Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Avenida fecha venda on-line, abre mais lojas físicas e volta ao lucro

Por Marina Falcão

Capitalizado após ser comprado pela sul-africana Pepkor há um ano, o grupo varejista Avenida (dono das redes Lojas Avenida e Giovanna Calçados), quitou dívidas, acelerou a abertura de lojas e voltou a dar lucro. Em movimento contrário ao de boa parte do varejo, encerrou sua operação on-line. Segundo Rodrigo Caselli, presidente da empresa, para o consumidor de baixa renda, o peso do valor do frete torna a operação inviável.

A rede Avenida atua em moda, cama, mesa e banho, nas regiões Norte e Centro-Oeste. “O cliente dificilmente vai pagar R$ 20 numa peça e R$ 10 num frete”, afirma Caselli. A saída do canal on-line, no segundo semestre do ano passado, ocorreu em momento de expansão exponencial de varejistas como a chinesa Shein no Brasil. A decisão decorre da leitura de mercado da Pepkor, que opera 5.800 lojas em dez países africanos. “A Pepkor tem uma visão clara de que não faz sentido e-commerce para o varejo de moda promocional”, diz Caselli. A situação é diferente em nichos de moda com tíquete mais alto, diz Caselli, no qual “existe sim um mercado on-line”.

A família fundadora do negócio ainda detém 13% do capital da companhia. No ano passado, o primeiro da varejista com os novos controladores, a empresa aumentou suas vendas em 24%, alcançando R$ 1,2 bilhão. Houve abertura de 10 lojas nos Estados do Pará, Maranhão, Mato Grosso, atingindo um total de 140 unidades no fim do ano. Nas unidades comparáveis – abertas há mais de um ano – o aumento do faturamento foi de 22%, na mesma comparação.

Para este ano, o grupo prevê mais 20 unidades. Caselli diz que originalmente a companhia tinha projetado um aumento de 8% nas vendas nas lojas comparáveis, mas que janeiro surpreendeu com uma alta de 29% no faturamento, o que sinaliza que o desempenho pode ser melhor.

Quando a varejista foi adquirida pela Pepkor, um pouco depois de cancelar a operação de oferta pública inicial de ações na bolsa, o endividamento líquido estava em 7 vezes o resultado operacional. A dívida líquida – ou seja, descontando as disponibilidades de caixa – estava em R$ 305 milhões, em dezembro de 2021. As despesas com juros eram responsáveis pelo prejuízo de R$ 17 milhões registrado no ano. Em 2020, a perda foi de R$ 51 milhões.

Enquanto varejistas de moda endividadas passam por um período bastante difícil, o grupo Avenida usou cerca de R$ 70 milhões do capital novo injetado no caixa para antecipar o pagamento das dívidas mais caras. Somada a uma melhora operacional, a desalavancagem permitiu à varejista voltar a dar lucro no ano passado, disse. Os números ainda estão sendo fechados para publicação.

A expansão de mais de 20% nas vendas, segundo Caselli, é proveniente de algumas mudanças no mix de produtos das lojas, que cederam mais espaço para categorias como calçados e artigos para o lar. Com mais capital, a empresa conseguiu reforçar os estoques. “Melhoramos a negociação com fornecedores, o nosso preço de compra, e isso foi repassado. O cliente sentiu”.

O panorama setorial é bem diferente, com preços subindo e vendas fracas. Segundo o IBGE, no ano passado a inflação no segmento de vestuário subiu mais de 18%, enquanto as vendas cresceram somente 1,3%, no acumulado de 12 meses encerrados em novembro.

A Pepkor comprou a fatia societária que pertencia ao fundo de private equity Kinea, por R$ 1,1 bilhão, em uma transação que marcou a sua entrada no mercado brasileiro. Segundo Caselli, o novo sócio tem uma visão mais pró-expansão, enquanto o fundo tinha um viés mais financeiro. “A Pepkor tem disciplina financeira, mas eles são varejistas, se preocupam muito com nível de estoque para atender o cliente, pensam muito no crescimento de vendas, de novas lojas e enxergam um grande potencial no Brasil”, diz Caselli. “Mudamos de patamar de agressividade comercial”.

Aos 47 anos, Caselli é filho do fundador do negócio, Aílton Caselli, e está na presidência executiva do grupo desde 2010. Ele têm um contrato até 2028 para permanecer no comando das operações, podendo renovar o mandato.

Fonte: Valor Econômico

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