Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Bolivianos suprem mão de obra do setor de confecções em SP

 


 

Melhores oportunidades profissionais, uma vida mais tranquila e a possibilidade de criar os filhos com segurança são os motivos que levam bolivianos a escolher o Brasil para morar. Milhares de migrantes da Bolívia se instalaram em São Paulo, na capital e no interior do estado. Trabalham em oficinas de confecção improvisadas nos fundos de casa e prestam serviço para empresas do setor têxtil da região. Nem todos, no entanto, estão legalizados no Brasil. A Polícia Federal deu prazo até o próximo dia 15 de setembro para que esses irregulares resolvam a situação. Caso contrário, em última instância, correm o risco de serem deportados.

Eles até tentam, mas não passam despercebidos, sobretudo pelo jeito peculiar de se portar em público, a fala enrolada, muitas vezes incompreensível, e a aplicação no trabalho. Os bolivianos têm histórias parecidas. Trocaram cidades como La Paz (capital administrativa de seu país), Santa Cruz de La Sierra e Sucre (capital judicial) por São Paulo com objetivo de trabalhar e até mesmo estudar.

Mas, cada qual a seu tempo, cansaram da vida profissional árdua, muitas vezes escrava, e também da violência na capital paulista. Abandonaram a metrópole e elegeram algumas cidades interiorana como última esperança de sucesso no Brasil. Pouco a pouco, somam pequenas conquistas e, assim, tocam a vida sem grande lazer, divertimento e perspectiva de futuro. A descontração ocorre quando trocam as máquinas por bolas de futebol.

A maior dificuldade dos migrantes tem nome e é unanimidade: idioma. Apesar do esforço, a comunicação não é das melhores e se fundamenta no gesto. Para se fazer entender, os bolivianos misturam o espanhol nativo com o português de cidade do interior. Assim, criou-se um “espanhês”. Os bolivianos são reservados e não gostam de revelar detalhes do trabalho. A primeira coisa que afirmam é que estão legalizados.

Migrantes suprem carência

A vinda de bolivianos para São Paulo se explica pela falta de mão de obra qualificada para prestar serviços de costura à indústria têxtil. É o que afirmam dirigentes de Sindicatos Patronal das Empresas de Confecções. Os sindicalistas dizem que a presença de estrangeiros é bem-vinda para o setor, desde que estejam legalizados perante a lei e não sejam submetidos a trabalho escravo, como ocorre em alguns bairros da capital de São Paulo. “A gente não aceita essas duas condições de forma alguma”, afirmam.

Segundo os dirigentes consultados, o setor têxtil é carente de funcionários. Por isso, já é tradição buscar prestadores de serviços na região.

As indústrias cortam o molde das roupas e as enviam junto com aviamentos para as costureiras da região montarem o produto final. “É difícil encontrar mulheres que queiram trabalhar na costura, preferem outros setores, como o comércio”, afirmam.

PF dá prazo para irregulares

A Polícia Federal deu prazo até o próximo dia 15 para que os bolivianos que estão irregularmente se apresentem na delegacia para regularizar a situação. Os agentes estiveram em algumas cidades após receberem denúncia anônima - a quantidade de bolivianos em situação ilegal não foi informada. Segundo a assessoria da PF, foi adotada apenas medida administrativa. Se os bolivianos não se regularizarem no prazo, serão notificados novamente. Só depois de esgotar todas as tentativas é que serão obrigados a deixar o Brasil.

A medida foi tomada com base no decreto 6975/09. É um acordo sobre residência no Brasil de estrangeiros oriundos de países que fazem parte ou são associados ao Mercosul. O cidadão natural desses países deve procurar a PF e entregar documentos para receber visto de residência temporária por até dois anos. Os estrangeiros que são autorizados a ficar no Brasil, temporária ou permanentemente, têm os mesmos direitos e obrigações que um cidadão brasileiro.

Fonte:|http://www.santatextil.com.br/noticia.php?c=347&;

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Em São Paulo, esta tem sido a saída para as indústrias do vestuário suprirem parte da demanda por costureiros. Os imigrantes. Mesmo em São Paulo e em Fortaleza, Caruarú, Feira de Santana, Itaúna, Divinópolis, Passos, Maringá, Cascavel, Joinville, Blumenau, para citar algumas cidades, a dificuldade é a mesma. Faltam costureiras para que as empresas aumentem sua capacidade de produçào e atendam as demandas de seus nichos no mercado. A faixa etária das atuais profissionais é de 40 anos. Conversando com costureiras nestas cidades indaguei dos motivos para a falta de gente nova.  A resposta é sempre a mesma: Salário. Há grande oferta em outras atividades industriais ou não, com salários mais atrativos. A formação também, além de deficiente tecnicamente, cobra dos candidatos que estão buscando emprego. Paradoxo não? Hora de enxergarmos e criar alternativas. Os sindicatos dos empregados precisam acordar, pois logo não haverão sócios, nem classe a defender. Costureiras com habilidades especiais montam suas facções para ganharem mais; ganham pela produção. Porque não liberar este tipo de contrato para as empresas? Além de estimular a renovação resolveria em parte os problemas de custo e competitividade...Gostaria de ver idéias e debates sobre este tema, para despertarmos a classe.

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