Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Brasil tem um dos preços mais altos do mundo para roupas da Zara, aponta índice

Brasil ocupa a décima posição no Zara Index, um levantamento do BTG que compara os preços de 12 itens da varejista em 54 países, tendo os Estados Unidos como referência. Segundo o índice, os preços no Brasil são, em média, 135% superiores aos dos EUA. Desde a primeira edição do estudo, em 2014, essa diferença aumentou significativamente: há uma década, os preços brasileiros estavam 49% acima dos americanos. Hoje, apenas países como Turquia (+248%), Vietnã (+246%) e Índia (+237%) registram um custo mais elevado para adquirir produtos da marca.

A alta no Brasil é atribuída a fatores como a volatilidade do câmbio e a complexidade logística e tributária do país. “Desde a publicação do primeiro índice, temos sinalizado repetidamente que o Brasil é um dos países mais caros para comprar vestuário e um mercado difícil para players estrangeiros”, afirmam Luiz Guanais, Daniel Disselli e Pedro Lima, autores do estudo. No último ano, o índice registrou um aumento de 50 pontos percentuais no Brasil, passando de 85% para 135% acima da média americana. Apesar da desvalorização do real, que poderia ter reduzido os preços em 7%, a Zara ajustou seus valores para cima, resultando em um aumento real de 3% no custo dos produtos no país.

Além da Zara, o estudo do BTG analisou o impacto da tributação sobre compras internacionais, com destaque para a Shein. A chamada “Taxa das Blusinhas” – oficialmente o programa Remessa Conforme – impôs um imposto para compras acima de US$ 50 e gerou aumento na arrecadação do governo, mas prejudicou a competitividade da varejista chinesa. Mesmo com preços inicialmente atrativos, uma cesta de oito itens na Shein custa, em média, 15% a mais no Brasil do que nos EUA. Quando ajustado pela Paridade do Poder de Compra (PPP), o valor sobe para 189% acima da média americana, consolidando o Brasil como um dos mercados mais caros da Shein no mundo.

O estudo aponta, no entanto, que a diferença de preços entre a Shein e as varejistas locais tem diminuído. Atualmente, os produtos da plataforma chinesa são 9% mais baratos que os da Renner, 3% mais baratos que os da Riachuelo e 2% mais baratos que os da C&A. Essa redução na vantagem de preços reflete não apenas a tributação, mas também o aumento da concorrência no mercado de moda brasileiro. Em resposta, a Shein tem expandido sua produção local, o que pode melhorar a logística e os níveis de serviço, além de reforçar sua presença no país por meio do forte engajamento digital da plataforma.

O Brasil não está sozinho na estratégia de tributar players internacionais. O México, por exemplo, aumentou impostos sobre produtos têxteis no final de 2024, elevando tarifas para até 35%. A autoridade tributária mexicana também introduziu uma taxa de 19% para itens importados sem acordos comerciais. No caso brasileiro, a mudança na tributação coloca a Shein em uma posição mais alinhada aos concorrentes nacionais, podendo levar a um aumento nos preços. Ainda assim, a capacidade da varejista de acelerar lançamentos e sua forte estratégia de vendas sociais continuam sendo vantagens competitivas no acirrado mercado de moda no Brasil.

Fonte: Ana Gimonski | Foto: Divulgação

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