A Givenchy está com os olhos postos na Ásia, encarando este como o próximo grande mercado de crescimento, graças ao rápido aumento dos rendimentos dos novos-ricos da região.
A casa de moda francesa, criada há 59 anos e parte do maior grupo de artigos de luxo – o LVMH –, planeia abrir 10 novas lojas na Ásia este ano, seis das quais na China, segundo revelou o director-executivo Fabrizio Malverdi.
Luxo e distinção são alguns dos sinónimos da Givenchy, conhecida por ter vestido celebridades como a estrela do cinema Audrey Hepburn e Jackie Keneddy Onassis em estilos clássicos e sempre elegantes. Actualmente sob a liderança do director criativo Riccardo Tisci, a casa de moda está mais associada a um toque moderno e feminino, muitas vezes com apontamentos góticos. Para além das colecções de pronto-a-vestir de senhora, a Givenchy cria também alta-costura, vestuário de homem, acessórios e perfumes.
«A Ásia está a ter um grande papel na moda. É algo que está ligado ao movimento económico que é mesmo positivo em todo o mercado asiático», afirmou Malverdi. O apetite da China por artigos de luxo alimentou um ano recorde para as vendas e lucros do LVMH, sublinhando a crescente importância da Ásia para a indústria da moda. O grupo registou um aumento de 29% do lucro global, para 4,32 mil milhões de euros. A Ásia representou cerca de 34% das vendas, tornando-se no maior mercado do grupo juntamente com a Europa, que também representou 34%.
A Givenchy tem actualmente 64 lojas na China, situadas maioritariamente em cidades maiores como Xangai, mas está a tentar expandir a sua presença nas cidades mais pequenas e menos glamourosas do país, que estão em rápido crescimento.
«Começámos cedo na China, por isso não estamos apenas nas cidades grandes. Estabelecemo-nos mesmo em cidades de segundo plano. O que é interessante agora é ir para cidades ainda mais pequenas, de terceiro plano», indicou Wilfred Koo, presidente para a China e Ásia-Pacífico na Givenchy. A casa de moda está a tentar abrir uma loja em Baoding, uma cidade na província de Hebei, no nordeste da China, e tem ainda duas lojas noutras duas cidades chinesas de terceiro plano. «O feedback na Ásia é até agora excelente. Estamos a estudar a continuação da expansão… Está a correr muito bem, mas quando se está a começar é preciso ver a reacção do mercado», considera Malverdi.
Face a uma economia e uma classe média, com dinheiro, em crescimento, as marcas de moda mundiais têm aumentado, nos últimos anos, os seus esforços para se expandirem na região e, sobretudo, na China. A Chloe, detida pelo grupo suíço de artigos de luxo Richemont, acredita que a China irá tornar-se o seu segundo mercado em volume de negócios, a seguir ao Japão, dentro de dois anos, segundo afirmou o seu director-executivo, Geoffroy de la Bourdonnaye. A italiana Prada, que planeia ser a primeira casa de moda europeia a entrar na Bolsa de Valores de Hong Kong este ano, indicou que a expansão no retalho e o mercado em crescimento na Ásia aumentaram as vendas para um valor recorde em 2010.
A crescente influência da região pode também ser observada nas passerelles de Paris e Nova Iorque e nas campanhas publicitárias das marcas de luxo, onde modelos asiáticas estão a tornar-se mais recorrentes. Riccardo Tisci mostrou a colecção de alta-costura da Givenchy para a Primavera-Verão 2011 com um casting de apenas modelos asiáticas e vestiu-as com designs inspirados em robots japoneses. «Há uns anos atrás, as modelos asiáticas ou negras não eram comuns, mas em 10 anos tudo mudou», explicou Malverdi. «Hoje, o que é interessante no nosso negócio é sermos capazes de exprimir e agradar a um grupo diversificado. Ter pessoas asiáticas em campanhas de publicidade, etc., é ir nessa direcção», concluiu.
FONTE: REUTERS / PORTUGAL TEXTIL
Tags:
Bem-vindo a
Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
© 2024 Criado por Textile Industry. Ativado por