Baw mira loja física e aumenta produção

[Romildo de Paula Leite]

Marca de moda do grupo Arezzo busca aumentar a participação das lojas físicas em suas vendas para pelo menos 30%.

Por Ana Luiza de Carvalho

A Baw Clothing, marca de moda com foco na internet e adquirida pela Arezzo &Co em 2021, está ampliando os negócios no mundo físico. Vai oferecer suas roupas para o público jovem em mais de 300 lojas multimarcas. O modelo já é aplicado em 252 lojas desde junho, e a meta é chegar a mil pontos de venda até 2024.

A marca paulistana, que possui uma loja no bairro de Pinheiros e outra no Bom Retiro, onde está centralizada a produção, busca aumentar a participação das lojas físicas em suas vendas para pelo menos 30%. O faturamento estimado para o modelo multimarcas é de R$ 12 milhões ao final deste ano.

Hoje cerca de 96% dos pedidos são realizados pelos consumidores diretamente no site da marca. Para atender a demanda estimada para o novo canal de vendas, a expectativa é dobrar a produção atual, que conta com uma média de 100 mil peças ao mês.

O diretor-presidente da Baw, Bruno Karra, diz que a produção da companhia neste ano já cresceu 30% em relação a 2021 em razão da entrada no grupo Arezzo &Co.

A Baw possui cerca de 15 fornecedores no Bom Retiro, mesmo bairro em que trabalham as confecções da Reserva, também adquirida pelo grupo. Karra informou que as produções de malharias das duas marcas concentram seus maiores ganhos de produtividade. As sinergias também são uma forma de conseguir melhores negociações na cadeia de produção, em um cenário de insumos mais caros por causa da pandemia. “Agora voltamos a patamares mais tranquilos, mas tivemos reajustes em custos e precisamos repassar isso na estratégia de precificação”, afirma.

As roupas da Baw estão sendo distribuídas em lojas multimarcas de perfil premium. “Não vamos vender em qualquer loja”, afirma o executivo. Já o e-commerce, além das diferenças de acesso relacionadas à própria natureza do canal, opera em um padrão “mais promocionado” em razão da alta concorrência.

A estratégia, de acordo com Bruno, permitiu à Baw expandir a receita, mantendo as margens de lucro. As vendas da Baw somaram R$ 70 milhões no ano passado, um crescimento de cerca de 80% em relação ao ano anterior.

A operação de aquisição da Baw foi anunciada em 9 de agosto de 2021 e realizada por meio de pagamento à vista e entrega de ações da Arezzo mantidas em tesouraria. Do valor total, R$ 35 milhões foram pagos à vista e outros R$ 50 milhões pela operação por ações. Outros R$ 20 milhões podem ser pagos no aniversário de cinco anos do fechamento da operação caso a Baw atinja métricas de desempenho.

Dono de 16 marcas, o grupo Arezzo fechou o segundo trimestre com aumento de 7% na receita líquida, para R$ 945 milhões. O lucro líquido atribuído aos controladores caiu 9%, para R$ 119,8 milhões, mas apenas porque um ano antes a companhia registrou cerca de R$ 142 milhões em créditos fiscais, o que pesou na comparação. Desconsiderando esse efeito, o lucro líquido cresceu 160%.

Fonte: Valor Econômico

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