Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Brechós e bazares são opções econômicas que estimulam o consumo sustentável

A crise econômica refletiu no perfil dos consumidores. Até os mais exigentes estão deixando um pouco de lado o status agregado a marcas famosas, dando preferência à relação entre custo e benefício. A mudança de conceito refletiu diretamente na procura por produtos usados.

Empresária Thamilis Gabriela de Oliveira aposta na moda sustentável. Foto: Adrian Gustavo/Colaboração

Desta forma, brechós e bazares do “desapego” são cada vez mais procurados. E além de mais baratos, são opções sustentáveis. Inaugurado há pouco mais de uma semana, o “Vintage Brechó”, de Apucarana, é voltado para o público que procura moda aliada a sustentabilidade. A maioria das peças é seminova e seguem a estética ligada ao retrô.

A proprietária Thamilis Gabriela de Oliveira, comenta que sempre teve interesse pelo mundo da moda e decidiu apostar no segmento. "Quando pensei em abrir a loja procurei saber mais sobre moda sustentável”, comenta.

A proposta diferenciada foi bem aceita pelo público. O estabelecimento possui uma página no Facebook, na qual a empresária divulga fotos das peças e outras novidades da loja. “Praticamente todas as peças mostradas na página são rapidamente vendidas”, afirma.

Comprar roupa em um brechó pode significar grande economia em alguns casos e o reaproveitamento das roupas permite que as peças sejam usadas ao máximo. “Devido à crise econômica as pessoas têm perdido o preconceito de que brechós são um lugar sujo com roupas velhas”, conclui Thamilis acrescentando que está satisfeita com o andamento da sua empresa.

Além do brechó, há grande procura por eventos de venda de roupas usadas. Neste mês foram realizados dois bazares de desapego em Apucarana. Nas redes sociais, grupos no WhatsApp e Facebook para compra, venda e troca de produtos usados estão bem movimentados.

MUDANÇA DE CONCEITO
Nos últimos anos a indústria da moda tem passado por severas transformações. Vários fatores começaram a influenciar as decisões dos consumidores, alterando profundamente o comportamento. Novas demandas surgiram, fazendo com que o mercado tivesse de adaptar-se. Com isso marcas consagradas perderam espaço para novos empreendimentos, que atendem interesses específicos de consumo. Com a crise econômica, muitas pessoas mudaram seus hábitos e passaram a priorizar produtos mais baratos e duráveis. Prova disso é o aumento do número de brechós. De acordo com dados do SEBRAE, em todo o Brasil, o número de brechós cresceu aproximadamente 23% entre 2013 e 2015.

SLOW FASHION
A conservação ambiental é outra preocupação dos consumidores. A indústria da moda é uma das que causam maior impacto ambiental, tanto pelo uso de recursos naturais, quanto pela liberação de rejeitos. A fim de minimizar isto muitas pessoas tem aderido ao movimento “Slow Fashion”. Termo criado pela designer inglesa Kate Fletcher, o “Slow Fashion” opõem-se ao consumo desenfreado de roupas. O movimento também incentiva que o consumidor fiscalize os métodos de produção, cobrando mais responsabilidade ambiental das empresas.

Para não perder clientes, muitas empresas começaram a incorporar o conceito “Eco Design” ao desenvolvimento de seus produtos. O “Eco Design” propõe que todos os estágios da produção sejam pensados de melhorar o aproveitamento de energia e recursos naturais. Ou seja, produzir de maneira eficiente e sem desperdícios.

Soma-se a tudo isso as tendências de individualização e customização do vestuário. Em resposta aos modelos padronizados que são produzidos e distribuídos em massa, muitas pessoas têm construído uma identidade visual única e diferenciada. Esses consumidores abandonaram as grandes lojas de departamento, buscando suas roupas em lojas especializadas em moda alternativa. Além disso, muitas pessoas costumam comprar peças simples para personaliza-las, cortando ou adicionado adereços manualmente.

(Colaboração Adrian Gustavo para o TNOnline)

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