Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Bermuda anticelulite: vestiu, sumiu?

As bermudas anticelulite (tem muita novidade no mercado!) garantem dar cabo dos odiados furinhos após dois meses de uso contínuo durante oito horas diárias. Resta saber se cumprem o que prometem. Fomos investigar!

Por Thaís Cavalheiro

bermudas anticelulite

O que é mais importante do que ser magra? Não ter celulite. Qual de nós não se identifica com essa tirada da cartunista argentina Maitena, no livro Mulheres Alteradas? Pois nem as muito magras (ou muito jovens) conseguem escapar dela. "O problem afeta 95% das mulheres", diz Sergio Talarico, chefe do Departamento de Dermatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). E a simples ideia de vestir uma bermuda para trocar a rugosa casca de laranja por uma sedosa pele de pêssego é para lá de tentadora. Antes de tudo, porém, vale lembrar que celulite é uma inflamação de diversas causas: excesso de gordura, retenção líquida, alteração hormonal e flacidez da pele. Os médicos dizem que não tem cura - apenas melhora. A boa notícia é que não faltam pesquisas nessa área, sejam cosméticos, cápsulas, tratamentos estéticos e agora peças de vestuário. E dá para confiar? Foi em busca dessa resposta que investigamos estudos, ouvimos técnicos e consultamos dermatologistas.

Como a bermuda funciona

Se você imaginou que o tecido da bermuda foi embebido num cosmético anticelulite, errou. Esse tipo de roupa é confeccionado com uma tecnologia de ponta. Na peça da Invel, empresa de pesquisa e desenvolvimento de produtos terapêuticos, o tecido de poliamida e elastano (comum em moda fitness) leva um banho de uma biocerâmica que se incorpora à trama. Em contato com o corpo, esse material absorve calor para depois devolvê-lo sob a forma de raios infravermelhos longos. "É um processo fotoquímico que estimula o fluxo do sangue no local, melhorando a circulação, a retenção líquida e a inflamação", explica Nelson B. Lima, pesquisador e doutor em tecnologia nuclear pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e pesquisador colaborador do Instituto Invel de Tecnologia e Pesquisa. Já a Rhodia, multinacional que fornece matérias-primas para diversas marcas de lingerie e sportswear (Plié, Scala, Trifil, Hope, Lupo, entre outras), lançou o fio têxtil de poliamida batizado de Emana, que tem a mesma função: estimular a circulação e melhorar o aspecto da pele. O diferencial é que o próprio fio já contém cristais bioativos que emitem a radiação infravermelha.

O que dizem os especialistas

Não basta prometer. Para os dermatologistas, só há um meio de saber se as bermudas dão resultado: testando-as e com rigor. Foi por isso que o setor de cosmiatria do Departamento de Dermatologia e a disciplina de cirurgia vascular do Departamento de Cirurgia, ambos da Unifesp, resolveram realizar um estudo clínico para investigar a eficácia e a segurança de um tipo de tecido de compressão no tratamento da celulite de graus 2 e 3 (leve e moderado). "O objetivo é avaliar, em três meses, as possíveis modificações na microcirculação e verificar melhoras nos sinais clínicos da celulite", explica Sergio Talarico. Apesar do estudo ainda não estar concluído, o médico prevê resultados interessantes. A expert Doris Hexsel, do Serviço de Dermatologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, que estuda a fundo a celulite, cita uma referência na literatura médica sobre o uso de uma bermuda compressora, mas associada à aplicação de cremes. "Houve uma melhora discreta na celulite", conta. "Acredito que o efeito de sustentação da bermuda seja capaz de prevenir um agravamento da flacidez, que tem papel importante no desenvolvimento do problema", fala. O dermatologista Davi de Lacerda, formado no Hospital Johns Hospkins, Estados Unidos, acrescenta um outro possível benefício das bermudas: "A compressão desse tipo de tecido e a modelagem podem facilitar a drenagem linfática".

É fácil de usar?

Segundo os fabricantes, as bermudas precisam ser usadas por, no mínimo, 60 dias para dar resultado. E não basta colocar a roupa apenas na hora de ir à academia. Os estudos das próprias marcas registraram melhora com oito horas contínuas vestindo a peça. Isso significa que você teria que ir trabalhar (por baixo do terninho!) ou, se preferir, dormir com ela. A bermuda da Invel, registrada pela Anvisa como produto terapêutico, resiste a até 100 lavagens. Já as peças confeccionadas com o fio Emana, também com registro na Anvisa, não têm prazo de "validade": "A menos que o tecido seja danificado, o efeito anticelulite não se perde", diz Elizabeth Haidar, gerente de marketing da Rhodia. Outra questão: convém que as peças fabricadas com o fio Emana, da Rhodia, fiquem em contato direto com a área afetada pela celulite. Então, vale usar lingeries bem cavadas de elastano, tecido que não impede o efeito dos raios infravermelhos (a Invel não particulariza o tipo de lingerie a ser usado). Além da bermuda, já é possível comprar calcinha, body, legging, top e short com a tecnologia. Por fim, vale ressaltar que nem tudo dura para sempre: se deixar de usar as peças, mais cedo ou mais tarde, o tempo trará os furinhos de volta. Concluindo, os especialistas compartilham a opinião de que dieta equilibrada e atividade física são as armas mais eficientes para prevenir e atenuar a celulite. Portanto, encare a bermuda como mais um recurso. Todos juntos são bons aliados para salvar a sua pele.

Raio X da bermuda Invel

Tecnologia: tecido banhado com o mineral MIG3 irradiador de raios do tipo infravermelho longo.
Ação: favorecer a circulação local.
Estudo da empresa: 151 mulheres usaram a bermuda durante 60 dias por oito horas contínuas.
Resultado: melhora de 65% no aspecto da pele e redução da celulite nos graus 2 e 3. Produz benefícios como diminuição de dores, relaxamento muscular, redução de gorduras e inchaço.
Modelos: bermuda (384 reais) e legging (439 reais).

Raio X do fio Emana (Rhodia)

Tecnologia: fio composto de cristais bioativos que irradiam raios do tipo infravermelho longo.
Ação: favorecer a circulação local. Estudo da empresa: 15 voluntárias entre 18 e 45 anos usaram a peça que tinha uma perna com tecido confeccionado com fio Emana e a outra com tecido de poliamida convencional durante 60 dias por seis horas contínuas.
Resultados: aumentou em 8% a elasticidade da pele e reduziu a celulite nos graus 1 e 2.
Grifes que já oferecem peças com esse tipo de fio: Hope, Trifil, Scala, Plié, Lupo, Alto Giro, Di Corpo, Darling, entre outras marcas, confeccionam modelos de lingeries e de roupa na linha fitness. Alguns exemplos: bermuda Scala (49,90 reais), legging Trifil (32,90 reais), calcinha de cintura alta Plié (62,70 reais), body Lupo (83,00 reais), macaquinho Alto Giro (179,80 reais).

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