Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Aumento da produção elimina benefícios na sustentabilidade

O mais recente estudo anual de progresso da WRAP alerta que o aumento considerável dos níveis de produção está a eliminar os benefícios ambientais conseguidos com a introdução de práticas mais sustentáveis na indústria de vestuário.

[©WRAP]

As marcas e retalhistas de vestuário que aderiram ao programa voluntário Textiles 2030 da organização não-governamental britânica WRAP – que incluem, entre outras, a ASOS, o Boohoo Group, a Asda, o Frasers Group, a Marks & Spencer, o JD Group e a parceria John Lewis e Primark – conseguiram reduzir a pegada carbónica dos têxteis que produzem em 12%, ao mesmo tempo que reduziram o consumo de água por tonelada de produto em 4% entre 2019 e 2022.

«Reduções impressionantes», classifica a WRAP, conseguidas com a aplicação de medidas positivas para melhorar o design e a produção e pelo aumento da reutilização e reciclagem de vestuário.

No entanto, adverte a organização, estes passos positivos estão a ser anulados por um aumento de 13% no volume de têxteis produzidos e vendidos por estas marcas e retalhistas.

Taxas de produção mais elevadas significaram um aumento de 8% na utilização global de água pelas empresas abrangidas pelo programa desde 2019, para 3,1 mil milhões de metros cúbicos no total. O aumento da produção também fez com que a redução global das emissões de carbono ascendesse a apenas 2%, apesar da redução mais alta do impacto do carbono por tonelada de têxteis produzidos.

Embora a WRAP afirme estar contente com os esforços feitos pelos signatários da iniciativa Textiles 2030, adverte que a produção deve ser redefinida urgente para conseguir atingir as metas e colaborar para que o Reino Unido consiga cumprir a sua parte no Acordo de Paris.

«Os têxteis e a moda são responsáveis por até 10% das emissões de carbono. Podemos ver do impacto da Textiles 2030 que é possível mudar isso. Mas as melhorias positivas são rapidamente anuladas pelo aumento da produção. Se queremos chegar perto de atingir os objetivos críticos do Acordo de Paris, temos de encarar com seriedade os têxteis e toda a gente tem um papel a desempenhar», aponta Catherine David, diretora de programas de negócio e mudança comportamental na WRAP. «Precisamos de design, modelos de negócios ​​e formas mais sustentáveis ​​de comprar e usar vestuário de mais empresas. Mas a produção é claramente a questão principal e cabe às empresas tornar os produtos previamente usados parte do seu portefólio, para que seja acessível, fácil e divertido. Através da Textiles 2030, muitas marcas e retalhistas já estão a tomar medidas, mas há um longo caminho a percorrer e muitas mais empresas que precisam de se juntar a nós nesta jornada», acrescenta.


[©WRAP]

A WRAP também afirma que os consumidores de moda têm igualmente um papel importante na redução das emissões e destaca o aumento do número de programas de devolução que já trabalham em parceria com marcas e retalhistas no Reino Unido.

Segundo a organização, o volume de têxteis usados ​​recolhidos e vendidos para reutilização ou reciclagem duplicou entre 2019 e 2022, para 39 mil toneladas, embora ainda exista uma enorme lacuna entre as vendas de produtos usados e as de artigos novos, com o vestuário em segunda-mão a ​​representar apenas 9% dos produtos colocados no mercado. No total, foram recolhidos pelos signatários da iniciativa 233,5 mil toneladas de têxteis usados, o que representa uma subida de 98% face a 2019.

«Estamos a trabalhar com as empresas para melhorar o vestuário, mas a outra parte da equação é o nosso papel como consumidores. Nós [no Reino Unido] compramos mais roupa do que em qualquer outro país da Europa. A nossa pesquisa mostra que um quarto da maioria dos guarda-roupas não é usado num ano e quase um quarto de nós admite usar as peças de vestuário apenas algumas vezes. A entrada no inverno é o momento perfeito para olharmos para os nossos armários – vestir o que temos e considerar se é hora de retirar alguma coisa. As pessoas podem dar ou vender a roupa – tudo isso ajuda a movimentar a economia e a reduzir a quantidade produzida», conclui Catherine David.

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