Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A Tufi Duek, assinada pelo estilista Eduardo Pombal, criou o visual vermelho mais sexy, com conjunto de top e calça ajustados ao corpo

O recado da temporada de inverno 2013 da SPFW foi curto e grosso: não importa qual seja o seu estilo, é preciso vestir-se com personalidade. Virginal ou sádica, minimalista ou opulenta, discreta ou vibrante, quando o inverno chegar, haverá uma coleção para cada tipo de mulher. E se ela for segura de si, ativa, corajosa, sexy e impulsiva, então vai encontrar em mais de uma vitrine o figurino que melhor a traduz. Todos em tons de vermelho, claro.

Mais próximo do cereja, puxando para o vinho ou para o laranja, o vermelho "gritou" na passarela e foi a cor onipresente nas coleções que foram apresentadas entre os dias 29 de outubro e 1º de novembro, no Parque Villa-Lobos, em São Paulo. O uso da cor deixaria Valentino Garavani louco de inveja.

Maria Garcia e Alexandre Herchcovitch usaram o vermelho em diferentes versões nas coleções de inverno

O estilista Eduardo Pombal, que assina a marca Tufi Duek, foi o que deu a interpretação mais sexy ao visual encarnado, com um conjunto de top e calça ajustado no corpo. Pode-se dizer que o estilista criou verdadeiras "pombas-gira" (a coleção foi inspirada no filme "Os Pássaros", de Hitchcock), que variaram em nuances de marrom-telha até chegar ao vinho. Seus modelos são ajustados e elegantes, ainda que um pouco sombrios.

Militar X romance: mocinha de guerra da Colcci; mulher florida de Herchcovitch

A mulher da Forum - marca do mesmo grupo, desenhada por Marta Ciribelli - tem uma relação mais urbana com a cor da paixão, preferindo um conjunto de blazer e saia que poderia muito bem ir ao escritório (bastaria diminuir a fenda da saia). A silhueta é larga e as peças têm mais cara de dia-a-dia. Na grife UMA, da estilista Raquel Davidowicz, o conjunto total red é minimalista e com sensualidade sutil. Enquanto isso, na Maria Garcia, os looks monocromáticos têm apelo confortável e esportivo - bem mesmo ao gosto da moça-mulher que é o foco da marca.

Sádica X virgem: Tufi Duek e Têca criaram imagens opostas com transparências

Mas pelas duas passarelas armadas no Parque Villa-Lobos ainda passaram outros contrastes. Enquanto a estilista Helô Rocha, da Têca, criou para o inverno 2013 uma mulher quase virginal, vestida de branco e de rendas, Eduardo Pombal - ele novamente - insistiu num visual sado-masô para as suas mulheres de preto e com muita "carne" à mostra. A comparação foi inevitável.

Listras: Vitorino Campos e Herchcovitch usaram a padronagem no look todo

Houve ainda quem insistisse no visual total print, caso da marca Triton, da estilista Karen Fuke. Trata-se de um resquício da tendência dos "pijamas urbanos", lançada na temporada passada. Vale mencionar que a proposta dos "neoconjuntinhos" não pegou muito no Brasil para além das discípulas da editora de moda da "Vogue Japão", Anna Dello Russo - essa sim, uma adepta do modismo. Em contraponto a isso, a Maria Garcia - cuja direção criativa é dada por Clô Orozco, da Huis Clos - mostrou que se cobrir de peças lisas ainda é o melhor jeito de parecer chique, bem resolvida e atemporal. A UMA é outra representante do time do liso-chique que marcou presença nos desfiles. Ainda que um pouco minimalista demais, a coleção da UMA parece condizente como os novos tempos da moda. Com poucos elementos visuais pré-concebidos, fica mais fácil acrescentar personalidade à roupa, com a combinação com outras peças ou com o acréscimo de acessórios.

Estampa X liso: Triton toda desenhada e, na Maria Garcia, só nude

Falando em estampas, vale lembrar que as listras apareceram, ainda que em menor quantidade, mas com estilo marcante. E isso foi graças à marca Ellus e aos estilistas Alexandre Herchcovitch e Vitorino Campos. Este último explorou as linhas horizontais em vestidos, calças e em diversos conjuntos.

A rigidez do uniforme militar - tema da coleção da Colcci - fez contraponto ao romantismo das flores proposto por Alexandre Herchcovitch. Enquanto a primeira investiu no verde-exército e nas linhas retas, o estilista desenhou roupas com formas arredondadas e cujos detalhes lembravam pétalas. Outra que apostou nos uniformes - mas, dessa vez, nos dos policiais - foi a Ellus. A coleção da marca redesenhou as fardas com pitadas de glamour e apelo sexy em belas peças de alfaiataria de tecido acetinado.

A tendência do barroco luxuoso, tão festejada pelas coleções internacionais, não parece fazer a cabeça dos estilistas brasileiros - pelo menos até o momento. A conclusão que fica dessa temporada antecipada (o inverno, antes, era apresentado em janeiro), é que há pouca disposição para aventuras copiadas do estrangeiro. Melhor mesmo é investir em peças de inverno atreladas ao clima e às vontades do consumidor brasileiro.

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