Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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As 10 tendências das passarelas internacionais do Inverno 2017

O STREETWEAR DA VETEMENTS, O LAMÊ DA CRISTIANO BURANI, O VELUDO DA PRADA, A GOLA DESLOCADA DA BALENCIAGA, O AZUL TALCADO NA ACNE STUDIOS, AS MANGAS DE MICHAEL KORS, O FOCO NO PESCOÇO NA CHLOÉ, O GRUNGE DA LOEWE, O GRÁFICO DE STELLA JEAN E O VERMELHO DA HERMÈS PARA O INVERNO 2017 DA TEMPORADA INTERNACIONAL DE DESFILES ©AGÊNCIA FOTOSITE

Por Camila Yahn e Carolina Vasone

Se esta temporada internacional para o Inverno 2017 pudesse ser resumida em poucas palavras, elas teriam nome e sobrenome russos: Demna Gvasalia. Não se falou em outra coisa mesmo antes da estreia do estilista na Balenciaga, o que só foi acontecer no fim da estação, em Paris. Em fevereiro, em Nova York, já se via a influência do novo streetwear pé no chão e confeção primorosa nas alturas da Vetements, coletivo da qual o estilista faz parte e que o projetou no mundo da moda. A primeira coleção para a maison de Cristóbal também foi elogiadíss..., num mix de DNA pesquisado nos arquivos da grife com o twist supercontemporâneo das ruas e hoodies de Demna.

Em sua primeira coleção sem Alber Elbaz, a Lanvin sofreu com a falta de um estilista de personalidade. Deve ter percebido, e logo que a semana de moda acabou, anunciou Bouchra Jarrar como nova diretora criativa. Entre as grifes que se destacaram, além da aplaudida Balenciaga, a Prada mais uma vez não decepcionou e criou mulheres fortes com referências que iam desde os uniformes militares à libertação do espartilho, com uma imagem cheia de sobreposições de peças e referências numa mulher que anda o mundo e tenta encontrar seu lugar na sociedade hoje.

Entre tantos desfiles, poucos trouxeram raciocínios complexos de moda como a Prada e a Balenciaga, mas não faltaram boas tendências para a próxima estação. A seguir, nossa seleção dos 10 hits do Inverno 2017 do Hemisfério Norte.

Mangas extralongas
O efeito Vetements começou.  Outras marcas, como Commes des Garçon e Hood by Air já brincaram com o comprimento das mangas, mas foi com o coletivo parisiense que a febre detonou. De Michael Kors a Proenza Schouler, designers mostraram sua maneira de trabalhar as mangas compridas até passarem o comprimento das mãos, num momento em que o oversized nunca foi tão visto na passarela.

Streetwear de luxo
Sai o decorativismo que tem dominado a pauta da moda das últimas temporadas, entra o streetwear oversized que ganha roupagem luxuosa graças aos materiais, acabamentos e interpretações que têm como principal porta-voz o russo Demna Gvasalia, do coletivo Vetements e agora também diretor criativo da Balenciaga, com eco em marcas com o DNA das ruas como a Public School (para a própria marca e para a DKNY) e a Opening Ceremony, e por outras que aderiram ao movimento como Prada, Fendi e Giorgio Armani. Ainda há espaço e holofotes para os bordados e trabalhos artesanais rebuscados que fizeram a fama da nova fase da Valentino, a mais recente ainda da Gucci e o rebuscado tradicional da Dolce&Gabbana, claro. Mas o que há de mais novo em termos de desejo de moda são os hoodies e calças oversized, camisetas cropped ou não com frases de efeito numa versão inteligente e sofisticada o suficiente para custar muito, mas próxima o suficiente do DNA das ruas para não perder sua identidade.

Sweet Grunge
Também vem das ruas a outra importante tendência da temporada internacional, numa continuação do que foi visto na estação passada, agora menos próxima do grunge Nirvana e mais perto do high fashion, bem composto, feminino e até romântico. O xadrez, as sobreposições com vestidos soltos e saias longas sem acabamento ou com barras assimétricas apareceram em grifes variadas, de Rochas a Balenciaga, Vetements a Loewe.

Puff Daddy
Mais um inverno forte para as puff jackets, as tradicionais jaquetas muito vistas nos esportes de neve que, nas passarelas, ganham versões com toques mais urbanos para as ruas. As novas versões trazem cortes, acabamentos e materiais muito além do nylon, além de manter a performance de super aquecer.

Sangue quente
Um clássico da cartela de cores da moda, o vermelho vem mais profundo e queimado nesta estação, esquentando looks com shapes e estilos variados, do streetwear underground da Vetements aos vestidos de chamois elegantes da Hermès. Do dia à noite, o tom é ao mesmo tempo classudo e vibrante sem exageros, numa opção mais alegre ao também tradicional e chique azul marinho.

Graphic design
Estampas e desenhos com efeito gráfico apareceram em muitas passarelas e de maneiras distintas. Ao seu modo, as marcas usaram efeitos ópticos, cores e combinações de peças para provocar um efeito, seja com listras, faixas ou círculos. O resultado são peças ou looks inteiros instigantes, originais e divertidos.

Pescoço em alta
Temporada forte para o pescoço, que ora aparece super coberto e embrulhado por cachecóis ou maxi golas, ora à mostra, decorado por acessórios que vão desde gargantilhas minimalistas a lenços delicados. A Prada foi mais longe e usou a área para pendurar objetos utilitários, como mini carteiras e chaves.

Azul talcado
O azul claro empoeirado, talcado, pipocou ao longo de Nova York, Londres e Milão e se consagrou como uma das cores mais relevantes da temporada em Paris. Seu ápice foi na Balmain, com um festival de looks totais azuis clarinhos com uma pitada de cinza, um tom menos açucarado que o pastel mas ainda cheio de frescor para o inverno.

Lamê
O prata (principalmente) e o dourado, junto com outros tons metalizados (azul, rosa, verde) ganharam ainda mais glamour com o lamê neste inverno, que aparece tanto na versão couture anos 80 nos tubinhos da Saint Laurent, elegantes, caso da Chanel, sexy, como na Paco Rabbane ou mesmo da Margiela, ou cool, casos de Veronique Branquinho e Rochas, em variações que podem ser usadas à noite ou de dia, com jeans e outros complementos casuais.

Decote deslocado
O shape propositalmente deslocado em golas e decotes traz essa ideia de roupa fora do lugar, numa atitude displicente e despreocupada que dá todo o charme ao look, ainda mais quando esse deslocamento é feito com modelagens sofisticadas, como as alças da Céline, a gola pontuda ou aberta caída no ombro da Balenciaga, da Proenza Schouler ou Opening Ceremony.

Veludo molhado
O brilho e a textura do veludo molhado deixam tudo mais luxuoso e com movimento molenga charmoso em tons dramáticos como os muitos azuis marinhos vistos em marcas como Prada, Fendi e Phillip Lim e cores vivas, caso do mostarda da Vetements, o vermelho da Opening Ceremony ou o verde da Gucci.

 



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