milhões de euros.

Os detalhes das condições dos trabalhadores divulgados pelas autoridades contrastam com a imagem glamourosa projetadas pelas marcas, que gastam grandes quantias em marketing. A autoridade da concorrência indicou estar a concentrar-se nas discrepâncias entre a realidade descoberta pelos investigadores e as mensagens das marcas aos consumidores em termos de responsabilidade social corporativa e trabalho artesanal.

Por exemplo, o website da Armani descreve os detalhes de costura de uma pequena mala de cerca de 2.000 euros como «uma reminiscência do mundo da alfaiataria», contribuindo para criar «um acessório excecional, no qual cada detalhe mantém o apelo elegante e refinado da mala icónica da marca».

Da mesma forma, a Dior comercializa as suas malas como produtos onde «o savoir-faire se junta à elegância moderna».

Em comunicado, a autoridade da concorrência sublinha que a Armani e a Dior «enfatizam o artesanal (nos seus produtos) e a excelência do seu trabalho», mas alegadamente dependem de fábricas que empregam pessoas com salários muito baixos, que trabalham muitas horas e em violação das regras de saúde e segurança.

Também em comunicado, a Dior refere que os fornecedores investigados estavam envolvidos na confeção parcial de artigos de pele para homem e que as suas margens de lucro estão alinhadas com as da indústria de luxo em geral.

https://portugaltextil.com/armani-e-dior-sob-investigacao-em-italia...

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