Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Claudio Belli/Valor / Claudio Belli/ValorRenata Fava, superintendente do Shopping Cidade Jardim, que tem pontos exclusivos: "Algumas das lojas que temos hoje só eram encontradas fora do país"

Continua em alta o apetite dos shopping centers por novas marcas. Dependendo do perfil do frequentador, os centros de compras investem em etiquetas de luxo, lojas exclusivas no Brasil ou inéditas na região. O Cidade Jardim e o RibeirãoShopping preparam-se para novas expansões em que ganharão, juntos, mais de 60 pontos. A fabricante de relógios suíça Breitling abre sua primeira loja no país e a Livraria da Travessa, tradicional no Rio de Janeiro, sobe as portas, pela primeira vez, fora do Estado onde foi criada.

No Cidade Jardim, inaugurado em 2008, a estratégia é oferecer marcas de luxo e ainda inéditas no mercado nacional. "Algumas das lojas que temos hoje só eram encontradas fora do país", diz Renata Fava, superintendente do centro de compras da capital paulista, que tem pontos exclusivos de empresas como Valentino, Emilio Pucci e Jimmy Choo.

Segundo Renata, para atrair nomes de peso, o shopping usa argumentos como ser referência nacional no segmento de luxo e já oferecer em seus corredores grifes para consumidores AAA. "Temos um tíquete médio e uma taxa de conversão acima do mercado", diz a executiva, sem citar valores. A JHSF, administradora do Cidade Jardim, faz roadshows no exterior, pelo menos quatro vezes ao ano, para apresentar o shopping a bandeiras que ainda não atuam no Brasil.

A empresa criou um time especializado em etiquetas internacionais que levanta oportunidades para o Cidade Jardim e outros empreendimentos do grupo, como os complexos em desenvolvimento Catarina Fashion Outlet e Cidade Jardim Shops, ambos em São Paulo. Outras companhias também procuram o complexo para funcionar como um operador das marcas no país, como aconteceu com Hermès e Valentino.

Atualmente, o Cidade Jardim prepara-se para a sua terceira ampliação. Em 2014, inaugura lojas da Vacheron, Piaget, Michael Kors e Brunello Cucinelli. "Estamos em contato com outras operações que ainda não estão no país para entrarem na reforma".

O shopping tem mais de 180 lojas em quatro pisos. Este ano, recebeu Miu Miu, Dior, Omega, Zara Home, Versace Collection, John John e Guess. Fendi, Repetto e Fred Perry também abriram suas primeiras unidades, com exclusividade, no local. Chanel, Longchamp, Salvatore Ferragamo e Martha Medeiros fizeram ampliações entre julho e novembro.

Até dezembro, chegam a Breitling, com a primeira loja no Brasil; além da Brooks Gold (moda masculina), Raphael Falci (acessórios) e Alexandre Birman (calçados).

Em Ribeirão Preto (SP), o RibeirãoShopping inaugura sua oitava expansão, em dezembro, com cerca de 60 pontos. Neste ano recebeu Armani Jeans e Ricardo Almeida, de roupas masculinas e femininas. "A Armani Jeans foi a primeira loja da marca, na América Latina", diz o superintendente do shopping de 320 lojas, Felix Diez.

Segundo o executivo, o mix de lojas desejado pelo shopping aberto em 1981 tem perfil democrático, mas com foco nas classes A e B, que representam cerca de 80% dos frequentadores. O empreendimento foi o primeiro a ser inaugurado na região de Ribeirão Preto, que compreende mais de cem cidades e 3,5 milhões de habitantes.

No primeiro trimestre de 2014, recebe três marcas internacionais: Forever 21 e Michael Kors, de roupas; e Sephora, de perfumes e cosméticos. As duas primeiras serão as primeiras em uma cidade do interior do Brasil. A Livraria da Travessa, criada no Rio de Janeiro, abre, pela primeira vez, uma unidade fora do Estado.

Para Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da GS&BW, consultoria especializada em marketing de varejo e shopping centers, a definição do menu de lojas deve começar no estudo de viabilidade do empreendimento, quando é investigado o potencial de consumo das áreas de influência e a oferta de estabelecimentos na região. "É nessa fase que é calculado o espaço destinado às lojas de cada segmento", diz. "O mix ideal tem um balanço entre marcas nacionais e locais, âncoras e, de preferência, nomes exclusivos em relação à concorrência".

Do outro lado do balcão, os lojistas, antes de assinar o contrato de locação, querem informações do shopping para calcular o retorno do investimento e conhecer os outros integrantes do local para ter certeza de que estarão na companhia de nomes atraentes.

"A reputação da empresa que desenvolveu e administra o empreendimento também é importante", diz Marinho. Segundo ele, as novas tendências para compor o portfólio de marcas passa pela valorização das áreas de entretenimento, gastronomia e serviços. "Há um movimento da indústria em direção ao varejo. Para se aproximar dos consumidores, o setor investe em pontos comerciais, principalmente em shoppings, como aconteceu com Bauducco, Sony e Samsung ".

Fernando Haidamus, sócio do BR Shoppings, site que divulga pontos disponíveis nos centros de compras, afirma que, para atrair mais comerciantes, os estabelecimentos precisam oferecer localização privilegiada, fácil acesso e alto volume de consumidores na área de influência. "Deve cuidar da imagem, ter ações de marketing atuantes e arquitetura atualizada. Se uma marca é inédita em um shopping e é conhecida na região, a chance de sucesso é maior".

Por Jacilio Saraiva | Para o Valor, de São Paulo

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