Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

As criadoras da moda Stella McCartney e Donatella Versace lançaram coleções exclusivas em conjunto com grandes retalhistas no Brasil, um mercado com consumidores ávidos por marcas de topo, apesar da atual desaceleração económica do país.
 

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Brasil, o el dorado do luxo

A filha da lenda dos Beatles está a lançar a sua segunda coleção conjunta, desta vez apenas para o Brasil, para a cadeia internacional C&A. Por seu lado, a Versace desenhou uma coleção exclusiva para a brasileira Riachuelo, que tem mais de 220 lojas e mais de 20 milhões de clientes – a modelo brasileira Adriana Lima é o rosto da campanha publicitária.

Estes lançamentos, os mais recentes numa série de colaborações semelhantes no mundo da moda, surgiram durante a última Semana da Moda de São Paulo, o maior evento de moda da América do Sul. «Estas colaborações com a C&A e a Riachuelo mostram a maturidade e o poder do marketing da moda brasileira – a sua importância, alcance e força», defende Paulo Borges, fundador e diretor criativo da Semana da Moda de São Paulo. «O Brasil está 10 anos atrasado em termos de consumo, em comparação com os mercados internacionais. Vai continuar a comprar muito mais», prevê Borges.

Ao longo da última década, o Brasil passou por uma transformação profunda, com os programas de assistência social a elevar cerca de 40 milhões de pessoas da pobreza extrema para as fileiras crescentes do consumo. Como resultado, o país tornou-se um destino atrativo para as principais marcas internacionais de moda e beleza. Os centros comerciais estão a surgir a um ritmo elevado.

Marcas de luxo como Chanel, Gucci, Dolce & Gabbana, Prada, Tiffany e Valentino podem ser encontradas neste país com 202 milhões de pessoas – tanto em grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro, como em cidades mais pequenas, tipo Fortaleza e Recife.

A Zara já se estabeleceu no Brasil com grande sucesso. Outras marcas de “fast fashion”, como a sueca H&M – uma das pioneiras das coleções especiais com designers de topo -, deverão entrar no mercado em 2015.

«O Brasil é um mercado enorme, mas que está fundamentalmente voltado para o mercado de massa. Estamos a apostar no futuro, ao instalarmo-nos aqui», disse o porta-voz de uma marca de luxo italiana à AFP sob condição de anonimato.

O Euromonitor calcula que as vendas de roupa e calçado cresceram 62% no Brasil de 2008 a 2013, e prevê um novo aumento de 20% entre 2013 e 2018.

O Brasil alberga cerca de 300.000 empresas de moda. Mas mesmo que o mercado esteja a crescer, muitos estão a enfrentar desafios. A razão está associada ao chamado “custo Brasil” – impostos elevados e muita burocracia, juntamente com matérias-primas e mão-de-obra caras, que tornam dispendiosa a produção local.

Além disso, a qualidade está aquém dos padrões internacionais, deixando as marcas brasileiras em desvantagem na comparação com as marcas de luxo estrangeiras. O Brasil é também prejudicado pela concorrência de produtores em grande escala na China, onde os custos associados são geralmente mais baixos.

Toda a coleção Versace para a Riachuelo foi produzida no Brasil, em comparação com apenas parte da linha de Stella McCartney para a C&A. A coleção Versace para Riachuelo é a primeira colaboração internacional de moda da loja brasileira e o preço das peças varia entre os 20 e os 200 dólares.

http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/43907/xmview/...

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