Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Aumento médio da conta de luz para a indústria têxtil cearense foi de 74%

Esta elevação do índice que impacta na conta de luz foi calculada considerando o período de dezembro a abril de 2015, com incidência de impostos, aumento da bandeira tarifária e revisão extraordinária

Somente de dezembro de 2014 a abril deste de 2015, o aumento médio da tarifa de energia na indústria cearense foi de 74%, se forem considerados impostos incidentes na conta de luz e os aumentos em março da bandeira tarifária. Também está incluso o reajuste extraordinário de 12,9% para clientes de alta tensão e média tensão.

 

O impacto na tarifa de luz da indústria é maior porque esses consumidores têm na composição de sua fatura uma parcela maior associada ao consumo de energia, quando comparado ao residencial.

 

José Alves, gerente de custos e orçamento da Dilady Lingerie, empresa do setor de confecção, fez os cálculos e constatou um aumento de 73% em sua fatura de energia no mês de março ante mesmo período do ano anterior.

 

“A energia representa 7% do nosso custo total e esses aumentos deliberados desde o começo do ano fizeram com que nós mudássemos nossas estratégias e cortássemos alguns gastos. Nós vendemos para todo o Brasil e também exportamos, mas com os custos elevados, apesar do dólar favorecer a exportação, estamos perdendo competitividade ante os outros países”, analisa.

 

Mesmo com os cortes de gastos, Alves informa que a empresa está indo na contramão da indústria cearense e está contratando. “Estamos analisando o uso de energia renovável. O problema é o retorno sobre investimento de implantação que chega em média a ser de cinco a oito anos”, diz.

 

Setores

Para Germano Maia, presidente do Sindicato da Indústria Têxtil do Ceará (Sinditêxtil-CE), mais de 70% de aumento em menos de seis meses onera demais um setor industrial. “Estamos vivendo um momento em que a política brasileira está indo contra a indústria”.

 

A previsão de Maia é que o setor têxtil mantenha retração este ano, já que a produção física caiu 22% em 2014 sobre 2013. “O aumento do custo da energia só veio para dificultar um cenário que já estava difícil”, complementa.

 

Jurandir Picanço, consultor de energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), também acredita que a situação da indústria nacional deve se agravar.

 

“Além do mais, ainda haverá um aumento no dia 22 de abril, cujo percentual será definido na reunião da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no dia 14, na próxima terça-feira”.

 

Para a indústria, a última modificação do índice médio de energia que deverá incidir na conta de luz a partir de 22 de abril representa mais 25,2% de aumento. “Os índices revistos pela Aneel não são definitivos, mas devem se manter neste próximo a este patamar”, complementa Picanço.

 

NÚMEROS

 

22%

foi a retração na produção física da indústria têxtil em 2014 ante 2013

 

25,5%

é o aumento médio esperado na conta de energia da indústria para 22 de abril

 

Saiba mais

 

Em cima do preço de cada conta de energia, já acrescida das bandeiras tarifárias, incidem impostos que são cobrados pelo Governo às distribuidoras de energia e repassados aos consumidores. O principal deles é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) cujo índice cobrado é de 27%

 

O próximo reajuste na tarifa de energia da Companhia Energética do Ceará (Coelce) será divulgado na próxima semana, 14 de abril, e passará a vigorar a partir do dia 22 de abril

 

O índice médio de aumento para consumidores de baixa, média e alta tensão deverá ficar em torno de 13,8%, percentual que foi revisado pela Agência Nacional. Com a revisão, a tarifa reduziu 0,86 ponto percentual em relação ao índice anunciado anteriormente

 

A redução ocorreu porque foi redefinido o valor da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) destinado à amortização do empréstimo feito aos bancos pelas distribuidoras de energia elétrica pagarem os custos de aquisição de energia

 

Conforme Jurandir Picanço, os empréstimos feitos aos bancos pelas distribuidoras tiveram o número de parcelas aumentadas, em vez das companhias pagarem em dois anos, agora elas terão aproximadamente 4,5 anos para poderem pagar os empréstimos.

 

Sugestão do leitor

Esta matéria foi sugerida pelo leitor José Alves, gerente de custos e orçamento da Dilady Lingerie

 

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