Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Estará o país a perder brilho junto dos compradores de vestuário, face às questões de segurança nas empresas que afetam a sua reputação? Os resultados de um novo estudo sugerem que pode ser o caso, mas ainda continua a primeira escolha num sector onde o preço faz a diferença.

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Bangladesh sofre concorrência

Em 2011, um estudo realizado pela McKinsey & Company apresentou a previsão de que as exportações de vestuário do Bangladesh seriam quase o triplo dentro de uma década, levando o país a uma taxa de crescimento anual de 7% a 9% e um valor de exportações de cerca de 36 a 42 mil milhões de dólares até 2020. Mas o novo estudo que está a ser divulgado pela empresa de consultoria parece sugerir que o Bangladesh perdeu algum do seu fulgor.

O último inquérito a diretores de compras em 29 empresas europeias e americanas de vestuário, com um valor conjunto de aprovisionamento de 39 mil milhões de dólares, alerta para o desafio de mudar a produção para países com custos laborais mais baixos. O documento destaca os «trágicos acontecimentos recentes», como o colapso do complexo fabril Rana Plaza com a perda de mais de 1.100 vidas, entre as principais inseguranças que rodeiam o país.

Os executivos dizem que estão a ter uma perspetiva mais cautelosa do Bangladesh como destino de subcontratação, com quase um terço dos inquiridos a deixar de considerar o país entre os três principais fornecedores. Em 2011, uma proporção de 70% dos inquiridos colocou o país como um dos locais de aprovisionamento mais prováveis para os próximos cinco anos, mas essa proporção caiu agora para os 47%, devido a «questões de conformidade e agitação».

Noutras alterações à posição dos países, Mianmar e Índia subiram nas classificações como centros de sourcing a ter em atenção. A flexibilização das restrições comerciais com o Mianmar significa que 47% dos profissionais de aprovisionamento colocam agora o país dentro dos três primeiros, enquanto a posição da Índia subiu com 40% dos compradores a considerarem o país no caso de uma mudança de outra origem de aprovisionamento.

Mas os problemas de capacidade são um fator de relevo no caso do potencial do Vietname e da Indonésia, enquanto a capacidade, em conjunto com a conformidade e agitação, prejudicaram o Camboja que passou de um dos três principais candidatos com 46% dos inquiridos em 2011 para apenas 13% em 2013.

E também parece que as empresas têm revisto a sua atitude em relação à China como destino de aprovisionamento. Embora a maioria das empresas, especialmente de média dimensão, favoreça a deslocação do seu aprovisionamento da China, esta proporção é agora menos do que em 2011.

Considerando todas estas questões, o Bangladesh ainda parece manter a sua coroa de país com o maior potencial para aprovisionamento nos próximos anos. Esta tendência está bem evidenciada nos dados dos EUA, para onde as expedições do país subiram 10,8% para os 1,0 mil milhões de metros quadrados equivalentes nos primeiros sete meses do ano, com ganhos de 9,2% em valor para os 2.997 mil milhões de dólares ao longo do mesmo período.

Para além das alterações na localização do aprovisionamento, o mais recente estudo da McKinsey & Company também realça o facto de os compradores esperarem que os custos de aprovisionamento continuem a subir nos próximos 12 meses, marcando o fim de décadas de deflação no custo do vestuário.

«Chegamos agora a um ponto de inflexão e tornar-se-á ainda mais difícil manter estáveis os preços ao consumidor», afirma o autor do estudo, Achim Berg. O segmento de valor e os grandes atores são particularmente afetados, aponta o responsável, enquanto o segmento intermédio parece ter mais margem de manobra.

Cerca de 76% dos entrevistados no relatório esperam preços 1,7% superiores em média, independentemente das origens, e 14% esperaram um forte a muito forte aumento de mais de 4% nos custos. O segmento de valor e os grandes atores esperam um aumento do custo médio de 2% e 3,5%, respetivamente.

O principal impulsionador é o aumento do custo da mão-de-obra (especialmente na China), seguido pelo aumento dos preços de matérias-primas e fios/tecidos. Além disso, os atores no segmento intermédio de mercado parecem estar a enfrentar um «mercado de fornecedores», com um deslocamento do poder de compra em sua desvantagem.

De acordo com os resultados do estudo, 72% dos compradores estão a planear diminuir a quota de valor de aprovisionamento na China. Apesar do aumento esperado no preço de fornecimento ser visto como inevitável, alguns responsáveis de compras tomaram medidas para tentar atenuá-lo, com muitos a deslocar parte do aprovisionamento da China para países com menores custos laborais.

Os desafios de uma estratégia deste tipo são mais graves para os atores de valor que começaram a aprovisionar anteriormente nesses países, e para os grandes atores que experimentam problemas de capacidade quando deslocam volumes maiores.

O aprovisionamento de proximidade também está a tornar-se mais importante para 69% dos entrevistados. Isto é especialmente verdadeiro para os atores de nível médio (81%) e os localizados na Europa (71%).

De referir ainda que as empresas estão cada vez mais pró-ativas quando se trata de iniciativas de responsabilidade social, bem como a preparar planos de contingência para ajudá-las a lidar com os desafios que enfrentam nos países de aprovisionamento.

http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/42934/xmview/...

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