Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A Euratex afirma que os dados do comércio entre a União Europeia e o Reino Unido evidenciam que o Brexit trouxe perdas para a indústria têxtil e vestuário de ambos os lados. Uma situação que a confederação europeia acredita que vai piorar com a entrada em vigor, já este ano, do novo regime alfandegário.

Os números do comércio entre a UE e o Reino Unido nos primeiros nove meses de 2021 revelam uma queda significativa para a indústria têxtil e vestuário. Segundo a Euratex, a confederação europeia do têxtil e do vestuário, em comparação com o mesmo período de 2020, a UE importou menos 44%, equivalente a cerca de 2 mil milhões de euros, e exportou menos 22%, correspondente a 1,6 mil milhões de euros, de têxteis e vestuário para o Reino Unido.

«Os dados mostram que os países da UE mais afetados do lado das exportações são a Itália, a Holanda, a Bélgica e a Alemanha, enquanto do lado da importação, os mais impactados são a Alemanha, a Irlanda e a França», refere a Euratex em comunicado.

Em termos de sector, a maior queda verifica-se no vestuário que, no total de importações e exportações, perdeu mais de 3,4 mil milhões de euros entre janeiro e setembro de 2021. «Apesar destes números alarmantes, o Reino Unido continua a ser o mercado de exportação mais importante para os têxteis e vestuário da União Europeia», sublinha a Euratex.

Quanto ao impacto para a ITV do Reino Unido, a Euratex cita um estudo da UK Fashion and Textile Association (UKFT), realizado em maio do ano passado, que envolveu 138 empresas, incluindo produtores têxteis, marcas de moda, grossistas, agências, produtores de vestuário e retalhistas. O estudo aponta que 71% dos inquiridos dependiam de importações da UE, 92% estavam a sentir um aumento dos custos com os transportes, 83% registaram um aumento dos custos e da burocracia alfandegária, 53% tiveram cancelamentos de encomendas devido à forma como o acordo entre a UE e o Reino Unido estava a ser implementado e 41% foram afetados pela tributação dupla. A grande maioria das empresas inquiridas admitiu ainda que esperava passar o aumento dos custos para os clientes nos seis a 12 meses seguintes, ou seja, até maio de 2022.

A Euratex acredita que a situação deverá piorar. «Desde 1 de janeiro, estão a ser implementados controlos completos nas alfândegas. Isso significa que as regras de exportação e importação se tornaram mais intransigentes: os produtos devem ter já uma declaração válida e recebido a aprovação alfandegária. As exportações do Reino Unido para a UE têm agora de ter declarações do fornecedor e os códigos dos produtos mudaram», explica.

A confederação apela, por isso, à União Europeia e ao Reino Unido para cooperarem de forma efetiva por forma a responder, resolver e eliminar as questões relacionadas com o acordo comercial, que atualmente estão a travar o fluxo comercial entre os dois lados do Canal da Mancha. «Estão a causar perdas consideráveis para as empresas têxteis, tanto da União Europeia como do Reino Unido», garante a Euratex.

https://www.portugaltextil.com/brexit-foi-negativo-para-os-texteis/...

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