Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

As mulheres por trás das nossas roupas e que fazem a moda acontecer

 

O Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 08 de março, é o resultado de uma série de protestos no qual mulheres, principalmente na Europa e nos EUA, reivindicavam melhores condições de trabalho e direitos sociais e políticos. Esses protestos tiveram início no final do século 19 e no início do 20, e, décadas mais tarde, ainda precisamos e - estamos - lutando pelos seus direitos.

 

Segundo o Relatório Global de Desigualdade de Gênero de 2016, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, a desigualdade de gênero tem diminuído nos últimos anos, porém houve uma desaceleração nos últimos três anos e caso o ritmo dessas transformações continue o mesmo, questões como paridade salarial só serão alcançadas em 169 anos! Desanimador, não?!

 

Proteger e exigir os direitos das mulheres é sem dúvida mais importante do que nunca e o setor da moda tem uma enorme responsabilidade e poder para promover mudanças positivas. A indústria têxtil e de vestuário é, e tem sido historicamente, uma das indústrias mais dominadas pelas mulheres. Dos estimados 40 milhões de trabalhadores em todo o mundo, cerca de 85% da força de trabalho são do sexo feminino.

 

Mas porque ainda ignoramos o fato de que apesar desse setor ser amplamente concebido por e para mulheres a moda, muitas vezes, não as trata da maneira como merecem? Vemos constantes abusos e violações presentes no setor, como salários menores que aos trabalhadores do sexo masculino, discriminações, além de assédios e oportunidade apenas em postos de trabalho mais baixos e com pouca perspectiva de promoção.

 

Dados coletados pelas fábricas da RMG [Ready Made Garment] em Bangladesh apontam que 4 em cada 5 trabalhadores da linha de produção são do sexo feminino, enquanto pouco mais de 1 em cada 20 supervisores é uma mulher.

 

Nos países como China, Bangladesh e Camboja onde a mão de obra feminina corresponde a 70%, 85% e 90%, respectivamente, o desenvolvimento , econômico e social, dessas mulheres está intimamente ligado às suas condições de trabalho. Se não há valorização, um salário decente e direitos respeitados, essas mulheres não são capazes de sair da pobreza e proporcionar melhores condições para suas vidas e de suas famílias e, consequentemente para a comunidade em que vivem.

 

Segundo a UNESCO, “As mulheres sempre foram - e permanecem - a influência decisiva na qualidade de vida e bem-estar de suas famílias e comunidades. No entanto, suas necessidades, seu trabalho e suas vozes muitas vezes não são considerados uma prioridade. Como resultado, as mulheres em muitos países não têm acesso igual à educação, saúde, emprego, terra, crédito, tecnologia ou poder político”.

 

Mas, se as mulheres estão sendo ignoradas e não possuem as mesmas oportunidades que os homens, todo o mundo só tem a perder. Para o Fórum Econômico Mundial é evidente o efeito positivo do aumento da igualdade de gênero no crescimento econômico, afinal as mulheres são a metade da população mundial e estamos desperdiçando esses talentos.

De acordo com o Relatório Global de Desigualdade de Gênero de 2016:“Em todos os países, aproveitar plenamente as capacidades das mulheres abre caminho para otimizar o potencial do capital humano de uma nação”.

 

Mesmo com todos os desafios, há muitas mulheres que estão se mobilizando em sindicatos e outros movimentos de trabalhadores para eliminar as desigualdades e explorações presentes na indústria da moda. Além disso, vemos muitas marcas e iniciativas que incentivam e empoderam as mulheres buscando gerar mudanças positivas nas comunidades em que vivem e no setor.  Marcas como Raven And LilyPeople TreeFreesetIndego AfricaCatarina Mina, Bossa Social e Rede Asta são alguns exemplos.

 

Como consumidores, precisamos avaliar nossas escolhas e o papel que desempenhamos no ciclo de consumo, buscar informações e, claro, apoiar iniciativas e marcas que valorizam a mão de obra feminina, além de exigir mudanças nas leis e nas condições de trabalho do setor. Afinal, não podemos esperar até o ano 2186 para isso acontecer, certo?

 

https://www.slowdownfashion.com.br/single-post/2017/03/08/As-mulher...

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