Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Leonardo Rodrigues/Valor / Leonardo Rodrigues/ValorClaquin, diretor da Kering, dona da Gucci e Puma que tem 12 lojas no Brasil

A economia no Brasil este ano avançou menos do que previa a Kering (ex-PPR), holding francesa dona das grifes Gucci, Bottega Veneta e Puma. Apesar disso, Laurent Claquin, diretor da companhia para as Américas, está confiante na aposta que o grupo fez quando desembarcou no país 11 anos atrás.

Morando em Nova York há três anos, Claquin vem de duas a três vezes por ano ao Brasil. Desta vez, estava acompanhado do presidente e dono da companhia François-Henri Pinault, que veio conferir mais de perto o mercado local e já foi embora. Sob alguns aspectos, diz Claquin, o mercado brasileiro pode até ser considerado já maduro. "O consumidor conhece as grifes, valoriza a qualidade. Aprecia moda até mesmo para praticar esportes. Há um culto à beleza", diz Claquin.

Com receita de € 9,7 bilhões no ano passado e dona de 19 marcas, a Kering é o segundo maior grupo de luxo do mundo, atrás apenas da também francesa LVMH, dona da Luis Vuitton. Avaliada em € 21 bilhões na bolsa, a empresa é controlada pela família de François-Henri Pinault, dono de uma das maiores fortunas da França.

A companhia chegou no Brasil em 2008, com a marca Gucci e em 2011, com a Bottega Veneta. Desde 2002, no entanto, a empresa já atuava no mercado local com a Puma - de roupas, calçados e acessórios para esportes. Diferente das outras marcas da Kering no Brasil, a Puma também opera no canal de atacado.

Segundo Claquin, a região Américas representa cerca de 26% do faturamento da Kering atualmente. A operação do Brasil, onde a Kering emprega cerca de 130 pessoas, é uma "pequena" fatia dessa parcela, mas o potencial é grande. "No fim das contas, o tamanho [do país] importa e há um rápida ascensão de classes sociais. Os fundamentos do mercado brasileiro são bons", afirma o executivo que esteve em São Paulo esta semana.

No Brasil, a Kering tem hoje 12 lojas: nove da Gucci (São Paulo, Rio e Brasília), duas da Bottega Veneta (São Paulo) e uma da Puma (Rio), fora os 'outlets'.

Por enquanto, Claquin não tem nenhum novo anúncio loja para fazer no país. Segundo o executivo, a entrada de outras marcas da companhia no Brasil ainda está sendo estudada, mas sem prazo. Balenciaga, Alexander McQueen, Yves Saint Laurent e Stella McCartney estão entre as grifes da Kering já conhecidas pelos brasileiros.

A estreia da Kering em outros países da América Latina - fora o Brasil, a empresa está no México e tem um fábrica da Puma na Argentina- também está no radar, diz.

Foi de três anos para cá que o grupo decidiu se concentrar só em vestuário e acessórios de alto padrão. Vendeu a varejista FNAC e uniu 15 grifes de luxo em uma mesma holding. Até março deste ano, a Kering se chamava PPR.

Em todo mundo, a companhia tem enfrentado desaceleração das vendas, até mesmo na China. Na primeira metade do ano, a receita líquida cresceu apenas 1,4%, para 4,7 bilhões de euros, puxada pelo aumento de 5,3% na divisão de luxo. A receita da área de esportivos caiu 6,3%.

A empresa reportou lucro de € 173 milhões, queda de 64%, principalmente por causa das operações descontinuadas (como a Fnac, que abriu capital na bolsa de Paris em junho deste ano). Fora esse efeito, o lucro teria aumentado 3,9%, para € 559 milhões. (MF)

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